V-REFLEXÃO III
SOLENIDADE DO NATAL DO
SENHOR
) “Nasceu-nos hoje um Menino, o Filho nos foi
dado”! Esta é a nossa certeza neste dia que o Se- nhor preparou para que
experimen- tássemos a sua fidelidade: o Espera- do das Nações, o Cristo
prometido, veio armar sua tenda entre nós. A divindade invisível tornou-se
visí- vel em nossa carne, dando à nossa história um novo sentido. Com este
nascimento, nossa esperança é re- novada e nossa fé robustecida pela certeza de
que Deus nos ama e que, nascendo pobre, fez-se pobre entre os mais pobres para
realizar seu pla- no de salvação.
Mensagem
Filho de Davi e filho de Deus
Uma história antiga. Por volta do ano 1000ª.C., o
Rei Davi consegue firmar seu “império” e pensa em construir uma “casa”
para Deus, um templo. Mas Deus manda o profeta Natã dizer a Davi que ele não é
de viver em templo: acompanhou o povo de Israel pelo deserto numa tenda, a
Tenda da Aliança. E mais: ele, Deus, vai construir uma casa para Davi – casa no
sentido de família, descendência. E então, Deus será como um pai para o
descendente do rei (1ª leitura).
Mil anos depois, Deus se mostra fiel à sua
promessa. Vive em Nazaré um descendente remoto de Davi. Chama-se José. Tem uma
noiva, Maria. Nesta, ligada à casa de Davi por ser noiva do descendente, Deus
quer suscitar, pela misteriosa ação de seu Espírito, o prometido “filho de
Davi”. Conforme a promessa, Deus será um pai para o prometido, que será para
ele um filho: o “Filho do Altíssimo”, o Messias (Lc 1,32, evangelho). Maria não
consegue imaginar como isso será possível. Ela nem está convivendo com José.
Então, Deus lhe dá um sinal para mostrar que ela pode confiar em sua palavra.
Faz-lhe conhecer a gravidez de sua parenta Isabel, que era estéril. E Maria,
confiante na fidelidade de Deus, dá o seu “sim”: “Aconteça-me segundo a tua
palavra” (1,38).
Deus dá sinais. As profecias, que revelam o modo de
agir de Deus, são sinais de fidelidade de Deus (2ª leitura). Que de Maria nasça
um remoto “filho de Davi” é um sinal de que ele é “Filho de Deus”, obra de Deus
na humanidade. Ora, para realizar seu projeto, Deus se expõe ao “sim” dessa
mocinha do povo. Assim, o “Filho de Deus” será um verdadeiro “filho da
humanidade”, alguém que faça parte de nossa história e nos liberte de verdade.
Só o que é assumido pode ser salvo, diz Sto. Irineu. Se Jesus não fosse verdadeiro
filho da humanidade, nossa salvação nele seria mera ficção.
Não expliquemos. Contemplemos. “Revelação de um
mistério envolvido em silêncio desde os séculos eternos”… (Rm 1,25). Não
peçamos a Deus que ele justifique seu modo de agir para os nossos critérios
“científicos”. Quanto sabemos das coisas da criação… e das do Criador?
Admiremos o modo de Deus se tornar presente. E, sobretudo, não queiramos fazer
da mãe de Jesus uma Maria qualquer. Será que temos medo de reconhecer que, em
algumas pessoas, Deus faz coisas especiais? Estamos com ciúmes? Ora, não acha
cada qual a sua namorada excepcional em comparação com as outras moças? Não
neguemos a Deus esse prazer…
Essa admiração, porém, não é alienação. Só por ser
verdadeiramente humano é que Jesus realiza entre nós uma missão verdadeiramente
divina. Pois se fosse um anjo, nada teria a ver conosco. Jesus é tão humano
como só Deus pode ser. Que ele é descendente de Davi significa que ele resume
em si toda a história humana. Resume, recapitula, reescreve essa história. A
história de Adão, a história de Davi, o “reinado”, da comunidade humana
política e socialmente organizada. Será que desta vez vai dar certo – menos
guerra, adultérios, idolatrias…? Da sua parte, a “qualidade divina” da obra
está garantida. Deus está com ele, “Emanuel”. Mas, e da nossa parte?
Do livro “Liturgia Dominical”, de
Johan Konings, SJ, Editora Vozes
.
https://diocesejacarezinho.org/2014/12/homilia-quarto-domingo-do-adventoano-b/
) “Nasceu-nos hoje um Menino, o Filho nos foi
dado”! Esta é a nossa certeza neste dia que o Se- nhor preparou para que
experimen- tássemos a sua fidelidade: o Espera- do das Nações, o Cristo
prometido, veio armar sua tenda entre nós. A divindade invisível tornou-se
visí- vel em nossa carne, dando à nossa história um novo sentido. Com este
nascimento, nossa esperança é re- novada e nossa fé robustecida pela certeza de
que Deus nos ama e que, nascendo pobre, fez-se pobre entre os mais pobres para
realizar seu pla- no de salvação.
Mensagem
Filho de Davi e filho de Deus
Uma história antiga. Por volta do ano 1000ª.C., o
Rei Davi consegue firmar seu “império” e pensa em construir uma “casa”
para Deus, um templo. Mas Deus manda o profeta Natã dizer a Davi que ele não é
de viver em templo: acompanhou o povo de Israel pelo deserto numa tenda, a
Tenda da Aliança. E mais: ele, Deus, vai construir uma casa para Davi – casa no
sentido de família, descendência. E então, Deus será como um pai para o
descendente do rei (1ª leitura).
Mil anos depois, Deus se mostra fiel à sua
promessa. Vive em Nazaré um descendente remoto de Davi. Chama-se José. Tem uma
noiva, Maria. Nesta, ligada à casa de Davi por ser noiva do descendente, Deus
quer suscitar, pela misteriosa ação de seu Espírito, o prometido “filho de
Davi”. Conforme a promessa, Deus será um pai para o prometido, que será para
ele um filho: o “Filho do Altíssimo”, o Messias (Lc 1,32, evangelho). Maria não
consegue imaginar como isso será possível. Ela nem está convivendo com José.
Então, Deus lhe dá um sinal para mostrar que ela pode confiar em sua palavra.
Faz-lhe conhecer a gravidez de sua parenta Isabel, que era estéril. E Maria,
confiante na fidelidade de Deus, dá o seu “sim”: “Aconteça-me segundo a tua
palavra” (1,38).
Deus dá sinais. As profecias, que revelam o modo de
agir de Deus, são sinais de fidelidade de Deus (2ª leitura). Que de Maria nasça
um remoto “filho de Davi” é um sinal de que ele é “Filho de Deus”, obra de Deus
na humanidade. Ora, para realizar seu projeto, Deus se expõe ao “sim” dessa
mocinha do povo. Assim, o “Filho de Deus” será um verdadeiro “filho da
humanidade”, alguém que faça parte de nossa história e nos liberte de verdade.
Só o que é assumido pode ser salvo, diz Sto. Irineu. Se Jesus não fosse verdadeiro
filho da humanidade, nossa salvação nele seria mera ficção.
Não expliquemos. Contemplemos. “Revelação de um
mistério envolvido em silêncio desde os séculos eternos”… (Rm 1,25). Não
peçamos a Deus que ele justifique seu modo de agir para os nossos critérios
“científicos”. Quanto sabemos das coisas da criação… e das do Criador?
Admiremos o modo de Deus se tornar presente. E, sobretudo, não queiramos fazer
da mãe de Jesus uma Maria qualquer. Será que temos medo de reconhecer que, em
algumas pessoas, Deus faz coisas especiais? Estamos com ciúmes? Ora, não acha
cada qual a sua namorada excepcional em comparação com as outras moças? Não
neguemos a Deus esse prazer…
Essa admiração, porém, não é alienação. Só por ser
verdadeiramente humano é que Jesus realiza entre nós uma missão verdadeiramente
divina. Pois se fosse um anjo, nada teria a ver conosco. Jesus é tão humano
como só Deus pode ser. Que ele é descendente de Davi significa que ele resume
em si toda a história humana. Resume, recapitula, reescreve essa história. A
história de Adão, a história de Davi, o “reinado”, da comunidade humana
política e socialmente organizada. Será que desta vez vai dar certo – menos
guerra, adultérios, idolatrias…? Da sua parte, a “qualidade divina” da obra
está garantida. Deus está com ele, “Emanuel”. Mas, e da nossa parte?
Do livro “Liturgia Dominical”, de
Johan Konings, SJ, Editora Vozes
.
https://diocesejacarezinho.org/2014/12/homilia-quarto-domingo-do-adventoano-b/
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