sábado, 14 de dezembro de 2024

V- Liturgia do Terceiro Domingo do Advento

 

V-             Liturgia do Terceiro Domingo do Advento

 

- A alegria de que tanto estamos falando na liturgia de hoje, é a de saber que o Senhor Jesus está para nascer. Sua vinda inunda nossos corações de alegria e os faz transbordar de amor. Mas e nós, o que devemos fazer para receber o Emanuel? É preparar o caminho por onde o Senhor vem, questionar os nossos limites, superar o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.

 

- O profeta Sofonias no qual escutamos na primeira leitura, exerceu seu ministério em um dos períodos mais difíceis da história de Israel. Em Jerusalém, todos estavam imersos na corrupção: o rei, os sacerdotes, os juízes; o povo abandonou a fé e traiu seu Deus. Mas apesar de toda incredulidade e desvio do povo, o Senhor age com misericórdia e amor, uma vez que, a "ira de Deus" não se desencadeia contra o pecador, mas contra o pecado. Diante da infidelidade de Israel, Ele permanece sempre fiel à Aliança, encorajando-os à alegria, serenidade e esperança. São os próprios homens que praticam o mal, castigam-se a si mesmos e ficam reduzidos a uma condição desastrosa, da qual não conseguem mais sair (e, muitas vezes, nem mesmo querem sair). Mas o Senhor não os abandona. O profeta Sofonias anuncia a vitória do amor de Deus sobre o pecado e a morte e daí o convite à alegria: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho conosco.

 

 - A segunda leitura insiste nas atitudes corretas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade e oração. Paulo escreve à comunidade de Filipos enquanto estava preso, perseguido por causa do Evangelho. Só então já teria todos os motivos para estar abatido, mas, no entanto, sua carta volta, como um refrão, um convite para a alegria. Por que insiste tanto na alegria? O motivo não é o sucesso na sua vida, a saúde em perfeito estado, a abundância de bens materiais, a falta de preocupações, mas a certeza de que "o Senhor está próximo". Este é o pensamento que deve acompanhar permanentemente o cristão e que deve torná-lo afável, dedicado e generoso para todos (v. 5). A fé comunica a certeza de que tudo o que acontece não está fora do plano de Deus e que a vida de cada um de nós terá um final feliz. Quando algum pensamento negativo paira sobre ele, o cristão não se desespera, não se deixa perturbar pela ansiedade e pela angústia, mas apresenta ao Senhor todas as suas necessidades na oração (v. 6). Esta intimidade com Deus só pode lhe comunicar a paz. Também nós, às vezes, nos sentimos prisioneiros: escravos dos nossos pecados, pagamos pesadamente pelas consequências dos erros cometidos, ficamos tristes e imaginamos que nunca mais conseguiremos nos libertar. Talvez nos encontremos em situações das quais não conseguimos nos esquivar. Pode ser que nos sintamos oprimidos por fardos insuportáveis. Ou quem sabe, estejamos sendo vítimas de injustiças e de afrontas, que nos privam da alegria de viver. Paulo nos repete: "Alegrai-vos, porque o Senhor está próximo!"

 

- Já o Evangelho de hoje sugere três aspectos necessários para nossa transformação: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é "batizado no Espírito", recebe de Deus vida nova e tem de viver a altura dessa dignidade. O batismo de João é, apenas, uma proposta de conversão; mas o batismo de Jesus consiste em receber a vida de Deus que atua no coração do homem; transforma o homem velho em homem novo; faz do homem egoísta e fechado em si um homem novo, capaz de partilhar a vida e amar como Jesus. Tais palavras, leva-nos a refletir: O que devemos fazer? Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus, mas muitas vezes não somos capazes de partilhar com alegria os frutos dados pelo Senhor. Como consequência, temos as desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração aos gritos de quem vive abaixo do limiar da dignidade humana, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem. A proximidade com o Senhor nos faz usar de forma madura os bens que dele recebemos para a justiça e a fraternidade. Celebrar o Natal com verdadeira alegria é promover gestos de partilha, inclusão e solidariedade.

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