sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL IV A FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL IV

A FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

 Celebramos, com alegria, a Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. Neste Tempo de Natal Deus se faz presente no meio de nós, é o Emanuel, Deus conosco, no seio de uma família, simples e pobre. O mistério da Encarnação se realiza, Maria e José foram os escolhidos, e com Jesus se tornam modelo de vida para as nossas famílias. Neste dia queremos apresentar ao Senhor todas as famílias do mundo, em especial aqueles que mais sofrem e necessitam de oração e amparo, e rezar por elas. Neste mundo somos a família de Deus, pois Jesus se encarnou em nossa realidade, experimentou o drama de todas as famílias humanas, e conduziu seu povo para a vida em plenitude. Estamos também concluindo este ano e somos convidados a elevar louvores e ação de graças a Deus Pai por todos os benefícios recebidos, que haja sempre paz e esperança. A primeira leitura do Livro do Eclesiástico (Eclo 3,2-6.12-14) apresenta um conjunto de orientações para o bom convívio familiar e nos recorda que é preciso amar, obedecer e respeitar os pais. Deus é a origem de toda a vida e o que fazemos aos nossos pais é a Deus que o fazemos. Honrar significa, antes de tudo, respeitar e sustentar. Honrar pai e mãe é um dos mandamentos da Lei de Deus, que dá sentido à vida e é sinal de felicidade para os que temem a Deus. Sabemos que a fecundidade e a comunhão na família são sinais de benção, pois a caridade feita aos pais jamais será esquecida. O texto do Evangelho de Lucas (Lc 2, 22-40) nos mostra Maria e José que vão ao templo, em Jerusalém, apresentar Jesus, conforme a exigência da Lei. Os pais são pobres, Jesus se encarna na realidade dos empobrecidos. É assim que se apresenta a humanidade. E nas palavras e gestos de Simeão e Ana se encontram os anseios e esperanças de todo o povo, que esperava o Salvador. Jesus é a realização destas esperanças, as promessas foram cumpridas, a salvação chegou. A exemplo de Maria e José, da família de Nazaré, toda família é chamada a encontrar, na comunhão com o Senhor e na fidelidade à Palavra de Deus, a sua plena força e união, mesmo diante de tantos desafios. Maria é a primeira discípula e, com ela e José, aprendemos a dizer sim e acolher o projeto de Deus. Assim como Ana somos chamados a louvar a Deus e falar do menino, anunciando e testemunhando que Ele é verdadeiramente a luz que veio para iluminar as nações. A segunda leitura da Carta aos Colossenses (Col 3,12-21) nos diz que como filhos amados de Deus e seus eleitos somos convidados a nos amar uns aos outros, revestindo-se de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência. A exemplo de Cristo, praticar o perdão e viver na paz. No contexto da Festa de hoje, Paulo apresenta algumas instruções para as famílias, tendo como referência o agir de Jesus em relação a Deus Pai e às pessoas, como a docilidade e a solicitude das esposas, o amor e o respeito dos esposos, a obediência sincera dos filhos, o encorajamento e incentivo dos pais. Assim nos disse Papa Francisco, e rezemos: “Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém” (Amoris Laetitia, p. 199).

 Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo auxiliar de São Paulo

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