III-REFLETINDO O DOMINGO DA SAGRADA
FAMÍLIA
3.1-
SAGRADA FAMÍLIA
Hoje somos convidados pela Palavra de Deus a
contemplar a Sagrada Família de Nazaré e recordar a importância da família,
instituição querida e amada por Deus. Deus quis que seu Filho nascesse no seio
de uma família! Ao longo de seu ministério Jesus nos fará ver que os laços
familiares devem submeter-se à prioridade do Reino de Deus (cf. Mt 12,50; 19,
29) e eleva a união de amor entre o homem e a mulher à categoria de sacramento
(cf. Mt 19, 5-6), isto é, canal da graça de Deus que permite aos esposos santificarem-se
no mútuo amor aberto à vida, glorificarem a Deus com sua união e testemunharem
o Evangelho do amor. Abençoada é a família que abraça o seguimento de Cristo e
torna-se testemunha do amor de Deus no matrimônio. O matrimônio, alicerce da
instituição familiar, é – nas palavras do Papa S. João Paulo II, na exortação
Familiaris Consortio – memorial, atualização e profecia do Mistério Pascal de
Cristo. Memorial, pois dá a graça e implica o dever dos pais de recordar as
grandes obras de Deus e testemunhá-las aos filhos; atualização do Mistério, com
a graça e o dever do casal de realizar um para com o outro e para com os filhos
as exigências de um amor que perdoa e redime, e Profecia, pois concede a graça
e implica o dever de viver e testemunhar a esperança do futuro encontro com
Cristo (cf. FC, n. 13). Assim como o lar de Maria e José foi o berço para
Jesus, cabeça da Igreja, “A Igreja encontra assim na família, nascida do
sacramento, o seu berço e o lugar onde pode atuar a própria inserção nas
gerações humanas, e estas, reciprocamente, na Igreja.” (FC, n. 15) É missão da
família cristã, no dizer de S. João Paulo II, ser comunidade de vida e de amor
e “guardar, revelar e comunicar o amor, qual reflexo vivo e participação real
do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa”
(FC, n.15), vivendo o que disse São Paulo: “revesti-vos de sincera
misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos
outros e perdoando- -vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Mas,
sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição.”. A
família, em força de sua vocação, deve formar uma comunidade de amor; servir à
vida por meio da geração dos filhos e defendê-la em seu sentido mais amplo;
participar no desenvolvimento da sociedade, contribuindo para um mundo melhor,
segundo o Evangelho e, por fim, participar da vida e da missão da Igreja, pois
ela mesma é Igreja doméstica (cf. FC, n. 18-64). Como Maria e José, as famílias
hoje também enfrentam desafios e dificuldades, mas podem sempre contar com
assistência da divina providência e não perdem jamais a esperança! E, nessa fé,
nos deixamos animar pelas palavras do Papa Francisco na exortação Amoris
Laetitia, quando diz: “A alegria do amor que se vive nas famílias é também o
júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimônio (...) «o
desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto
incentiva a Igreja». Como resposta a este anseio, «o anúncio cristão sobre a
família é verdadeiramente uma boa notícia»” (AL, n. 01). Portanto, continuemos
firmes no anúncio cristão sobre a família!
Dom Edilson de Souza
Silva. Bispo Auxiliar de São Paulo Vigário Episcopal para a Região Lapa.
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/10/Ano-50A-07-SAGRADA-FAMILIA-JESUS-MARIA-E-JOSE.pdf
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