014- LITURGIA DO 4.º DOMINGO DO ADVENTO- ANO A
- A Palavra de Deus deste 4º Domingo do Advento
nos faz pensar a grandeza do mistério do nascimento de Jesus Cristo. Ele é Deus
onipotente que veio morar em uma difícil realidade da existência humana: José,
um carpinteiro justo, simples e humilde; Maria, uma jovem prometida em
casamento, da cidade de Nazaré, periferia de Jerusalém. Ambos, confiantes que
Deus poderia oferecer para a sua vida algo extraordinário. Um casal que sonha e
acredita que Deus tudo pode realizar em suas vidas.
- Na profecia de Isaías, o texto traz a
figura de Acaz, rei de Judá, alguém que não entendeu os sinais que Deus colocou
à sua frente e ao preferir seguir por outros caminhos, acabou colocando seu
povo em péssimas condições. O rei Acaz confiava mais nas forças dos exércitos
estrangeiros do que em Deus. Na vida, por vezes, procuramos a Deus, mas diante
da dificuldade e desespero, acabamos apelando a outras forças, pensando que
iremos resolver nossos conflitos. Quantos são os ídolos que o ser humano põe a
sua confiança: o dinheiro, poder, fama, enfim, realidades que distanciam do
Deus que quer ficar conosco. E nós, quais são as "falsas certezas"
que colocamos a nossa esperança ainda hoje?
- A Carta aos Romanos é um texto que Paulo
escreveu no final de sua terceira viagem missionária (entre 57 e 58 d.C). Ele
está preocupado com a comunidade em Roma, pois entre os grupos de pagãos e
judeus recém convertidos surgiram conflitos, resultados das muitas diferenças
existentes na cultura, religião e sociedade. Paulo destacou que todos fazem
parte do povo escolhido por Deus e logo, precisam permanecer no amor, no
diálogo e na solidariedade. Paulo enumera em seu discurso que é um servo de
Cristo, chamado por Deus para ser testemunha do ressuscitado nos mais
diferentes lugares da missão. O apóstolo dos gentios, é movido para proclamar a
Boa Nova, que não se trata de um conceito e ideia, mas de uma pessoa, que
venceu a morte e nos deu a vida eterna: Jesus Cristo, o Deus Conosco. Paulo não
fala de si mesmo, mas do seu redentor, daquele que transforma a nossa história.
- O texto do
Evangelho segundo Mateus descreve
que José e Maria já celebravam um acordo matrimonial, ou seja, antes mesmo de
morarem na mesma casa, pela lei judaica, já estavam unidos. É nesse contexto
que acontece a intervenção divina na história deste casal. Maria fica grávida
pela ação do Espírito Santo e José, sabendo disso, resolveu abandoná-la em
segredo. Todavia, eis que o anjo do Senhor, aparece em sonho a José e comunica
que era preciso não temer a missão que Deus lhe confiou. José é um homem justo
e é de sua origem davídica que o Messias aguardado viria ao mundo. O Deus
Conosco tem sua origem divina, concebido no seio virginal de Maria, e ao mesmo
tempo pertencente a uma história humana.
- Deus quer oferecer à humanidade a salvação.
Ele contou com o auxílio de pessoas que, mesmo diante de sonhos e projetos
pessoais, tiveram seus planos transformados por completo para servirem o Reino
de Deus. Em José e Maria, encontramos respostas de fé. Num mundo cada vez mais
pagão, confiar no Deus que tudo pode realizar em nossas vidas parece desafiante
e até impossível. Mas, Deus nos criou para o amor e para amar acreditando que
Ele preenche os nossos vazios existenciais, as dores que persistem em
"roubar a esperança" com o Verbo que se fez carne e habitou entre
nós.
- O viver de José é para nós a "escola do
silêncio." Pouco sabemos dele, não há nada que ele diga nos
Evangelhos, mas a sua prontidão frente à vontade de Deus revela que é também no
silêncio da vida que aprendemos a "decifrar os sonhos de Deus" e
assim, continuar a vida, mesmo que tenhamos que mudar de direção e recomeçar a
história. Um coração aberto à graça divina, dobra-se à sua vontade não porque
trata a Deus como um patrão, mas como um Pai que ama e ajuda seus filhos a
encontrar o caminho da felicidade todos os dias. O Natal que se aproxima é o
encontro do céu e da terra em que percebemos tamanho mistério de amor que terá
seu ponto alto na cruz. Num mundo marcado por tanta insensibilidade é preciso
revitalizar a cultura do encontro, capaz de curar as feridas da modernidade.
- A Igreja espera confiante por Cristo que um
dia virá glorioso para levar à plenitude a história universal. Que o
Espírito Santo nos auxilie hoje e sempre, a nos prepararmos para que no dia
definitivo, a nossa frágil e delicada condição humana se una àquele que é
plenamente Deus e homem. Vem Senhor Jesus e transforma os nossos corações!
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