quinta-feira, 13 de abril de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL IV DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA

 


REFLEXÃO DOMINICAL IV

DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA

 [...] É importante que acolhamos intei- ramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa, que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de "Domingo da Divina Mi- sericórdia". Nas diversas leituras, a liturgia parece traçar o caminho da misericórdia que, enquanto reconstrói a relação de cada um com Deus, suscita também entre os homens novas relações de soli- dariedade fraterna. Cristo ensinou- -nos que "o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a "ter misericórdia" para com os demais. "Bem-aventurados os mi- sericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7)". Depois, Ele indicou-nos as múltiplas vias da misericórdia, que não só perdoa os pecados, mas vai também ao en- contro de todas as necessidades dos homens. Jesus inclinou-se so- bre toda a miséria humana, mate- rial e espiritual. A sua mensagem de misericórdia continua a alcançar-nos através do gesto das suas mãos estendidas rumo ao homem que sofre. Foi as- sim que O viu e testemunhou aos homens de todos os continentes a Irmã Faustina que, escondida no convento de Lagiewniki em Cracó- via, fez da sua existência um cân- tico à misericórdia: Misericordias Domini in aeternum cantabo. [...] Amor a Deus e amor aos irmãos são de fato inseparáveis, como nos recordou a primeira Carta de João: "Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os Seus mandamentos" (5, 2). O Apóstolo recorda-nos nisto a verdade do amor, indicando-nos na observância dos mandamentos a medida e o critério. Com efeito, não é fácil amar com um amor profundo, feito de autêntico dom de si. Aprende-se este amor na escola de Deus, no calor da sua caridade. Ao fixarmos o olhar n'Ele, ao sintonizarmo-nos com o seu coração de Pai, tornamo-nos capazes de olhar os irmãos com olhos novos, em atitude de gratuidade e partilha, de generosidade e perdão. Tudo isto é misericórdia! Na medida em que a humanidade souber aprender o segredo deste olhar misericordioso, manifesta-se como perspectiva realizável o quadro ideal, proposto na primeira leitura: "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia mas, entre eles, tudo era comum" (At 4, 32). Aqui a misericórdia do coração tornou-se também estilo de relações, projeto de comunidade, partilha de bens. Aqui floresceram as "obras da misericórdia", espirituais e corporais. Aqui a misericórdia tornou-se um concreto fazer-se "próximo" dos irmãos mais indigentes. [...]

 Papa São João Paulo II, Homilia “Domingo da Misericórdia”, 2000

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47-a-29-2-domingo-de-pascoa.pdf


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