OS PAIS, “PRIMEIROS EDUCADORES”
Da mesma forma que a nós bispos compete pastorear nossa Igreja, também a vós, pais, compete governar vossa casa. Em ambos os casos, a fim de prestar contas a Deus daqueles que nos foram confiados. (In ps. 50,24).
– Deus ama a disciplina. E é perversa a inocência falsificada do pai que tolera os pecados de seus filhos. O pecado que não te desagrada no teu filho, na realidade é porque te agrada a ti. Embora não cometas o mesmo ato, é a mesma concupiscência que te move. (In ps. 50,24)
- Todo
pai de família deve reconhecer, neste título, uma dívida de amor para com
aqueles que lhe foram confiados. Por amor do Cristo e da vida eterna,
instrua, admoeste, corrija e exorte todos os seus. Ser pai não é um é um
ofício, mas sim um serviço. (In Joan. 51,13).
- Educa
o teu filho. E faze isso de forma tal que, na medida do possível, a
instrução vá acompanhada de pudor e liberdade. Quer dizer, procura que o
teu filho sinta vergonha de te ofender sem que, por esse motivo, chegue a
temer-te como se teme a um juiz… Se isto, porém, não for suficiente, não
receies em lançar mão do castigo, produzindo dor nele, mas procurando a
sua salvação. Muitos têm sido corrigidos por meio do amor, outros pelo
temor: por temor ao castigo, eles chegaram ao amor. (Serm. 13,8).
- Melhor
amar com severidade do que enganar com suavidade. (Epist. 93,2.4)
- Não
consiste a felicidade em ter filhos, mas sim em ter bons filhos. (In ps.
127,15).
- Não
se deve dar a todos o mesmo remédio, se bem que a todos é preciso dar o
mesmo amor. Uns devem ser amados com gentileza, outros com severidade. Com
um amor, que sem ser inimigo de ninguém, seja atencioso com
todos. (De cat. rud. 15,25).
- O
fato de dar já supõe mérito para receber. (Epist. 266,1).
- Não
é a mesma coisa “ser” pai, que “cumprir as funções de pai” (Serm. 44,1;
Epist. 208,2).
Oração do Pai de Família
Senhor,
tu que fizeste com que eu te encontrasse e me concedeste o ânimo para seguir
buscando-te, não me abandones ao cansaço e à desesperança.
Faze
com que eu sempre te procure, e cada vez com mais ardor e dá-me a força para
fazer progressos na tua procura.
Diante
de ti coloco minha fortaleza e, junto com ela, a minha fraqueza. Aumenta em mim
a primeira e sara-me da segunda.
Diante
de ti coloco minha ciência e, junto a ela, a minha ignorância. Ali onde me
abriste a porta, recebe-me, pois estou entrando. Ali onde me criaste, abre-me,
pois estou batendo à tua porta.
Faze
com que sempre me lembre de ti, faze que eu te compreenda, que eu te ame.
Acrescenta
em mim teus favores até que eu totalmente me reforme em ti.
(De Trin. 15,28.51).
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