sábado, 20 de dezembro de 2025

III- LITURGIA DA VIGÍLIA DO NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

 

III- LITURGIA DA VIGÍLIA DO NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

- Hoje é dia de muita alegria, pois é Noite de Natal. Celebramos o maior dom que a humanidade já recebeu: nasceu para nós o Salvador! Por isso, esta é uma Noite Santa! Uma noite de louvor e de ação de graças a Deus que não permaneceu distante de nós, mas se dignou vir ao nosso encontro, assumindo a nossa carne frágil e limitada, para nos resgatar do mundo do pecado e nos dar uma vida nova em seu amor.

- A primeira leitura, do profeta Isaías, o Evangelho de São Lucas e a nossa realidade atual, mesmo separadas por séculos, compartilham um mesmo pano de fundo existencial: a experiência humana de dor, opressão e trevas. Isaías descreve um povo esmagado pelo jugo dos opressores, vivendo sob o domínio cruel da Assíria. No tempo de Jesus, o povo estava novamente sob dominação estrangeira, agora pelas mãos do Império Romano, submetido às ordens de César Augusto, que decretou um recenseamento. Foi esse decreto que fez com que José e Maria peregrinassem a Belém, cidade de Davi, e lá Jesus nascesse sem lugar digno para se abrigar, revelando, já no nascimento, que Deus se fez pobre entre os pobres, solidário com os pequenos, próximo de quem sofre. E aqui está o grande mistério: em meio às opressões do mundo, é justamente uma criança frágil que nos é dada. Um menino envolto em faixas, deitado numa manjedoura. Mas Ele será chamado Príncipe da Paz. Ele é o Maravilhoso Conselheiro, o Deus Forte, o Pai para sempre, como anunciou Isaías. Este menino pobre e vulnerável conduz o seu povo para a verdadeira felicidade, não uma felicidade passageira, mas aquela que nasce da justiça e da dignidade. É Ele quem nos dá vida em plenitude, vida digna para todos, especialmente para os pobres, os marginalizados, os pequenos deste mundo. O Natal, por isso, nos recorda que Deus escolheu os humildes para confundir os poderosos, e manifestou sua glória na simplicidade e na pobreza. Nos nossos dias, também vivemos tempos de trevas. Vemos crescente cinismo e indiferença espiritual, divisões sociais e familiares, acúmulos escandalosos de riqueza ao lado de miséria extrema, violência urbana e guerras globais, famílias desestruturadas, pessoas abandonadas, descrença em Deus, e valores morais relativizados ou até mesmo desprezados. Aos olhos humanos, tudo isso parece desesperador e sem saída.

 - Mas é justamente aí que brilha a luz da fé. Aos olhos de Deus, que caminha com seu povo, ainda há esperança. O profeta Isaías anunciou com firmeza: "O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu" (Is 9,1). E no Evangelho, essa luz se manifesta na encarnação do Verbo. O anjo do Senhor anuncia aos pastores: "Eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor" (Lc 2,10-11). A noite de Natal é, portanto, uma noite de luz em meio às trevas. Mas não qualquer luz: é a luz de uma promessa cumprida pela Palavra que se fez carne; a luz da presença real de Deus na história humana.

- Assim, cuidemos para que o Natal não seja reduzido à festa da sociedade de consumo, à celebração do esbanjamento institucionalizado, onde Cristo é deixado de fora. Não podemos celebrar o nascimento do Salvador com um coração que ignora os pobres e exclui os necessitados. Natal não pode ser apenas uma festa de presentes e decorações luminosas, sem partilha e solidariedade; não pode ser um tempo de poesia sentimental sobre bondade genérica, sem um compromisso real com a vida do irmão. É inútil um Natal repleto de emoção superficial se falta conversão e generosidade verdadeira. Natal é festa da encarnação do Reino entre nós pelo Cristo Senhor. Nele encontramos o sentido de nossa vida para sermos discípulos missionários; "peregrinos de esperança" na atualidade

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