ix- - REFLEXÃO DOMINICAL II
ADMINISTRAR BEM
Se quisermos atualizar a parábola, vamos dizer que um governante
foi acusado de corrupção, isso é, de ter dissipado os bens do patrimônio
público agindo de maneira desonesta. Certamente hoje Jesus contaria a parábola
desse jeito, exaltando a esperteza de muitos homens públicos que conseguem
fazer “conchavos” com tudo que é partido político e no final nunca fica sem
guarida. Nesses casos, quando vemos algum homem público em nossos dias, abrir
mão de algum benefício ou regalia, não se iludam, ele está perdendo agora para
ganhar em dobro depois, pois como se diz na gíria, essa raça nunca dá ponto sem
nó.
E o leitor poderá então perguntar admirado: Parece que Jesus
elogia o Administrador infiel, ou o Político corrupto de nossos dias, como pode
uma coisa assim? E como é que fica quem é honesto na administração pública?
Claro que essa compreensão é falsa, gerada por uma leitura
superficial do texto, imaginem que Jesus, Nosso Deus e Senhor, o Mestre da
Justiça, iria compactuar com uma ação desonesta... O que está em jogo nessa
parábola é a habilidade do Administrador Infiel em tomar rapidamente uma
decisão certeira, e colocar o plano em prática em caráter de urgência.
Portanto, o elogio é para o modo como ele fez, e não para o que fez. Bem
diferente da impressão que temos no primeiro momento.
O Administrador Infiel, quando viu que fora exonerado pelo seu
Senhor, abriu mão da sua gorda comissão sobre a venda dos produtos, e
começou imediatamente e renegociar a dívida. Imaginem os Credores chamar os
devedores para renegociar a dívida do financiamento, de um carro ou de um
imóvel, por exemplo, e baixar sensivelmente o valor a ser pago, que no caso do
azeite, foi de cinquenta por cento. O Governo poderia fazer assim na questão
dos juros e taxas de serviços, o povão agradeceria de coração. Mas é melhor não
sonhar com isso, vamos acabar caindo da cama. Os Poderosos da economia querem
sempre taxas mais altas para garantir seus “gordos” lucros.
Mas vamos nos inserir dentro dessa parábola. Nós batizados,
membros da Igreja de Cristo, somos privilegiados pois Deus investe em nós todos
os dias, dando-nos a sua Graça Santificante e Operante, temos a Santa Palavra,
os Sacramentos, que são um Patrimônio de incomparável valor na Tradição da
Igreja. Deus acredita em nosso potencial e nos faculta sermos sim,
administradores da sua Graça. Tudo o que somos e temos provém de Deus, nada nos
pertence nesta vida.
Como o Administrador infiel, muitas vezes somos maus gestores da
Graça de Deus, quando queremos ser os únicos beneficiários dela, esquecendo-nos
de que ela deve ser usada para o bem do outro, nos carismas, dons e talentos
que o Senhor nos concedeu. A Habilidade do Administrador infiel, elogiado por
Jesus, está no fato de ter aceito “Perder” para garantir um abrigo no futuro.,
o mesmo devemos fazer como Cristãos, sabermos “Perder” e abrir mão hoje de
muitas coisas, para garantirmos um abrigo eterno junto a Deus um dia, na Vida
Futura.
Sempre temos um olhar crítico aos que administram, até na Igreja
é assim, mas este evangelho nos convida a nos olharmos enquanto administradores
da Graça de Deus que nos foi confiada. Temos a mesma habilidade e esperteza
desse Administrador, ou somos maus Gestores? Um dia iremos todos prestar
contas... Estejamos preparados!
osé da Cruz é Diácono da
Paróquia
Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0319.htm#msg02
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