terça-feira, 24 de dezembro de 2024

X-REFLETINDO SOBRE O NATAL NO NATAL... Por Lindolivo Soares Moura (*)

 

 

X-REFLETINDO SOBRE O NATAL NO NATAL...

Por Lindolivo Soares Moura (*)

           "Naqueles  dias Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se  à  cidade  de  Judá. Entrou em casa  de  Zacarias  e saudou Isabel",[Lc. 1,39-49]

Você conhece a história: recém-saída da visita que o anjo Gabriel lhe fizera, e ainda processando a ideia de ser a futura mãe do Messias e Salvador, Maria decidiu que não poderia ficar parada. Afinal, novidade daquele "naipe" precisava ser urgentemente compartilhada; e quem melhor para ser a primeira a ficar sabendo …

"O APRESSADO ENCONTRO ENTRE ISABEL E MARIA: MAS AFINAL DE CONTAS, A PRESSA É OU NAO É INIMIGA DA PERFEIÇÃO?"

           "Bendita  és  tu, entre as mulheres, e bendito é o  fruto  do  teu ventre.  Como posso merecer que  a  mãe  do meu Senhor venhã me visitar?"  [Lc. 1,42-43]]

"ELE FEZ DE TUDO PARA QUE ESSA NOITE PUDESSE SER UMA NOITE FELIZ PARA TODOS, MAS AINDA NÃO É: TALVEZ QUEM SABE UM DIA SEJA!"

"Uma das lições mais importantes que a vida e o Natal nos ensinam é: de pouco ou nada adianta Jesus continuar renascendo, se o amor entre os homens insistir em continuar morrendo! Por aproximadamente mil novecentos e noventa e um anos Ele continua a renascer - Natal após Natal - mas, ressalvadas as exceções, não há evidência alguma de que ao redor da 'imensa aldeia global' o amor esteja aumentando; pelo contrário, alguns sinais sugerem que ele …

Se você pensou que acabou, acabou não. Agora vem uma pequena pausa para meditação. Afinal deixamos no ar uma pergunta: é ou não a pressa, inimiga da perfeição? Como bom filósofo ou filósofa, nunca se apresse em responder - perguntar é outra história! Então comecemos…

 "UMA VISITA INESPERADA: COMO SERIA O NATAL SE A HISTÓRIA QUE NOS FOI CONTADA TIVESSE SIDO UM POUCO DIFERENTE"

          "Então Herodes, ao  ver  que   tinha  sido enganado  pelos  magos,  irritou-se  e  mandou  matar  todos  os meni  nos  que  havia em Belém  e  em  seus arredores,  de  dois anos para baixo😢"  [Mt. 2,16]

A voz de um dos três visitantes soara clara e firme à entrada da gruta escura ao cair daquela noite: - "onde está o Rei dos judeus!?". José pouco ou nada compreendeu. Mas tendo em sonhos ouvido falar que certo rei, temendo pela perda de seu reinado, iria mandar procurar por certo menino com intenções de matá-lo, estremeceu! Sendo um homem reto e justo não era comum vê-lo mentir; temendo que o tal menino pudesse ser o seu, foi tão evasivo quanto pode: - "o futuro Rei deve estar pelas redondezas", foram as poucas palavras que saíram temerosas de sua boca.

Se você pensou que acabou, acabou não. Agora vem uma pequena pausa para meditação. Afinal deixamos no ar uma pergunta: é ou não a pressa, inimiga da perfeição? Como bom filósofo ou filósofa, nunca se apresse em responder - perguntar é outra história! Então comecemos - seremos breves, desta vez - com um estratégico "DEPENDE". O "depende" costuma ser o início de uma sábia estratégia, quando se é chamado a responder algo. No presente caso, ora se deve apressar, ora se deve conter o passo. Então vamos lá.

Se alguém precisa da sua ajuda para qualquer coisa que esteja ao seu alcance poder ajudar, APRESSE O PASSO, pois depois pode ser tarde demais! O passado não volta mais, o presente é um tesouro, mas  o futuro é imprevisível demais. A fome, a dor, e o sofrimento, na maioria das vezes não podem esperar.

Se alguém precisa e conta com o seu perdão, não importa o tamanho do prejuízo, da ofensa, ou da situação: APRESSE O PASSO, pois perdão tardio demais é como justiça: diminui gradativamente o seu efeito, e os frutos talvez já não serão tantos. Perdoar exige pressa; pressa, não afobação.

Se você possui um determinado tipo de vício - qualquer que esse vício seja - e está sempre deixando para um pouco mais tarde, começar a mudar, APRESSE O PASSO agora, pois quanto mais arraigada for a árvore que precisa ser cortada, tanto mais difícil de arrancá-la será. Ou você líquida o quanto antes aquilo que pode acabar liquidando você, ou depois pode acabar sendo muito tarde. Vício, quando não chega a ser sinônimo de morte, é quase sempre sinônimo de perdição.

Se alguém traiu você, e até hoje você sente dor, ressentimento e ódio em seu coração, APRESSE O PASSO em tomar providências para conseguir transformar seu ódio em desagrado, o desagrado em pequeno incômodo, e o pequeno incômodo em indiferença. E agora que você liberou a energia que estava investida no ódio e no ressentimento, que são sempre um péssimo investimento, reinvista toda a energia boa e positiva que você puder em amor.

Se alguém - filho, cônjuge, amigo ou irmão - precisa de mais atenção, cuidado, carinho e afeto do que você acha que tem ou que tem dado, APRESSE O PASSO, pois o hoje é um presente mas o futuro é incerto. Não ocorra que, de tanto presumir e duvidar, você acabe deixando a oportunidade passar. E isso seria realmente lamentável.

AGORA:

Se você é "oito ou oitenta", e pensando ser justo costuma recompensa todo bem e punir todo mal, sem distinção alguma da situação e de quem esteja à sua frente, DIMINUA O PASSO urgente, sobretudo antes de julgar e condenar alguém. Nada pior e potencialmente mais trágico do que um julgamento e um juízo apressados. Já diz o ditado: "o apressado come cru; seja menos agitado".

Se você é reconhecidamente compulsivo no muito falar e principalmente no muito gritar, DIMINUA O PASSO e esse mal hábito, gradual e progressivamente. Raramente hábitos são mudados com atos individuais e isolados. Isso é coisa de "canetada" de político maluco, que se considerando um Deus pensa que nunca vai errar e fazer estrago. Hábitos ruins são mudados com hábitos bons; exceto, claro, quando ocorrem milagres. Melhor e mais prudente, entretanto, partir do princípio de que não é esse o seu caso.

Se você ama satisfazer as pessoas - sobretudo os filhos e netos - proporcionando a elas tudo, absolutamente tudo que elas pedem...                        🐫

A voz de um dos três visitantes soara clara e firme à entrada da gruta escura ao cair daquela noite: - "onde está o Rei dos judeus!?". José pouco ou nada compreendeu. Mas tendo em sonhos ouvido falar que certo rei, temendo pela perda de seu reinado, iria mandar procurar por certo menino com intenções de matá-lo, estremeceu! Sendo um homem reto e justo não era comum vê-lo mentir; temendo que o tal menino pudesse ser o seu, foi tão evasivo quanto pode: - "o futuro Rei deve estar pelas redondezas", foram as poucas palavras que saíram temerosas de sua boca.            

A criança, que mal acabara de nascer, permanecia a uma certa distância, mas já no raio de ação e à vista dos visitantes. O do meio dentre eles então perguntou: - "o que fazem vocês nesse lugar escuro e sombrio? Aquela criança vai acabar morrendo de frio!". José congelou! Até aquele momento pensara que seu infante de nome Jesus - fora esse o nome que certo mensageiro lhe havia indicado - não havia sido notado pelos estranhos. "Não somos do lugar - respondeu - e essa pequena gruta, que mais parece uma estrebaria, foi onde restou para ficar. Essa tal de Belém parece mesmo cheia!".

De repente Maria, a mãe do menino, ignorando o eventual perigo e entrando numa espécie de êxtase incontido, pôs-se a proclamar em alta voz: - "minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em meu Deus! Pois Ele olhou para a humildade de sua serva, e por isso de ora em diante todas as gerações hão de chamar-me de Bendita!". "Queiram perdoar - retrucou José, tentando se desculpar - ela só pode estar delirando! Já está há quase um inteiro dia sem se alimentar!".

O terceiro visitante apontou para alguma coisa se mexendo ao lado do recém-nascido. José afastou-se e foi olhar. Voltou em seguida. "Nada perigoso - esclareceu - um pequenino cão que mais parece querer brincar. Não gostariam de entrar?". Fez a pergunta esperando um "não" como resposta, quem sabe conseguindo assim apressar a partida daquela visita inesperada, tão temida quanto indesejada.

O que porém ele ouviria, mais apreensivo ainda o deixaria: "o lugar parece pequeno - respondeu um dos visitantes - mas tampouco nós temos onde ficar. Por isso agradecemos e vamos aceitar". Já se preparavam para entrar quando alguém já muito idoso, sem com ninguém nada falar, tomou-lhes a frente e foi apressadamente diante do menino se postar. Caiu literalmente de joelhos, pondo-se então a sorrir e ao mesmo tempo a chorar. Depois, como se numa espécie de transe estivesse, bem alto se pôs a proclamar: "agora, Senhor, podeis deixar o vosso servo ir em paz! Porque meus olhos puderam contemplar a Salvação que para todos preparastes! Luz para iluminar as nações e glória de Israel, vosso povo! Seja louvado nosso Deus, e Deus de todos os filhos seus".     

José temeu ainda mais pelo menino! Sabia, por uma espécie de inspiração, que aquelas eram palavras perturbadoras mas também denunciadoras, e não palavras quaisquer nascidas da boca de um pobre velho, que sequer direito parecia conseguir falar. Uma voz em seu interior lhe sugeriu permanecer em silêncio. "É Simeão! - foi entretanto o que lhe escapou pela boca - um antigo conhecido e velho amigo nosso. Alguém deve ter lhe falado do nascimento do menino.

Natal é isso: emoção, doação, compreensão, perdão, empatia, partilha, esperança com a vinda de Jesus, comprometimento  envolvimento, crença de que o mundo pode melhorar e muitas outras boas ações…

(*)  Texto enviado por whatsapp, de Vitória (ES)

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