sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

VI-LITURGIA DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR

 

VI-LITURGIA DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR

- São Cromácio de Aquileia (Itália, Bispo, nascido no ano 345), comentando esse evangelho disse: "Que grande mistério foi o batismo de nosso Senhor e Salvador! O Pai faz-se ouvir do alto do céu, o Filho foi visto na Terra, o Espírito Santo mostrou-se na forma de uma pomba. Com efeito, não há verdadeiro batismo nem verdadeira remissão dos pecados onde não houver a verdade da Trindade. [...] O batismo que a Igreja dá é único e verdadeiro; só se faz, portanto, uma vez, e ao sermos nele mergulhados uma só vez ficamos purificados e renovados. Purificados, porque deixamos a mancha dos pecados; renovados, porque ressuscitamos para uma vida nova depois de nos termos despido da vida velha do pecado. [...] Portanto os céus abriram-se no batismo do Senhor, a fim de que, pelo banho do novo nascimento, descobríssemos que o Reino dos Céus está aberto aos crentes, segundo esta palavra do Senhor: "Ninguém, a menos que nasça da água e do Espírito, poderá entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5). Entra, pois, aquele que renasce e que não negligencia a preservação do seu batismo. [...] Uma vez que Nosso Senhor veio trazer o novo batismo para a salvação do gênero humano e a remissão de todos os pecados, Ele próprio quis ser o primeiro batizado, não para se despojar do pecado, pois não cometera pecado, mas para santificar as águas do batismo com o fim de destruir os pecados de todos os crentes renascidos pelo batismo".

- Havia uma grande expectativa com relação à chegada do Messias e muitos se perguntavam se João Batista era ou não esse "Ungido de Deus". O Batista afirma claramente a diferença enorme entre ele e o Filho de Deus quando diz: "Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo" (v.16). Outras situações faziam com que o povo daquela época confundisse quem era o Messias. Ele estava sofrendo demais com a dominação romana e esse sofrimento o fazia pensar que o Messias seria um valente guerreiro nacionalista que expulsaria os invasores da sua nação. A pomba que desceu sobre Jesus em forma visível, imagem do Espírito Santo, e a voz que disse: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer" (v. 22), revelam que Jesus é o Messias. Aquele que o povo deveria confiar, pois estava sobre o olhar gracioso de Deus Pai. Toda a cena cheia de sinais expressa a paz, a esperança e a vida plena que Jesus, o Ungido de Deus, veio trazer para toda a humanidade e não somente para os israelitas. Em Cristo encontramos a mensagem de amor e misericórdia, não da guerra e da violência.

- Ainda podemos dizer que o Messias pede para ser batizado para que se cumpra toda justiça, isto é, se realize o desígnio do Pai que passa pelo caminho da obediência filial e da solidariedade com o homem frágil e pecador. É o caminho da humildade e da plena proximidade de Deus a seus filhos.

- Todos nós, fiéis que nascemos e vivemos na fé da Igreja, temos a necessidade de redescobrir a grandeza e as exigências da vocação batismal. O Batismo, ao mesmo tempo que nos faz membros vivos do Corpo de Cristo, não é plenamente compreendido e vivido por muitos fiéis. Este Sacramento nos foi dado em nome de Cristo; põe-nos em comunhão com Deus; integra-nos na Família de Deus; é um novo nascimento; uma passagem da solidariedade no pecado à solidariedade no amor; das trevas da solidão ao mundo novo da fraternidade.

- Neste domingo, agradeçamos a Trindade Santa por nos acolher na sua Comunidade e nos fazer pertencentes a esta Igreja. Cabe agora a todos nós sermos sal e luz nesse mundo, testemunhando o Evangelho, criando fraternidade

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