sexta-feira, 27 de outubro de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL I: QUAL É O MAIOR MANDAMENTO?

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL I:

QUAL É O MAIOR MANDAMENTO?

Jesus no Evangelho proclamado hoje é questionado: “qual o maior mandamento?” Esta pergunta é feita por um representante dos fariseus; os fariseus, observadores rigorosos da Lei, eram tidos como “separados” do restante do povo que desconheciam a Lei e suas consequentes exigências. Esta lei podia se contar ao todo seiscentos e treze mandamentos, o que, naquele tempo, gerava muita discussão em querer saber qual, de fato, seria o mandamento mais importante ou o maior a ser cumprido. Os fariseus organizados em grupo querem fazer Jesus cair numa armadilha, colocando-o a prova (v. 3). Qual a resposta de Jesus? O Senhor não responde o que eles querem ouvir: que todos os mandamentos são importantes. Na continuidade do diálogo, Jesus responde: “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”. Jesus responde dizendo: este “é o maior e primeiro mandamento”. E acrescenta: “o segundo é semelhante a este: amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Estes dois mandamentos convertem-se na síntese de todos os mandamentos e consequente de todo agir cristão. Deles dependem todos os outros os mandamentos. O cristão é chamado a viver e construir relações a partir de um amor vertical e horizontal, isto é, elaborar seu projeto de vida a partir de um amor sincero a Deus e ao próximo, superando toda tentação de armar armadilhas ou de colocar os outros à prova. O desafio está em amar, na mesma medida, Deus e ao próximo: “amar com todo o coração, com toda alma, com todo entendimento”, sem distinção, sem preconceitos. Não é possível ser fiel ao amor de Deus sem ser fiel ao amor ao próximo e isto significa se relacionar com Deus e com as pessoas, sem estabelecer graus de valor. Enfim, o evangelho nos faz um grande alerta para não vivermos uma religião baseada numa espiritualidade intimista e ao mesmo tempo personalista. Afinal, amar pressupõe sair de si para ir ao encontro do outro; é ir até o coração, “morada da nossa afetividade” para desbloqueá-lo, a fim de poder amar verdadeiramente e compromissadamente. Como precisamos viver o evangelho, não somente com palavras, mas com atitudes, pois o amor se diz, sobretudo, com as atitudes do coração. Um amor devotado a Deus e ao irmão, é isso que dá sentido a uma Igreja que é chamada é ser sempre experiência de comunhão e missão.

Dom Cícero Alves de França Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47-a-59-30-domingo-do-tempo-comum.pdf

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