1- OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA.
.Sejam
bem-vindos, irmãos e irmãs! Vinde todos celebrar a fé em Comunidade. Que os
jovens, as crianças, os adolescentes e todos nós sejamos transformados pela
Palavra de Deus em ardorosos missionários.
Em
comunidade Deus nos convida a participar do Banquete da Vida. Nele, renovamos
nossa esperança e nosso compromisso de construir um Reino de justiça e
solidariedade. Neste Mês das Missões acolhemos a mensagem deixada por São João
Paulo II: "... enquanto faz compreender plenamente o sentido da Missão, a
Eucaristia impele cada indivíduo que crê, e de maneira especial os
missionários, a ser 'pão partido para a vida do mundo'". Sintamo-nos
convidados à festa da vida e da fraternidade e saibamos promover a participação
de todos nesta festa.
Is
25,6-10ª; Sl 22;Fl 4,12-14.19-20;Mt 22,1-14
O evangelho deste
domingo encerra o conjunto das três parábolas que encontramos nos caps. 21-22
de Mateus e que Jesus dirige aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo (cf. Mt
21,23) que lhe interrogam a respeito da sua autoridade. As três parábolas – a
dos dois filhos (Mt 21,28-32); a dos vinhateiros homicidas (Mt 21,33-46) e a
que ouvimos neste domingo, a do banquete nupcial (Mt 22,1-14) – têm o mesmo
desfecho: o Reino de Deus, ao qual são convidados em primeiro lugar o povo da
primeira aliança, os judeus, será entregue, agora, a todo aquele que aderir a
Cristo pela fé, acolhendo seu convite e tomando sobre si o jugo suave do
Evangelho.
O texto de Mt 22,1-14 está em consonância com a primeira
leitura: Is 25,6-10a, que é um texto escatológico, contextualizado no grande
conjunto formado pelos caps. 24-27 do livro de Isaías[1],
onde o profeta anuncia o juízo de Deus e os novos tempos que serão inaugurados.
Nestes novos tempos o Senhor reunirá sobre “esta montanha”, ou seja, em
Jerusalém, “todos os povos” e ali oferecerá um grande banquete. A comensalidade
indica a comunhão de vida que deverá unir todos estes povos, outrora divididos,
mas agora unidos pelo Senhor. O profeta segue enumerando quais serão as demais
ações divinas: Ele removerá a cadeia que ligava os povos; eliminará a morte;
enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo na
terra. Esse conjunto de ações divinas produzirá no povo a fé, eles reconhecerão
que Deus atua em seu favor, e dirão: Este
é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou… (Is 25,9).
O trecho lido hoje na celebração da Eucaristia termina com metade do v.
10: E a mão do Senhor
repousará sobre este monte. No texto de Isaías, a continuação
do v. 10 são palavras de juízo contra Moab.
Uma imagem de banquete também nos é apresentada pelo
Salmo 22(23),5: Preparais
à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo, e com óleo vós ungis minha
cabeça; o meu cálice transborda.
Tanto a primeira
leitura, quando o Salmo responsorial, nos apresentam, assim, a imagem do
banquete como sinal da comunhão com Deus. Na primeira leitura, o profeta vê os
tempos novos inaugurados por Deus, o tempo escatológico, como um grande
banquete no qual Deus reunirá os povos e atuará de modo salvífico em favor
deles, eliminando todos os sinais de morte. No Salmo, o autor inspirado canta a
beleza da confiança do fiel: este tem no Senhor o seu pastor, e está convicto
de que Ele lhe dará vitória diante de seus inimigos, preparando para Ele um
banquete farto, com cálice que transborda e com direito a uma unção, sinal de
grande honra e solenidade.
O evangelho também nos trás a imagem de uma festa,
poderíamos dizer, de um banquete. Mas não se trata de uma festa qualquer.
Trata-se de uma festa de casamento. Predomina na parábola o termo grego gamos, que significa o
“matrimônio” ou “uma festa de matrimônio”. Tal termo aparece 16x no Novo
Testamento. Dessas 16 aparições, 12 se referem estritamente às núpciais do
Filho de Deus com a humanidade (Mt 22,1-14 [8x]; Mt 25,10; Lc 12,36; Ap
19,7.9). Em Hb 13,4 o termo se refere ao matrimônio em geral. Em Lc 14,8 o
termo aparece na parábola que Jesus conta sobre aqueles que devem escolher,
numa festa de casamento, os últimos lugares. Em Jo 2,1.2 o termo se refere de
modo direto à festa de matrimônio onde Jesus está presente, juntamente com sua
mãe e os seus discípulos. De modo simbólico, contudo, sabemos que também a
passagem das bodas de Caná se refere às núpcias do Filho de Deus com a
humanidade.
Na parábola deste domingo, onde Jesus quer mostrar como é
o Reino dos Céus, o rei prepara a “festa de casamento” de seu Filho. Ele manda
seus empregados chamarem os convidados. Diante de uma primeira recusa, o rei
manda outros empregados, agora com uma notícia: Já preparei o banquete; os bois e os
animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para as
núpcias! Contudo, a reação dos convidados foi pior: alguns
recusaram o convite retornando para suas atividades; outros agrediram os
empregados e os mataram.
No v.7 o rei tem um
ataque de fúria. Manda matar esses “assassinos” e “incendiar” a sua cidade. Nos
vv. 8-10 o mesmo rei manda seus empregados saírem até as encruzilhadas dos
caminhos, convidando todos os que eles encontrarem, pois as núpcias estão
prontas e a sala deve ficar repleta, de maus e bons. Estes aceitam o convite do
rei e a sala fica repleta.
Os vv. 1-10 são um resumo
da história da salvação, tal como a parábola dos vinhateiros homicidas que
ouvimos no último domingo.
O rei é Deus Pai, que
preparou as núpcias do seu Filho, as núpcias do Cordeiro como diz Ap 19,7.9.
Para estas núpcias foram convidados primeiro os membros do povo da primeira
aliança, os judeus, aqueles a quem a Palavra de Deus se dirigiu em primeiro
lugar.
Diante de sua recusa,
o Pai lhes enviou mais empregados. Podemos ver nesse envio dos empregados do
rei, a atuação dos profetas. Ao chamar o povo à conversão, eles o chamavam a
uma comunhão de vida com o próprio Deus. A recusa a esse convite se expressa de
modo concreto na recusa a reconhecer no Cristo o Messias esperado. Não
reconhecendo o Cristo como Salvador, eles não entram nas núpcias, na festa que
o Pai preparou com tanto esmero.
Não aceitam o
casamento do Filho de Deus com a humanidade: seja em si mesmo, quando assumiu
nossa natureza, seja ao tornar a Igreja sua esposa diletíssima. Não somente o
convite foi recusado, mas também esses empregados foram mortos de modo
violento.
A fúria do rei
indicada no v. 7 pode se referir, como acreditam alguns estudiosos de Mateus, à
destruição de Jerusalém em torno do ano 70 d.C. Por isso Mateus carrega nas
cores, afirmando que o rei mandou “incendiar a cidade”, enviando suas tropas
“para matar” aqueles assassinos.
Os vv. 8-10 concluem a primeira parte da parábola. A
parábola dos vinhateiros homicidas foi concluída com a afirmação de Jesus: …o Reino de Deus vos será tirado e
entregue a um povo que produza frutos (Mt 21,43), indicando
com isso que o projeto do Pai se realizava agora em plenitude, ou seja, o Reino
está aberto a todo aquele que quiser aderir a Cristo pela fé, produzindo
frutos. A parábola de hoje termina dizendo a mesma coisa de uma outra forma. O
convite feito a todos os que estavam pelas encruzilhadas, bons e maus, que
acabaram por lotar a sala das núpcias é anúncio do tempo novo, também predito
pelo profeta Isaías, onde Deus vai reunir todos os homens, bons e maus, judeus
e pagãos, chamando-os à salvação. Todos os que vierem às núpcias, ou seja,
todos os que acolherem a boa nova do Evangelho, serão admitidos à comunhão com
o Senhor e possuem um lugar em seu Reino.
Nos intrigam, contudo, os vv. 11-13. O que significa esse
homem sem traje de festa? Alguns pensam que seja uma inclusão de Mateus à
parábola de Jesus. Os cristãos não podiam se sentir auto-confiantes
esquecendo-se da necessidade de uma continua conversão. Mateus não quer que os
cristãos de sua comunidade venham a sofrer da falsa segurança religiosa,
recaindo no mesmo erro que muitos membros do povo da primeira aliança. Por
isso, ele fala desse homem que vai ao banquete, mas que está sem o “traje
nupcial”. Este é lançado fora, porque é necessário portar sempre consigo a
veste nupcial, sinal visível de sua comunhão com o espírito que anima tal
cerimônia. De modo simbólico poderia ser uma referência a adesão interior a
Cristo que, como chama que arde, deve ser mantida acesa no coração de cada
cristão. Já Paulo adverte: vós
que fostes batizados em Cristo, de Cristo vos vestistes… (Gl
3,27) Mateus quereria alertar, então, aos seus leitores, sobre a necessidade de
se manter numa comunhão de vida com Cristo. Isso é portar a veste nupcial.
O v. 14 encerra toda a parábola: Muitos são os chamados, poucos os
escolhidos. Não que Deus queira escolher poucos, ou que o
Reino seja para uma elite, mas de fato, nem todos acolhem o chamado divino.
Deus não seja de chamar para o seu Reino, mas muitos se fecham em seus
afazeres, recusam-se à acolher sua Palavra e, por isso, se excluem do banquete
nupcial.
A Eucaristia é este
nosso banquete. Ela realiza a profecia de Isaías em nossa vida. O Salmo 22
acontece para nós cada domingo, porque Deus nos unge com seu Espírito e prepara
para nós, diante do inimigo de nossas almas, diante daquele que nos acusa, essa
mesa de irmãos, onde nos nutrimos quer da Palavra, quer do Corpo e Sangue do
Ressuscitado. Eis aqui, cada domingo, as núpcias do Filho de Deus às quais
todos somos chamados. Esta mesa antecipa as núpcias eternas: a mesa do Reino,
aquela que o Senhor prepara para nós, no céu.
Que possamos ouvir
sempre o convite daquele que não cessa de nos chamar a comunhão com Ele. Que
não fechemos jamais nosso coração ao seu chamado de amor. Seja a assembleia
dominical nosso gozo, nossa alegria, da qual nunca nos excluímos e na qual
estamos sempre presentes, portando nossas vestes, porque fomos delas revestidos
em nosso Batismo; vestes essas que não cansamos de lavar e lavar no Sangue do
Cordeiro, que nos purifica de nossos pecados para que possamos viver em plena
comunhão de vida com Ele.
_______________
[1] Esse conjunto é equivocadamente chamado de
Apocalipse de Isaías. Não se trata de textos apocalípticos, mas sim de textos
escatológicos, que apresentam a palavra do profeta anunciando o juízo divino e
a instauração de uma nova ordem. A apocalíptica é gênero literário muito
específico, e só encontramos textos apocalípticos, no Antigo Testamento, dentro
do livro de Daniel.
http//www.materecclesiae.com.br/28o-domingo-do-tempo-comum-15102017/
02- liturgia do 28.º Domingo do Tempo Comum- Ano A
A liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem do
“banquete” para descrever esse mundo de felicidade, de amor e de alegria sem
fim que Deus quer oferecer a todos os seus filhos.
- Todos são convidados para o banquete
do Noivo; quem ousa recusar?
-
Muitas vezes na Sagrada Escritura, o Reino dos Céus é comparado a um banquete!
Para os orientais, o banquete, a festa ao redor da mesa, é sinal de bênção,
pois é lugar da convivência que dá gosto de existir, da fartura que garante a
vida e do vinho que alegra o coração. É por isso que Jesus hoje nos diz que
"o Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de
casamento do seu filho". Deus, desde a criação do homem, pouco a pouco,
foi preparando a festa de casamento do seu Filho, Jesus Cristo, com a
humanidade.
-
Já no Antigo Testamento, Deus falava a Israel sobre o destino da vida, luz e
paz que ele preparava para toda a humanidade: "O Senhor dará neste monte,
para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro,
servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos. Ele removerá, neste monte,
a ponta da cadeia que ligava todos os povos. O Senhor Deus dominará para sempre
a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces…" O pensamento e o desejo
de Deus para o povo são de paz; de vida, de liberdade, de felicidade! Se o
Senhor havia escolhido Israel como seu povo, era para que fosse ministro dessa
salvação. O monte Sião seria o lugar de onde brotariam a salvação e a bênção de
Deus para toda a humanidade. Infelizmente, Israel não compreendeu sua missão.
-
No Evangelho de hoje, Jesus mostra o que aconteceu ao povo de Israel,
especialmente por parte de suas lideranças religiosas, a partir de imagens: o
rei é o Pai; o casamento do Filho (Jesus) é a Aliança nova que Deus quer selar
com toda a humanidade; os empregados são os profetas e os apóstolos. Deus
preparou tudo e por seu Filho fez o convite: "Vinde para a Festa!",
mas o povo (Israel) não aceitou! A festa era para acolher o Messias, o Filho
amado! Aquele que traz a vida para toda a humanidade!
-
O que fazer diante da recusa dos convidados? O rei ordena aos servos:
"'Ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os
que encontrardes!' E a sala ficou cheia de convidados". Somos nós, os que
antes éramos pagãos e não conhecíamos o Deus de Israel. Pela voz dos Apóstolos
e dos pregadores do Evangelho, o Senhor nos reuniu de todos os povos da terra,
das encruzilhadas dos caminhos da vida, e nos fez o seu povo, o novo povo, a
Igreja! Assim, a sala do banquete, a sala da aliança eterna, ficou repleta,
porque o desejo de Deus é que todos se salvem! Ainda hoje muitas pessoas
recusam o convite de vir participar do Banquete da Eucaristia e do Reino por
causa das novelas, jogos, bares, internet, lazeres e até por causa de pessoas!
-
A Igreja, da qual fazemos parte como membros e filhos, é fruto de um desígnio
do amor do Pai eterno que, na plenitude dos tempos, nos chamou e reuniu em
Cristo Jesus! Nunca deveríamos esquecer que este Banquete eucarístico do qual
participamos agora é o Banquete que o rei, o Pai eterno, nos preparou: banquete
da aliança do seu Filho, o Esposo, com a Igreja, sua Esposa! Somos os
convidados para o banquete das núpcias da aliança do Cristo com a sua amada
Esposa e o alimento, o Cordeiro, é o próprio Jesus dado e recebido em comunhão!
-
Devemos estar de qualquer jeito? No Batismo recebemos uma veste pura e santa.
Cabe a cada um zelar para que a nódoa do pecado não manche nossa veste. Devemos
ter e vestir sempre a veste da justiça do Reino de Deus. O Senhor pergunta:
"Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?" Diz que "O
homem nada respondeu!". No nosso caso: o compromisso com a justiça do
Reino é a única resposta coerente que podemos dar ao chamado gratuito de Deus
no banquete de casamento com a humanidade. Só assim seremos, além de convidados
a fazer parte de Reino, escolhidos para participar, com dignidade, da festa do
Cordeiro.
-
O anúncio do Reino e a conversão devem acontecer em todos os momentos; tanto na
miséria como na abundância. Pela vida digna e justa somos fortalecidos no
Senhor e chamados por Ele, em todos os momentos da vida, para testemunhar o
Reino de justiça, amor e paz. É verdade que muitas forças nos convidam a
manchar a veste festiva do nosso Batismo, mas aquele que confia no Senhor pode
dizer: "Tudo posso naquele que me dá força" e seguir como verdadeiro
discípulo missionário.
-
Que o Senhor nos dê a graça de fazermos parte de seu Reino. Que Ele nos conceda
força e coragem para não desanimarmos no trabalho missionário e resistir às
tentações.
https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2023/09/15_10_23.pdf
AMIGO, COMO ENTRASTE AQUI SEM O TRAJE DE FESTA?
Numa
estória de casamento onde os convidados não deram a mínima atenção, depois o
pai do noivo decidiu enviar outros emprega- dos para reiterar o convite, mas a
resposta foi indiferença da parte de alguns, que preferiram cuidar do seu campo
ou de seus negócios, e de desrespeito da parte de outros, que chegaram a bater
nos empregados e até matá-los, o anfitrião resolveu trocar de convidados.
Primeiro castigou os primeiros e depois enviou outros empregados para trazerem
novos convivas. Dessa vez, não se fazia mais distinção entre conhecidos e
desconhecidos. A justificativa do rei era de que “os convidados não tinham sido
dignos da festa”. Por isso, estava estendendo o convite para todas as pessoas
que antes não teriam sido consideradas. Porém, no fim da festa, uma pessoa
chama a atenção porque não es- tava vestida dignamente. E essa pessoa teve o
mesmo destino dos primeiros convidados. O rei, apesar de ter feito o convite a
pessoas “menos credenciadas” àquela dignidade, exigia dignidade de todos os que
aceitassem o convite. Ele não considerou dignos os que recusaram o convite, mas
também não considerou digno o que, apesar de aceito o convite, veio para a
festa sem se preparar. Como se trata de uma metáfora do Reino, tudo que se lê
na estória deve ser interpretado a partir da realidade que Jesus estava querendo
revelar a seus ouvintes. Antes de tudo, Ele está falando aos sumos sacerdotes e
anciãos do povo. Portanto, pessoas investidas em dignidade hierárquica na
sociedade da época. Está querendo dizer a eles que, se não forem dóceis ao
convite que o Pai está fazendo através do Filho, eles também serão rejeita- dos
e substituídos. Porém, com isso, Jesus não está dizendo que basta misturar-se à
corrida de to- dos que foram chamados depois. A dignidade não será dispensada
nem para os sumos sacerdotes e anciãos e nem para os membros do Novo Povo de
Deus. Num mundo em que se cultiva o relativismo, onde parece que não existe
mais certo ou errado, onde alguns pensam que nem a Igreja pode mais pedir
qualquer tipo de condição para seus membros e, menos ainda, para os que não se
consideram cristãos ou católicos, a mensagem desse evangelho mostra que Deus
não está apenas desejando encher a sala de festas. Nos faz pensar que o desejo
de Deus é o da salvação universal, mas que isso não se dá automaticamente. As
pessoas também precisam fazer suas escolhas. A ideia de que Deus faria qualquer
negócio para receber a adesão do ser humano não corresponde à mensagem que
Jesus transmite na sua parábola. Talvez seja uma ótima dica para pensar naquilo
que o Papa Bento XVI chamava de “ditadura do relativismo”. Quer dizer que o
jargão de que, para Deus tudo vale, de que não existe uma intenção de que as
pessoas se convertam, de que Jesus realiza a salvação dos que Ele inclui aos
destinatários de sua mensagem sem que eles precisem se converter ou realizar
qualquer sinal de sua adesão, na verdade, não corresponde ao que Jesus quis
ensinar. Não se trata de impor peso sobre os ombros das pessoas esquecidas, mas
trata-se de afirmar que elas também participam de uma dignidade que não se
encontra na vida antiga, nas esquinas das estradas. Deus, de fato, deseja que o
ser humano viva numa dignidade que é expressão de sua imagem e semelhança de
seu Criador. Por isso, o seu apelo à conversão vale para todos, tanto para os
sumos sacerdotes e anciãos do povo, como para aqueles que foram convidados
depois. No final, Jesus resume tudo dizendo: “Porque muitos são chamados, e
poucos são escolhidos”.
Dom
Rogério Augusto das Neves Bispo auxiliar de São Paulo
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