VII-
REFLEXÃO DOMINICAL I-
A MISERICÓRDIA
E O PERDÃO RENOVAM A ESPERANÇA
Este 4º Domingo da Quaresma é o “Domingo de
júbilo”. Por qual motivo? Porque a misericórdia infinita e o perdão de Deus
restauram a vida e renovam a esperança. A Quaresma é um tempo de penitência e
de conversão a Deus, mas não deve ser um tempo de abatimento e tristeza. A
perspectiva do perdão de Deus restaura a vida e renova a esperança. Como seria
a vida, se não pudéssemos contar com o perdão de Deus? O Evangelho deste
Domingo nos traz uma das parábolas da misericórdia: a do filho perdido e do pai
misericordioso e rico no perdão (cf Lc 15, 1-3.11-32). O filho, de maneira irrefletida
e irresponsável, fez a escolha errada na vida e quis viver longe do pai,
“aproveitando a vida”. Pegou as suas coisas e foi-se embora, deixando o pai
numa tristeza imensa. Longe da casa paterna, a vida boa nos prazeres durou
pouco e o jovem começou a passar necessidades. Aí ele lembrou do pai e de
quanto ele perdeu, ao abandonar a casa paterna. Então tomou a decisão de voltar,
mesmo se fosse para ser tratado apenas como um dos empregados. A esperança do
filho não foi em vão. O pai esperava todos os dias pelo reencontro com o filho
e, quando o viu chegando, correu ao seu encontro, abraçou-o e cobriu-o de
beijos. Nem quis ouvir os pedidos de perdão e logo mandou preparar uma grande
festa, “pois o filho estava morto e tornou à vida; estava perdido e foi
reencontrado” (15,23). O amor mise- ricordioso e o perdão do pai deram nova
vida e renovaram a esperança e a dignidade do filho perdido. Por isso, a
liturgia deste Domingo da Quaresma faz um forte apelo, usando as palavras do
apóstolo Paulo: “em nome de Cristo, deixai-vos reconciliar com Deus!” (2Cor
5,20). Sim, vale a pena voltar-se para o Pai misericordioso e aceitar o seu
abra- ço de perdão e reconciliação. Isso faz um bem imenso, restaura a vida e
renova a esperança. É tempo de fazer uma boa confissão, de cora- ção
arrependido e bem disposto, em preparação à celebração Páscoa, que se aproxima.
Uma das principais propostas do Ano Jubilar é a busca do perdão e a renovação da
vida cristã. A confissão sacramental é necessária para ganhar a indulgência do
Ano Jubilar. O filho pródigo fez a sua peregrinação penitencial e restauradora
de volta à casa paterna, confessou seu pecado ao pai e recebeu o perdão e a
indulgência completa, junto com o abraço do pai misericordioso. Que tal, fazer
a mesma experiência?
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São
Paulo
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Ano-49C-23-4o-DOMINGO-DE-QUARESMA.pdf
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