quinta-feira, 16 de março de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL II JESUS CURA NOSSAS CEGUEIRAS

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL II

JESUS CURA NOSSAS CEGUEIRAS

Neste 4º Domingo da Quaresma, a Liturgia nos traz a passagem da cura do cego de nascença e a polêmica levantada por causa dessa cura (cf 9,1-41). Jesus encontra um cego de nascença e os discípulos lhe perguntam, se a cegueira foi motivada pelo pecado dos pais ou do próprio cego. Jesus desaprova essa interpretação e diz que o encontro com o cego é ocasião para que a glória de Deus se manifeste nele. Aqui está uma primeira lição: em vez de fazer teoria, hipóteses e julgamentos sobre o sofrimento ou a desgraça de outras pessoas, Jesus ensina que devemos aproximar-nos e ajudar a quem sofre. É preciso superar nossa indiferença e insensibilidade diante do sofri‑ mento do próximo, estender a mão e ajudar. Jesus cura o cego e a curiosidade sobre quem fez a cura vira uma polêmica sobre Jesus. Quem foi que te curou? É um profeta? É um santo? É um pecador por ter feito a cura em dia de sábado? Aquele que tinha estado cego, agora enxerga com os olhos do corpo e com os olhos da fé e dá um belo testemunho sobre Jesus: é um profeta, um homem de Deus; por meio dele Deus está falando e agindo no meio dos homens. A polêmica torna-se uma verdadeira perseguição e tortura para o pobre homem. Quando Jesus o encontra novamente e lhe pergunta: tu acreditas no Filho do Homem (Filho de Deus feito homem), ele responde: eu creio, Senhor! O cego passou a ver e crer. A luz da fé vai além daquilo que os olhos da carne conseguem enxergar. A cura do cego de nascença é uma parábola para descrever o itinerário da busca de Deus e da fé. Sem encontrar Deus e sua luz, nós vivemos como cegos e desorientados. O cego do Evangelho quer enxergar e encontra Jesus, que o cura. O encontro com Jesus cura as nossas cegueiras. Ele é a luz do mundo e nos quer introduzir na sua luz, para iluminar nossa vida e fazer-nos enxergar com a luz da fé. A experiência da fé é libertadora e feliz, mas não é sempre isenta de sofrimento e angústia. Muitas vezes, precisamos lutar por ela e contra as “trevas da vida”, que tentam envolver-nos novamente, para não perdermos a fé diante de questionamentos, discriminações, preconceitos e até perseguições, que pos‑ sam nos advir por causa dela. A Quaresma nos convida a renovar e fortalecer nossa fé. Quando não é alimentada na oração, na palavra de Deus e na participação na vida eclesial, a fé pode tornar-se frágil e ficar em situação de risco. Que tal, retomar o Catecismo da Igreja Católica e reler, até mesmo em família, algumas questões da nossa fé batismal? É possível que tenha‑ mos dúvidas e até crises de fé. Pro‑ curemos ajuda para esclarecer e fortalecer nossa fé. Como cristãos católicos, nós cremos com a Igreja e cremos como a Igreja crê. Na vigília da Páscoa, faremos a re‑ novação da nossa profissão de fé batismal, junto com toda a Igreja. Examinemos nossa vida e vejamos, como está nossa fé. Preparemo-nos para renovar com alegria e gratidão a fé recebida no Batismo. Que São José, homem de grande fé, interceda por nós!

Cardeal Odilo P. Scherer Arcebispo de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47a-22-4-domingo-de-quaresma.pdf


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