VI-LITURGIA
DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR
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São Cromácio de Aquileia (Itália, Bispo, nascido no ano 345), comentando esse
evangelho disse: "Que grande mistério foi o batismo de nosso Senhor e
Salvador! O Pai faz-se ouvir do alto do céu, o Filho foi visto na Terra, o
Espírito Santo mostrou-se na forma de uma pomba. Com efeito, não há verdadeiro
batismo nem verdadeira remissão dos pecados onde não houver a verdade da
Trindade. [...] O batismo que a Igreja dá é único e verdadeiro; só se faz,
portanto, uma vez, e ao sermos nele mergulhados uma só vez ficamos purificados
e renovados. Purificados, porque deixamos a mancha dos pecados; renovados,
porque ressuscitamos para uma vida nova depois de nos termos despido da vida
velha do pecado. [...] Portanto os céus abriram-se no batismo do Senhor, a fim
de que, pelo banho do novo nascimento, descobríssemos que o Reino dos Céus está
aberto aos crentes, segundo esta palavra do Senhor: "Ninguém, a menos que
nasça da água e do Espírito, poderá entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5).
Entra, pois, aquele que renasce e que não negligencia a preservação do seu
batismo. [...] Uma vez que Nosso Senhor veio trazer o novo batismo para a
salvação do gênero humano e a remissão de todos os pecados, Ele próprio quis
ser o primeiro batizado, não para se despojar do pecado, pois não cometera
pecado, mas para santificar as águas do batismo com o fim de destruir os
pecados de todos os crentes renascidos pelo batismo".
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Havia uma grande expectativa com relação à chegada do Messias e muitos se
perguntavam se João Batista era ou não esse "Ungido de Deus". O
Batista afirma claramente a diferença enorme entre ele e o Filho de Deus quando
diz: "Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu.
Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no
Espírito Santo e no fogo" (v.16). Outras situações faziam com que o povo
daquela época confundisse quem era o Messias. Ele estava sofrendo demais com a
dominação romana e esse sofrimento o fazia pensar que o Messias seria um
valente guerreiro nacionalista que expulsaria os invasores da sua nação. A
pomba que desceu sobre Jesus em forma visível, imagem do Espírito Santo, e a
voz que disse: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu
bem-querer" (v. 22), revelam que Jesus é o Messias. Aquele que o povo
deveria confiar, pois estava sobre o olhar gracioso de Deus Pai. Toda a cena
cheia de sinais expressa a paz, a esperança e a vida plena que Jesus, o Ungido
de Deus, veio trazer para toda a humanidade e não somente para os israelitas.
Em Cristo encontramos a mensagem de amor e misericórdia, não da guerra e da
violência.
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Ainda podemos dizer que o Messias pede para ser batizado para que se cumpra
toda justiça, isto é, se realize o desígnio do Pai que passa pelo caminho da
obediência filial e da solidariedade com o homem frágil e pecador. É o caminho
da humildade e da plena proximidade de Deus a seus filhos.
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Todos nós, fiéis que nascemos e vivemos na fé da Igreja, temos a necessidade de
redescobrir a grandeza e as exigências da vocação batismal. O Batismo, ao mesmo
tempo que nos faz membros vivos do Corpo de Cristo, não é plenamente
compreendido e vivido por muitos fiéis. Este Sacramento nos foi dado em nome de
Cristo; põe-nos em comunhão com Deus; integra-nos na Família de Deus; é um novo
nascimento; uma passagem da solidariedade no pecado à solidariedade no amor;
das trevas da solidão ao mundo novo da fraternidade.
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Neste domingo, agradeçamos a Trindade Santa por nos acolher na sua Comunidade e
nos fazer pertencentes a esta Igreja. Cabe agora a todos nós sermos sal e luz
nesse mundo, testemunhando o Evangelho, criando fraternidade
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