sexta-feira, 5 de setembro de 2025

VIII- REFLEXÃO DOMINICAL I UM EXIGENTE CAMINHO DE RENÚNCIA

 

VIII-       REFLEXÃO DOMINICAL I

UM EXIGENTE CAMINHO DE RENÚNCIA

A opção pelo Reino não é escolher um caminho de facilidade, mas sim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de doação da vida. Todo discípulo de Jesus, deve ter a capacidade para refletir, deve ter senso crítico diante das variadas situações da vida e, acima de tudo, saber decidir bem, qual direção ele deve levar a sua vida. É, sobretudo, o Evangelho que traça as coordenadas do “caminho do discípulo”: é um caminho em que o Reino deve ter a prioridade sobre todas as pessoas, sobre os nossos bens, sobre os nossos próprios interesses e esquemas pessoais. Quem tomar contato com esta proposta tem de pensar seriamente se a quer acolher, se tem forças para a acolher. Jesus não admite meios-termos: ou se aceita o Reino e se embarca nessa aventura a tempo inteiro e a fundo perdido, ou não vale a pena começar algo que não vai levar a lado nenhum. Jesus apresenta três exigências fundamentais para quem quer seguir o caminho do discípulo e chegar a sentar-se à mesa do Reino. Todas elas subordinadas ao tema da renúncia. A primeira exige o preferir Jesus à própria família. A este propósito, Lucas põe na boca de Jesus uma expressão muito forte. Para ser discípulo, é preciso pôr em segundo lugar algo, porque apareceu na vida da pessoa um valor que ainda é mais importante. É evidente que Jesus não está pedindo que as pessoas tenham ódio de ninguém, muito menos a pessoas a quem temos laços de amor, nossos familiares. Jesus está exigindo que as relações familiares não nos impeçam de aderir ao Reino. Se for necessário escolher, a prioridade deve ser escolher os valores do Reino. A segunda exige a renúncia à própria vida. O discípulo de Jesus não pode viver fazendo escolhas egoístas, colocando em primeiro lugar os seus interesses, os seus esquemas, aquilo que é melhor para ele; mas tem de colocar a sua vida ao serviço do Reino e fazer da sua vida um dom de amor aos irmãos, se necessário até à morte. Foi esse, de fato, o caminho de Jesus; e o seu discípulo é convidado a imitar o mestre. A terceira exige a renúncia aos bens. Jesus sabe que os bens podem facilmente transformar-se em deuses, tornando-se uma prioridade, escravizando o homem e levando-o a viver em função deles; assim sendo, que espaço fica para o Reino? Por outro lado, dar prioridade aos bens significa viver de forma egoísta, esquecendo as necessidades dos irmãos; ora, viver na dinâmica do Reino implica viver no amor e deixar que a vida seja dirigida por uma lógica de amor e de partilha. Com estas exigências, fica claro que a opção pelo “Reino” não é um caminho de facilidade. É por isso que Jesus recomenda o pesar bem as implicações e as consequências da opção pelo “Reino”. A parábola do homem que, antes de construir uma torre, pensa se tem com que terminá-la e a parábola do rei que, antes de partir para a guerra, pensa se pode opor-se a outro rei com forças superiores convidam os candidatos a discípulos tomar consciência da sua força, da sua vontade, da sua decisão em corresponder aos desafios do Evangelho e em assumir, com radicalidade, as exigências que Jesus faz. No mundo de hoje, diante de tantas propostas cheias de facilidades e de prazeres, onde a riqueza, a fama, tomam o lugar de Deus, o discípulo deve ter o senso crítico para acima de tudo escolher a proposta da paz e da vida que Jesus vem nos trazer. A decisão é sempre pessoal.

Pe. Carlos Alberto Doutel Vigário Episcopal e Geral para a Região Santana

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