quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL I A SUPERAÇÃO DAS TENTAÇÕES

 

REFLEXÃO DOMINICAL I

A SUPERAÇÃO DAS TENTAÇÕES

Nossas tentações têm o tamanho de nossas fraquezas! Podem ter também o tamanho de nossas dis- trações e até das nossas necessidades. Mas nada disso significa que elas devem prevalecer sobre nossas escolhas. A superação de nossas tentações será sempre possível, porque se trata de apelos que nos convidam ou seduzem, mas não se trata de uma natureza que deter- mina o nosso agir. Por trás de tudo está sempre um ser humano livre e capaz de se determinar segundo suas verdadeiras escolhas. Por isso, a superação de nossas tentações terá sempre o tamanho das nossas convicções. Será muito difícil esperar que alguém seja capaz de se impor sobre suas fraquezas, distrações ou necessidades se esse alguém não tiver nada maior para pensar e para querer. Nenhum de nós se nega a fazer um sacrifício ou renúncia quando o efeito deles é uma coisa que realmente nos interessa. Nossas opções são maiores que nossos desejos, sonhos e paixões. À medida em que queremos uma coisa de verdade somos capa- zes de pagar o preço que ela custa. Por isso, nossa reflexão maior deve ser sobre que tipo de fé e esperan- ça nós cultivamos quando falamos de Deus e das virtudes que Ele nos propõe como estilo de vida mais sadio para nossa existência. Saber que nossa necessidade não é o nosso bem maior, como o pão que podia provir do milagre de transformar as pedras; compreender que Deus não está a nosso ser- viço, como a tentação de se atirar do Templo para provocar a sua Pro- vidência; determinar que o mundo não pode ocupar o lugar do Céu dentro de nós, como a proposta de adorar o demônio para receber as maravilhas do mundo. A Escritura nos diz o que temos que saber. Mas é preciso saber entendê-la, do contrário, também ela poderá se tornar uma tentação. Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Não tentarás o Senhor teu Deus. Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto. São essas as palavras da Escritura citadas por Jesus. Por causa dessas convicções Ele não fez conta de ter jejuado e passado fome, de não conseguir fazer com que as pessoas acreditassem que Ele era o Filho de Deus, de não dominar sobre os reinos do mundo e sua glória. Em outras palavras, Jesus assumiu sua Encarnação. Ele não se importou em ser Deus a modo humano, decaído, humilhado. Ele renuncia a ter de provar alguma coisa para alguém ou para si mesmo. Ele sabia quem era, e aceitava o que tinha de fazer. Para a sua missão bastava estar nas mãos do Pai. A conduta de Jesus se torna exemplar para nós. Ele não venceu as tentações por- que era Deus. Sua natureza Divina não convivia com as fragilidades da vida da criatura. Mas sua natureza humana experimentava tudo o que nós vivemos. E foi assim que Ele nos ensinou que podemos vencer as tentações. Basta que tenhamos mais fé e convicção do que a consciência de nossas fraquezas. Basta que não suponhamos que somos grandes como Deus, mas ocupando o nosso lugar, saibamos nos confiar a Deus e lutar para que seu Reino habite em nós. É tudo questão de opção!

Dom Rogério Augusto das Neves Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47a-19-1-domingo-de-quaresma-rev.pdf


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