sexta-feira, 8 de julho de 2022

KERIGMA: DEFINIÇÃO E SIGNIFICADOS

 

KERIGMA: DEFINIÇÃO E SIGNIFICADOS

 

Kerigma (do grego: κήρυγμα, kérygma) é uma palavra usada no Novo Testamento com o significado de mensagempregaçãoanúncio ou proclamação.

Definição

No Evangelho de Lucas, Jesus vai a uma sinagoga e após ler um texto do livro de Isaías ele se identificou como o Messias prenunciado pelo profeta, aquele que traria as boas novas, ou o Evangelho.[1] A afirmação feita por Jesus nesse momento é conhecida como o kerigma e é a base de sua pregação aos homens.

Em Atos dos Apóstolos, capítulo 2, a partir do versículo 22, Pedro, faz uma declaração de sua fé em Jesus Cristo no dia de Pentecostes, seguindo o modelo do kerygma.[2] Tal confissão inclui o seguinte:

  • Jesus Cristo é o Messias, o Filho de Deus (Atos 2.22);
  • ele esteve morto, ressuscitou e está no céu junto com Deus Pai (Atos 2.23-33), e quem fala presta testemunho "pessoalmente";
  • ele pede conversão (Atos 2.38,39).

No século IV, o kerygma será publicado formalmente no credo Niceno.[3]

Apesar de ter sido efetuado originalmente por Jesus, entende-se que o kerigma se refere a um ato individual que pode ser realizado por qualquer cristão, mesmo sem experiência ou treinamento prévio.

Referências

1.     Evangelho segundo Lucas, capítulo 4, versículos 18 a 21

2.     Schubert M. Ogden, The Understanding of Christian Faith, Wipf and Stock Publishers, USA, 2010, p. 74

3.     J. Gordon Melton, Martin Baumann, Religions of the World: A Comprehensive Encyclopedia of Beliefs and Practices, ABC-CLIO, USA, 2010, p. 634-635

 

https://www.wikifox.org/pt/wiki/Kerigma

 

Querigma: aquilo que o próprio Jesus faz ao anunciar o Reino

 

Certamente muitos/as de nós somos catequistas há muito tempo e assumimos com amor e responsabilidade a tarefa dada por nossa comunidade de iniciar na fé aqueles que, acreditando em Jesus Cristo, querem viver conosco como irmãos.



Catequisar é, sem dúvida, uma das tarefas mais importantes da Igreja. E de muitas formas, temos procurado exercê-la bem, sempre em comunhão com a Igreja e no espírito do Evangelho. Esta tarefa, porém, no decorrer dos tempos, passou a ser exercida sob a égide da educação escolar, assumindo cunho muitas vezes acentuadamente moral e dogmático. A iniciação cristã – pressupondo uma sociedade e uma família cristã – reduziu-se apenas ao trabalho de comunicar “academicamente” os dogmas, ensinar as orações básicas e a piedade popular cristã, bem como deixar claro os mandamentos de Deus e da Igreja, preparando as crianças para receber os sacramentos.

 

A crise do mundo moderno, por sua vez, abalou os aparentemente sólidos fundamentos do mundo cristão, de modo que também a catequese foi comprometida: como continuar a apenas preparar para os sacramentos e a ensinar os mandamentos se a questão mais fundamental sobre Deus e a fé é que estão em cheque? Como perpetuar o proceder moral cristão num mundo onde Cristo e a Igreja não jogam mais papel central na vida humana?



Neste contexto paradigmático é que a Igreja percebe que “as alegrias e as esperanças do homem e da mulher de cada época é também as alegrias e as tristezas dos filhos da Igreja” (GS 1), o que lhe exigiu um trabalho de repropor a fé na realidade atual.



Sobre este trabalho se debruçou o Concílio Ecumênico Vaticano II. Este, motivado pelos movimentos litúrgicos e catequéticos e inspirados na experiência das primeiras comunidades cristãs – redescoberta mais ricamente com os textos patrísticos – estabeleceu, entre outras coisas, a retomada de um catecumenato (SC 64) que fosse realmente mistagógico e correspondesse às necessidades da Igreja de nossos tempos.



Aqui, claro, cabe a pergunta sobre “qual é a Igreja de nossa época” etc. mas o mais importante – e que é o foco de nossa conversa – é compreender que o centro deste processo de iniciação desejado pelo concílio e amadurecido no decorrer das décadas subsequentes é o kerigma. Compreendê-lo é fundamental para uma iniciação cristã que alcance o homem e a mulher de nossa época.



Mas o que é o kerigma? Por que ele é tão importante?



Kerix é a palavra grega para mensageiro. Kerigma, decorrente dela, é a palavra usada no Novo Testamento para significar anúncio, proclamação.



Aquilo que o próprio Jesus faz ao anunciar o Reino é um ato kerigmático. Igualmente, depois de sua Morte e Ressurreição, sendo o próprio Jesus o conteúdo do kerigma, aquilo que os apóstolos e os primeiros cristãos fizeram é um kerigma. Este anúncio é o que, em última instância, marca a possibilidade do início da fé cristã. É por meio dele que se pode vir ao conhecimento da pessoa de Jesus Cristo e desejar o batismo de forma consciente e pessoal, para além de um evento meramente cultural.



A questão do ouvir como pedagogia interpelativa de Deus na história é fundamental na história da salvação. “Shemmá [escuta] Israel” é o convite que todo judeu repete quotidianamente. O próprio Filho é a Palavra que o Pai proclama para toda a humanidade. A adesão a esta palavra interpelativa marcou a vida dos patriarcas, dos reis, profetas e profetizas do Povo Eleito. No Novo Testamento, a resposta ao anúncio feito pelo Anjo tornou a Virgem Maria a Mãe de Deus e, assim, a Palavra se fez carne e habitou entre nós.



O kérigma – a loucura do anúncio (1Cor 1,21), nas palavras de São Paulo – é a primeira experiência de encontro entre o ser humano e Cristo, anunciado Senhor da Vida e da Morte, porque morto e ressuscitado. Diante deste Kyrios, o ser humano vê a possibilidade de uma vida desvencilhada da opressão da morte, e pode aderir ou não à vida cristã.



O grande problema de nossa época é que o ser cristão tem sido tomado como pressuposto. Acontece que, na verdade, o que há não é uma adesão pessoal a Jesus Cristo, mas uma acomodação cultural ao cristianismo.



Retornar ao kerigma, neste ambiente, implica iluminar a situação histórica e pessoal de cada um com a possibilidade da ressurreição oferecida por Cristo.



Este anúncio é o centro de toda obra de iniciação cristã que acontece na catequese: fazer com que aqueles que procuram a comunidade reconheçam que a ressurreição de Cristo traz sérias e profundas implicâncias para as suas vidas em nível pessoal. Esta consciência parece ser fundamental para que se possa viver como Cristo e participar de sua vida pelo batismo.



Nas palavras de São Paulo se percebe o papel fundamental do anúncio. Ele diz na Carta aos Romanos: “Como, porém, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?”



Assim, aplicar-se na renovação da catequese passa pela redescoberta deste primeiro anúncio, sempre e de várias maneiras retomado, onde se faz conhecer o senhorio de Cristo sobre a morte e o mal.

 

- Frei Jorge Lisot

 

https://www.blogdacatequese.com.br/post/querigma-aquilo-que-o-pr%C3%B3prio-jesus-faz-ao-anunciar-o-reino

 

 

O que é “que

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© FR LAWRENCE LEW CC

A palavra “querigma” tem sua raiz relacionada com os arautos reais – os “quérix” –, homens que percorriam os reinos proclamando as notícias relacionadas com a vida palaciana.

Na tradição cristã, a palavra querigma se tornou sinônimo do primeiro anúncio das verdades da fé. Os discípulos, após a morte de Jesus, saíram pelas cidades e povoados anunciando o querigma do Reino de Deus, que, nas Escrituras, é assim resumido: “Jesus de Nazaré foi morto, ressuscitado e exaltado à direita de Deus Pai”.

Essa afirmação é o centro da fé cristã. Entre os apóstolosSão Pauloé muitas vezes chamado de grande missionário querigmático, já que ele soube mais do que ninguém propor as bases do Evangelho e o nome de Jesus para muitos povos e muitas culturas diferentes. O querigma cristão consiste na apresentação de Jesus com seus três grandes títulos: Salvador, Senhor e Messias.

Todos os que desejam seguir Jesus Cristo passam, necessariamente, pelo anúncio primeiro da fé, pelo despertar do amor a Jesus Cristo. O querigma é, então, o primeiro anúncio do Evangelhopara aquelas pessoas que ainda não conhecem Jesus Cristo. A palavra anunciada não é uma teoria. É a Boa Notícia que revela o amor de Deus pela humanidade na entrega de seu Filho Jesus.

A verdadeira evangelização começa com o querigma, que dá vida novaexperiência de fé, Boa-Nova e poder do espírito. Só os que são enviados têm autoridade para anunciar o querigma. A evangelização tem um processo próprio que não se deve inverter, sob pena de perder a força intrínseca da Palavra de Deus: primeiro, deve-se apresentar Jesus, centro e base da Boa-Nova; depois, e somente depois, é que se devem expor as verdades, leis e exigências desse Jesus.

continuidade do anúncio querigmático é a catequese. O querigma inaugura a experiência da fé; a catequese sedimenta esse amor,primeiro por meio do desenvolvimento das verdades doutrinas e da adesão contínua ao projeto de Jesus. Ainda que sejam interdependentes, pois são formas de evangelização essenciais para a vida do cristianismo, o anúncio inicial e a catequese são modos distintos de inserir o cristão no seguimento de Jesus Cristo. Ambas as ações são necessárias e delas resulta o verdadeiro espírito missionário, que movimenta nossa Igreja.

Por Aleteia

 

https://arquifln.org.br/noticias/o-que-e-querigma/

 

 

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