I- V-LITURGIA
DA SOLENIDADE DE MARIA, MÃE DE DEUS
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"Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher". Com estas palavras
do Apóstolo podemos refletir com alegria, nesta oitava do Natal, a solenidade
da Mãe de Deus. Maria foi escolhida virgem e jovem para trazer em seu seio a
salvação. Ela não guardou este dom somente para si, mas o transmitiu a cada um
de nós. Em Maria, Jesus se faz carne. Com Maria, reconhecemos a grandeza de
Deus que se fez pequenino e rebaixou-se em nossa história. Celebrar esta
solenidade é celebrar a maternidade de Maria: maternidade relacionada a Cristo,
mas também à Igreja. É por isso, considerada Mãe de todos que nascem para a
vida de Deus.
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Neste primeiro dia do ano civil, renasce em nossos corações a esperança, fruto
da espera de um recomeço com todas as possibilidades que nos apresentam o
horizonte de um ano novo. Na primeira leitura do livro dos Números, vemos a
benção de Aarão, de modo que ouvimos Deus dizer a Moisés sobre a bênção e paz a
serem concedidas aos seus filhos: "o Senhor te abençoe, te guarde, seja
benigno, volva o seu olhar e te dê a paz". A bênção não é simplesmente
resultado de uma "troca" que fazemos com Deus. Ele nos abençoa porque
somos seus filhos. Desse modo, a bênção da primeira leitura é, portanto, um pedido
de Deus a Moisés, para que este a transmita a Aarão e esse transmita ao povo de
Israel, ou seja, as bênçãos devem ser multiplicadas, repassadas e transmitidas.
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Antigamente os filhos pediam a bênção para os pais, os afilhados pediam a
bênção para os padrinhos e os fiéis pediam a bênção para os padres. Hoje,
infelizmente, poucos mantêm esse costume tão significativo e importante para
ter uma vida abençoada. Precisamos urgentemente resgatar esse valor, pois
quando abençoamos alguém, desejamos que sua vida caminhe bem e seja guiada por
Deus. Uma vez que Deus está no centro da história e da caminhada do seu povo,
Ele se dá a conhecer, como vimos no Natal. Mostra a sua face brilhante. Ele
protege e conduz o povo rumo ao futuro feliz. Isto tudo é sinônimo de fé e
confiança num Deus que, além de revelar o seu rosto, nos ama. Um Deus que se
compadece de nós, que tem piedade de nós, pois, apesar de nossas fraquezas, de
nossos pecados, Ele nos ama e nos perdoa.
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O sentimento de ser amado e perdoado por Deus nos fortalece e recobre de
sentido a nossa vida, dando-nos esperança e ânimo. Por isso, a benção de Deus é
vida, liberdade e paz para todos. Jesus escolheu a linguagem da manjedoura para
nos dizer de fato que Ele é o Deus-conosco. Vemos no "Evangelho da
infância" que Jesus nasceu excluído para os excluídos. De modo que Ele
permanece nas manjedouras de nosso tempo, e não nos palácios ou nas melhores
maternidades. Ele continua a vir ao mundo nos lugares mais inesperados, como
debaixo de viadutos, nas favelas e nos imensos focos de pobreza. Enfim, essas
são as manjedouras atuais, os lugares que sobram para os mais necessitados
nascerem.
- Assim, somos chamados a nos colocar no lugar
dos pastores que de receptores da mensagem, passam a ser anunciadores. Isto é,
somos chamados a ir ao encontro desse Menino Deus, encontrá-lo e anunciá-lo com
alegria e entusiasmo. Também nos inspiramos em Maria, que, mesmo sem
compreender totalmente os muitos eventos da ação divina em sua vida, guardava e
refletia sobre tudo isso no silêncio de seu coração. Isso nos ensina a confiar
em Deus aquilo que escapa ao nosso entendimento. Significa cultivar uma vida de
oração e adotar uma postura de total confiança em Deus, permitindo que Ele
dirija nossa vida, nossas atitudes e todas as circunstâncias. Portanto, é um
ato de entrega plena a Deus. Maria nos ensina o gesto da entrega incondicional
a Deus! - Neste Dia Mundial da Paz, peçamos a Deus a graça de sermos promotores
da paz. A paz, fruto da justiça que nasce de corações convertidos; daqueles que
buscam configurar suas vidas aos ensinamentos de Deus e que são obedientes a
Ele, como fez Maria, a Mãe de Deus, e como nos pede a segunda leitura da carta
aos Gálatas. É essa paz que o mundo precisa, que não significa apenas ausência
de guerra. Nosso Deus se alegra com o ser humano, feito à sua imagem e
semelhança, livre e feliz. É como disse Santo Irineu: "A glória de Deus é
o ser humano vivo e a vida do ser humano é a visão de Deus".
https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2024/12/01_01_25.pdf
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