XVII-DICAS DE LEITURAS

 

 

XVII-DICAS DE LEITURAS

01. Capitães da Areia – Jorge Amado

Capitães da Areia é um dos livros que mais caem no enem e uma das obras mais conhecidas de Jorge Amado, publicada em 1937. O livro mergulha profundamente na realidade social de Salvador, Bahia, durante a década de 1930, apresentando a vida de um grupo de meninos de rua que são conhecidos como os Capitães da Areia.

Esses jovens, abandonados ou fugitivos, formam uma espécie de família improvisada, sobrevivendo através de pequenos furtos, esquemas e aventuras pelas ruas da cidade.

O líder do grupo é Pedro Bala, um menino corajoso e carismático, filho de um líder sindical morto pela polícia. Junto a ele, personagens marcantes como o Professor, artista e letrado do grupo; Dora, única menina entre eles, que assume uma posição de mãe e irmã; Sem-Pernas, o mestre do disfarce e da atuação; Gato, o sedutor e destemido; e Boa-Vida, dentre outros, compõem esse grupo multifacetado.

A obra é rica em críticas sociais, explorando temas como a desigualdade, a injustiça, a marginalização e a luta pela sobrevivência.

Jorge Amado utiliza o realismo para pintar um quadro vívido das dificuldades enfrentadas pelas classes mais baixas da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que humaniza seus personagens, mostrando que, apesar das circunstâncias adversas, eles possuem sonhos, desejos e a capacidade de amar e se solidarizar.

 

Iracema é uma das obras mais famosas de José de Alencar, publicada pela primeira vez em 1865. Este romance é um dos principais representantes do movimento literário conhecido como indianismo, que buscava construir uma identidade nacional brasileira através da idealização dos povos indígenas e da exploração de cenários e temas nativos.

A obra é particularmente notável por sua linguagem poética e pelo uso de uma estilização que busca evocar a oralidade dos mitos indígenas.

A história é ambientada no século XVI, durante o período inicial da colonização portuguesa do Brasil, e narra o amor trágico entre Iracema, a virgem dos lábios de mel, que pertence à tribo dos Tabajaras, e Martim, um colonizador português.

Iracema é uma figura de grande beleza e pureza, guardiã do segredo da jurema, e Martim é retratado como um nobre aventureiro. O encontro entre os dois simboliza o encontro de culturas distintas, marcado tanto pela paixão como pelo conflito

02-. Dom Casmurro – Machado de Assis

Dom Casmurro é uma das obras mais emblemáticas e estudadas da literatura brasileira, escrita por Machado de Assis e publicada pela primeira vez em 1899. Este romance pertence à fase realista da carreira de Machado de Assis, caracterizada por uma análise psicológica profunda dos personagens e uma narrativa que frequentemente questiona a realidade e a verdade.

O romance é narrado em primeira pessoa por Bento Santiago, o personagem titular, também conhecido como Dom Casmurro, um apelido que reflete seu comportamento recluso e introspectivo na velhice.

Através de suas memórias, Bentinho conta a história de sua vida, desde a infância no Rio de Janeiro do século XIX até a idade adulta, focando principalmente em seu relacionamento com Capitu, sua vizinha e amor de infância.

A obra é notável por sua rica construção de personagens e pela maestria com que Machado de Assis explora os temas da dúvida, da traição e da subjetividade da percepção.

Capitu, especialmente, é uma das personagens mais complexas e fascinantes da literatura brasileira, frequentemente lembrada por seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada.

03-. O Cortiço – Aluísio Azevedo

O Cortiço é uma das obras mais representativas do Naturalismo no Brasil, escrita por Aluísio Azevedo e publicada pela primeira vez em 1890.

Este movimento literário, que floresceu no final do século XIX, caracteriza-se pelo determinismo, pelo cientificismo e pela observação minuciosa dos aspectos mais brutos e instintivos da humanidade, com especial atenção às condições sociais e ao meio ambiente como fatores determinantes do comportamento humano.

A trama de O Cortiço gira em torno da vida dos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, mais especificamente o cortiço São Romão, e acompanha a ascensão e queda de seu proprietário, João Romão.

A obra explora a ambição desmedida de Romão, que explora os moradores do cortiço para enriquecer e ascender socialmente, e sua relação complexa com Bertoleza, uma escrava fugida que vive com ele sob a promessa de liberdade, que nunca se concretiza.

O romance é notável por sua rica galeria de personagens, que inclui indivíduos de diversas origens e camadas sociais, cada um com suas próprias histórias, sonhos e desilusões.

Através desses personagens, Azevedo retrata um amplo espectro da sociedade carioca da época, desde trabalhadores explorados até pequenos comerciantes e imigrantes portugueses, todos lutando pela sobrevivência em um ambiente hostil e corrupto.

04. Os Sertões – Euclides da Cunha

Os Sertões é um dos livros que sempre caem no enem. É uma obra monumental da literatura brasileira, escrita por Euclides da Cunha e publicada pela primeira vez em 1902.

Este livro é um misto de reportagem, história e análise sociológica, e marca um momento significativo na literatura do país, não apenas pelo seu conteúdo, mas também pela forma inovadora com que aborda seu objeto de estudo: a Guerra de Canudos.

Canudos foi um povoado no sertão da Bahia, liderado por Antônio Conselheiro, um líder carismático que atraiu milhares de seguidores, descontentes com a situação social e política do Brasil recém-republicano.

O governo, vendo Canudos como uma ameaça à ordem estabelecida, lançou várias expedições militares contra o arraial, culminando em um conflito brutal que resultou na destruição completa do povoado e na morte de quase todos os seus habitantes, em 1897.

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