X-REFLETINDO
SOBRE O NATAL NO NATAL...
Por
Lindolivo Soares Moura (*)
"Naqueles dias Maria partiu apressadamente para a
região montanhosa, dirigindo-se à cidade
de Judá. Entrou em casa de
Zacarias e saudou
Isabel",[Lc. 1,39-49]
Você conhece a história:
recém-saída da visita que o anjo Gabriel lhe fizera, e ainda processando a
ideia de ser a futura mãe do Messias e Salvador, Maria decidiu que não poderia
ficar parada. Afinal, novidade daquele "naipe" precisava ser
urgentemente compartilhada; e quem melhor para ser a primeira a ficar sabendo …
"O APRESSADO ENCONTRO
ENTRE ISABEL E MARIA: MAS AFINAL DE CONTAS, A PRESSA É OU NAO É INIMIGA DA
PERFEIÇÃO?"
"Bendita és tu,
entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu
ventre. Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venhã me visitar?" [Lc. 1,42-43]]
"ELE FEZ DE TUDO PARA
QUE ESSA NOITE PUDESSE SER UMA NOITE FELIZ PARA TODOS, MAS AINDA NÃO É: TALVEZ
QUEM SABE UM DIA SEJA!"
"Uma das lições mais
importantes que a vida e o Natal nos ensinam é: de pouco ou nada adianta Jesus
continuar renascendo, se o amor entre os homens insistir em continuar morrendo!
Por aproximadamente mil novecentos e noventa e um anos Ele continua a renascer
- Natal após Natal - mas, ressalvadas as exceções, não há evidência alguma de
que ao redor da 'imensa aldeia global' o amor esteja aumentando; pelo
contrário, alguns sinais sugerem que ele …
Se você pensou que acabou,
acabou não. Agora vem uma pequena pausa para meditação. Afinal deixamos no ar
uma pergunta: é ou não a pressa, inimiga da perfeição? Como bom filósofo ou
filósofa, nunca se apresse em responder - perguntar é outra história! Então
comecemos…
"UMA VISITA INESPERADA: COMO SERIA O
NATAL SE A HISTÓRIA QUE NOS FOI CONTADA TIVESSE SIDO UM POUCO DIFERENTE"
"Então Herodes, ao ver
que tinha sido enganado
pelos magos, irritou-se
e mandou matar
todos os meni nos
que havia em Belém e
em seus arredores, de
dois anos para baixo😢" [Mt.
2,16]
A voz de um dos três
visitantes soara clara e firme à entrada da gruta escura ao cair daquela noite:
- "onde está o Rei dos judeus!?". José pouco ou nada compreendeu. Mas
tendo em sonhos ouvido falar que certo rei, temendo pela perda de seu reinado,
iria mandar procurar por certo menino com intenções de matá-lo, estremeceu!
Sendo um homem reto e justo não era comum vê-lo mentir; temendo que o tal
menino pudesse ser o seu, foi tão evasivo quanto pode: - "o futuro Rei
deve estar pelas redondezas", foram as poucas palavras que saíram
temerosas de sua boca.
Se você pensou que acabou,
acabou não. Agora vem uma pequena pausa para meditação. Afinal deixamos no ar
uma pergunta: é ou não a pressa, inimiga da perfeição? Como bom filósofo ou
filósofa, nunca se apresse em responder - perguntar é outra história! Então
comecemos - seremos breves, desta vez - com um estratégico "DEPENDE".
O "depende" costuma ser o início de uma sábia estratégia, quando se é
chamado a responder algo. No presente caso, ora se deve apressar, ora se deve
conter o passo. Então vamos lá.
Se alguém precisa da sua
ajuda para qualquer coisa que esteja ao seu alcance poder ajudar, APRESSE O
PASSO, pois depois pode ser tarde demais! O passado não volta mais, o presente
é um tesouro, mas o futuro é
imprevisível demais. A fome, a dor, e o sofrimento, na maioria das vezes não
podem esperar.
Se alguém precisa e conta
com o seu perdão, não importa o tamanho do prejuízo, da ofensa, ou da situação:
APRESSE O PASSO, pois perdão tardio demais é como justiça: diminui
gradativamente o seu efeito, e os frutos talvez já não serão tantos. Perdoar
exige pressa; pressa, não afobação.
Se você possui um determinado
tipo de vício - qualquer que esse vício seja - e está sempre deixando para um
pouco mais tarde, começar a mudar, APRESSE O PASSO agora, pois quanto mais
arraigada for a árvore que precisa ser cortada, tanto mais difícil de
arrancá-la será. Ou você líquida o quanto antes aquilo que pode acabar
liquidando você, ou depois pode acabar sendo muito tarde. Vício, quando não
chega a ser sinônimo de morte, é quase sempre sinônimo de perdição.
Se alguém traiu você, e até
hoje você sente dor, ressentimento e ódio em seu coração, APRESSE O PASSO em
tomar providências para conseguir transformar seu ódio em desagrado, o
desagrado em pequeno incômodo, e o pequeno incômodo em indiferença. E agora que
você liberou a energia que estava investida no ódio e no ressentimento, que são
sempre um péssimo investimento, reinvista toda a energia boa e positiva que
você puder em amor.
Se alguém - filho, cônjuge,
amigo ou irmão - precisa de mais atenção, cuidado, carinho e afeto do que você
acha que tem ou que tem dado, APRESSE O PASSO, pois o hoje é um presente mas o
futuro é incerto. Não ocorra que, de tanto presumir e duvidar, você acabe
deixando a oportunidade passar. E isso seria realmente lamentável.
AGORA:
Se você é "oito ou
oitenta", e pensando ser justo costuma recompensa todo bem e punir todo
mal, sem distinção alguma da situação e de quem esteja à sua frente, DIMINUA O
PASSO urgente, sobretudo antes de julgar e condenar alguém. Nada pior e
potencialmente mais trágico do que um julgamento e um juízo apressados. Já diz o
ditado: "o apressado come cru; seja menos agitado".
Se você é reconhecidamente
compulsivo no muito falar e principalmente no muito gritar, DIMINUA O PASSO e
esse mal hábito, gradual e progressivamente. Raramente hábitos são mudados com
atos individuais e isolados. Isso é coisa de "canetada" de político
maluco, que se considerando um Deus pensa que nunca vai errar e fazer estrago.
Hábitos ruins são mudados com hábitos bons; exceto, claro, quando ocorrem
milagres. Melhor e mais prudente, entretanto, partir do princípio de que não é
esse o seu caso.
Se você ama satisfazer as
pessoas - sobretudo os filhos e netos - proporcionando a elas tudo,
absolutamente tudo que elas pedem... 🐫
A voz de um dos três
visitantes soara clara e firme à entrada da gruta escura ao cair daquela noite:
- "onde está o Rei dos judeus!?". José pouco ou nada compreendeu. Mas
tendo em sonhos ouvido falar que certo rei, temendo pela perda de seu reinado,
iria mandar procurar por certo menino com intenções de matá-lo, estremeceu!
Sendo um homem reto e justo não era comum vê-lo mentir; temendo que o tal
menino pudesse ser o seu, foi tão evasivo quanto pode: - "o futuro Rei
deve estar pelas redondezas", foram as poucas palavras que saíram
temerosas de sua boca.
A criança, que mal acabara
de nascer, permanecia a uma certa distância, mas já no raio de ação e à vista
dos visitantes. O do meio dentre eles então perguntou: - "o que fazem
vocês nesse lugar escuro e sombrio? Aquela criança vai acabar morrendo de frio!".
José congelou! Até aquele momento pensara que seu infante de nome Jesus - fora
esse o nome que certo mensageiro lhe havia indicado - não havia sido notado
pelos estranhos. "Não somos do lugar - respondeu - e essa pequena gruta,
que mais parece uma estrebaria, foi onde restou para ficar. Essa tal de Belém
parece mesmo cheia!".
De repente Maria, a mãe do
menino, ignorando o eventual perigo e entrando numa espécie de êxtase
incontido, pôs-se a proclamar em alta voz: - "minha alma engrandece o
Senhor, e meu espírito se alegra em meu Deus! Pois Ele olhou para a humildade
de sua serva, e por isso de ora em diante todas as gerações hão de chamar-me de
Bendita!". "Queiram perdoar - retrucou José, tentando se desculpar -
ela só pode estar delirando! Já está há quase um inteiro dia sem se
alimentar!".
O terceiro visitante apontou
para alguma coisa se mexendo ao lado do recém-nascido. José afastou-se e foi
olhar. Voltou em seguida. "Nada perigoso - esclareceu - um pequenino cão
que mais parece querer brincar. Não gostariam de entrar?". Fez a pergunta
esperando um "não" como resposta, quem sabe conseguindo assim
apressar a partida daquela visita inesperada, tão temida quanto indesejada.
O que porém ele ouviria,
mais apreensivo ainda o deixaria: "o lugar parece pequeno - respondeu um
dos visitantes - mas tampouco nós temos onde ficar. Por isso agradecemos e
vamos aceitar". Já se preparavam para entrar quando alguém já muito idoso,
sem com ninguém nada falar, tomou-lhes a frente e foi apressadamente diante do
menino se postar. Caiu literalmente de joelhos, pondo-se então a sorrir e ao
mesmo tempo a chorar. Depois, como se numa espécie de transe estivesse, bem
alto se pôs a proclamar: "agora, Senhor, podeis deixar o vosso servo ir em
paz! Porque meus olhos puderam contemplar a Salvação que para todos
preparastes! Luz para iluminar as nações e glória de Israel, vosso povo! Seja
louvado nosso Deus, e Deus de todos os filhos seus".
José temeu ainda mais pelo
menino! Sabia, por uma espécie de inspiração, que aquelas eram palavras
perturbadoras mas também denunciadoras, e não palavras quaisquer nascidas da
boca de um pobre velho, que sequer direito parecia conseguir falar. Uma voz em
seu interior lhe sugeriu permanecer em silêncio. "É Simeão! - foi
entretanto o que lhe escapou pela boca - um antigo conhecido e velho amigo
nosso. Alguém deve ter lhe falado do nascimento do menino.
Natal
é isso: emoção, doação, compreensão, perdão, empatia, partilha, esperança com a
vinda de Jesus, comprometimento
envolvimento, crença de que o mundo pode melhorar e muitas outras boas
ações…
(*) Texto enviado por whatsapp, de Vitória (ES)
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