VII-REFLEXÃO
GRANDE
ALEGRIA PARA TODO O POVO!
Na
noite do nascimento de Jesus, o anjo anunciou aos pastores nos campos de Belém:
“não tenham medo. Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será alegria
também para todo o povo. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador,
que é Cristo Senhor” (Lc 2,9-10). A notícia do anjo encheu os pastores de
alegria e animação. Eles foram logo ver o que Deus fez para eles e encontraram
o menino Jesus, envolto em panos e deitado numa manjedoura, com sua mãe e José.
Viram e ficaram maravilhados e cheios de esperança e saíram a contar para todos
os que encontravam. Nesses nossos tempos conturba- dos de guerras e tensões
entre povos, grupos e pessoas, estamos necessitados de boas notícias, que tragam
alegria, conforto e esperança para continuarmos nosso caminho, firmes no
esforço por melhorar este mundo. O Natal é uma boa notícia para todos nós!
Saber que Deus olha para nossa pobreza e confusão e tem compaixão de nós, que
nos envia seu Filho para trazer luz e paz aos homens “de boa vontade” e ensinar
os caminhos de jus- tiça e de paz enche-nos de alegria e esperança. Como é bom
lembrar que não estamos sós e abandonados neste mundo imenso! Quem criou e sustenta
este mundo olha para nós, cuida com sua providência do curso da vida e da
história! Como é bom, saber que este mundo tem solução e esperança e não está
entregue à sua própria sorte, destinado ao eterno caos e à ruína irreparável!
Deus veio ao nosso encontro e se fez “Deus-conosco – Emanuel”. Neste Natal,
renovemos em nós a fé em Deus e agradeçamos pela sua providência paterna. E
reafirmemos nosso desejo de ser “pessoas de boa vontade”, prontas a acolher os
desígnios de Deus a nos- so respeito e a respeito do mundo. Neste Natal, o mundo
deveria “ressetar”, começar de novo a partir do que “Deus viu que era bom”.
Trazemos esse desejo no profundo do coração, como uma saudade de algo que se
perdeu, mas que ainda pode ser encontrado e reconstruí- do. O Natal é para nós
a promessa da renovação de todas as coisas. Podemos começar neste Natal...
Desejo a todos os filhos desta Ar- quidiocese um feliz e abençoado Natal de
Jesus. Que seja festa para todos, na fé, alegria e na fraternidade! Que seja
festa em família, pois o Filho de Deus entrou numa família humana e abençoou
todas as famílias. Que seja festa das crianças, que têm o coração aberto ao
mistério grande que celebramos. Que os aflitos, doentes, pobres e pessoas sem
casa e sem liberdade não fiquem esquecidas. Que seja um feliz e santo Natal
para todos!
Dom Odilo P. Scherer Arcebispo de São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-06-natal-missa-do-dia.pdf
- Ainda
hoje muitas pessoas vivem situações de escuridão e trevas. Não conseguem
enxergar o caminho certo para um crescimento pessoal, comunitário e social
porque se recusam a acolher a verdadeira luz que é Jesus, o Filho amado do Pai
que a nós foi enviado. Já descrevia em sua encíclica "Deus é Amor" o
Papa emérito Bento XVI a triste situação do mundo atual no qual o nome de Deus
é muitas vezes associado à vingança ou mesmo ao dever do ódio e da violência.
- No tempo do profeta Isaías não era
diferente! A desobediência ao projeto de Deus levou toda aquela gente ao
exílio, ao sofrimento. A dominação estrangeira é muito grande e por isso não há
paz. O profeta anuncia que tempos novos virão quando o povo terá um chefe
sábio, fiel a Deus, duradouro e pacífico. Todas as virtudes dos heróis de
Israel são atribuídas ao menino que nasceu para nós: tem a sabedoria de
Salomão, a coragem de Davi, a piedade de Moisés e dos patriarcas; é o
verdadeiro Emanuel!
- Para nós, o Emanuel é Jesus Cristo, o filho
de Maria! Nesta Solenidade anunciamos com grande alegria que chegou para todos
a salvação. Assim cantamos no Salmo 95(96): "Hoje nasceu para nós o
Salvador, que é Cristo o Senhor". Esta é a nossa alegre certeza: um Menino
nasceu para nós, o seu nome é "Deus, vem salvar-nos".
"Salvador" é em nossa língua o nome mais elevado para Jesus de
Nazaré, o Filho de Deus.
- Para reconquistar-nos e para nos elevar em
dignidade, Deus veio a este mundo como uma criança. Nesta "grandiosa
fragilidade" podemos sufocar os primeiros ecos do Verbo Encarnado fazendo
do Natal a festa da sociedade de consumo, do esbanjamento institucionalizado;
festa dos presentes e das decorações luminosas sem partilha e solidariedade;
festa de certa poesia de bondade generalizada sem comprometimento com a vida do
irmão, de um difuso sentimentalismo com verniz de generosidade e emoção. O
sentido verdadeiro do Natal é celebrar a Encarnação da Palavra eterna do Pai em
nossa carne. Todas as luzes, presentes e festas de Natal terão sentido quando
vivermos o que Jesus deixou para nós, especialmente quando promovemos a justiça
e a paz.
- Vivamos as alegrias do Natal sem nos
esquecermos do que nos fala São Paulo no trecho da carta a Tito: a graça de
Deus se manifestou trazendo salvação para todos nós. Por isso, abandonemos a
impiedade e as paixões mundanas para vivermos neste mundo com equilíbrio,
justiça e piedade. Cristo nos resgatou de toda maldade e nos purificou para sermos
Povo de Deus e praticantes do bem. Então, celebrar o Natal é deixar que a força
da luz de Jesus vença todas as sombras. É alimentar nossa esperança numa
qualidade de vida mais justa para os pobres deste mundo. É lutar pela dignidade
dos filhos e filhas do Pai, pois, como diz Santo Agostinho "a glória de
Deus é o homem vivo". Cada vez que um ser humano se liberta dos seus
próprios pecados, cada vez que um ser humano é promovido e respeitado em sua
dignidade é Natal acontecendo!
https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2023/11/24_12_23-noite-de-natal.pdf
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