segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

-LITURGIA DA SOLENIDADE DE MARIA, MÃE DE DEUS

 

I-             V-LITURGIA DA SOLENIDADE DE MARIA, MÃE DE DEUS

 

- "Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher". Com estas palavras do Apóstolo podemos refletir com alegria, nesta oitava do Natal, a solenidade da Mãe de Deus. Maria foi escolhida virgem e jovem para trazer em seu seio a salvação. Ela não guardou este dom somente para si, mas o transmitiu a cada um de nós. Em Maria, Jesus se faz carne. Com Maria, reconhecemos a grandeza de Deus que se fez pequenino e rebaixou-se em nossa história. Celebrar esta solenidade é celebrar a maternidade de Maria: maternidade relacionada a Cristo, mas também à Igreja. É por isso, considerada Mãe de todos que nascem para a vida de Deus.

 

- Neste primeiro dia do ano civil, renasce em nossos corações a esperança, fruto da espera de um recomeço com todas as possibilidades que nos apresentam o horizonte de um ano novo. Na primeira leitura do livro dos Números, vemos a benção de Aarão, de modo que ouvimos Deus dizer a Moisés sobre a bênção e paz a serem concedidas aos seus filhos: "o Senhor te abençoe, te guarde, seja benigno, volva o seu olhar e te dê a paz". A bênção não é simplesmente resultado de uma "troca" que fazemos com Deus. Ele nos abençoa porque somos seus filhos. Desse modo, a bênção da primeira leitura é, portanto, um pedido de Deus a Moisés, para que este a transmita a Aarão e esse transmita ao povo de Israel, ou seja, as bênçãos devem ser multiplicadas, repassadas e transmitidas.

 

- Antigamente os filhos pediam a bênção para os pais, os afilhados pediam a bênção para os padrinhos e os fiéis pediam a bênção para os padres. Hoje, infelizmente, poucos mantêm esse costume tão significativo e importante para ter uma vida abençoada. Precisamos urgentemente resgatar esse valor, pois quando abençoamos alguém, desejamos que sua vida caminhe bem e seja guiada por Deus. Uma vez que Deus está no centro da história e da caminhada do seu povo, Ele se dá a conhecer, como vimos no Natal. Mostra a sua face brilhante. Ele protege e conduz o povo rumo ao futuro feliz. Isto tudo é sinônimo de fé e confiança num Deus que, além de revelar o seu rosto, nos ama. Um Deus que se compadece de nós, que tem piedade de nós, pois, apesar de nossas fraquezas, de nossos pecados, Ele nos ama e nos perdoa.

 

- O sentimento de ser amado e perdoado por Deus nos fortalece e recobre de sentido a nossa vida, dando-nos esperança e ânimo. Por isso, a benção de Deus é vida, liberdade e paz para todos. Jesus escolheu a linguagem da manjedoura para nos dizer de fato que Ele é o Deus-conosco. Vemos no "Evangelho da infância" que Jesus nasceu excluído para os excluídos. De modo que Ele permanece nas manjedouras de nosso tempo, e não nos palácios ou nas melhores maternidades. Ele continua a vir ao mundo nos lugares mais inesperados, como debaixo de viadutos, nas favelas e nos imensos focos de pobreza. Enfim, essas são as manjedouras atuais, os lugares que sobram para os mais necessitados nascerem.

 

 - Assim, somos chamados a nos colocar no lugar dos pastores que de receptores da mensagem, passam a ser anunciadores. Isto é, somos chamados a ir ao encontro desse Menino Deus, encontrá-lo e anunciá-lo com alegria e entusiasmo. Também nos inspiramos em Maria, que, mesmo sem compreender totalmente os muitos eventos da ação divina em sua vida, guardava e refletia sobre tudo isso no silêncio de seu coração. Isso nos ensina a confiar em Deus aquilo que escapa ao nosso entendimento. Significa cultivar uma vida de oração e adotar uma postura de total confiança em Deus, permitindo que Ele dirija nossa vida, nossas atitudes e todas as circunstâncias. Portanto, é um ato de entrega plena a Deus. Maria nos ensina o gesto da entrega incondicional a Deus! - Neste Dia Mundial da Paz, peçamos a Deus a graça de sermos promotores da paz. A paz, fruto da justiça que nasce de corações convertidos; daqueles que buscam configurar suas vidas aos ensinamentos de Deus e que são obedientes a Ele, como fez Maria, a Mãe de Deus, e como nos pede a segunda leitura da carta aos Gálatas. É essa paz que o mundo precisa, que não significa apenas ausência de guerra. Nosso Deus se alegra com o ser humano, feito à sua imagem e semelhança, livre e feliz. É como disse Santo Irineu: "A glória de Deus é o ser humano vivo e a vida do ser humano é a visão de Deus".

 

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