VVI- REFLEXÃO DOMINICAL I:
LEVARAM O MENINO JESUS AO TEMPLO
Celebramos a festa bonita da Apresentação de
Jesus no Templo (cf Lc 2,21-40). Maria e José fazem o que os pais faziam sempre
que nascia o primeiro filho homem, o primogênito. Ele era apresentado a Deus,
como a dizer: “ele pertence a Deus”. A missão dos primogênitos era zelar, em
família, pela continuidade da fé no Deus da Aliança com seu povo e no esforço
de fidelidade do povo a Deus, de geração em geração. O gesto bonito de Maria e
José é repetido ainda hoje por muitos pais cheios de fé: quando nasce uma criança
(não apenas o primogênito), levam-na à igreja e a apresentam a Deus e pedem a
bênção do sacerdote. É o mesmo que dizer: “esse nosso filho, é, acima de tudo,
um filho de Deus. E o confiam aos seus cuidados, pedindo a graça de serem bons
pais. Para os cristãos, a apresentação oficial do filho no templo é o momento
do Batismo. Recordo a todos que essa é uma graça muito grande e bela para os
filhos, que não lhes deve ser negada. A apresentação de Jesus no templo foi
marcada por sinais extraordinários e as profecias de Simeão e da profetisa Ana,
duas pessoas piedosas e firmes na fé e na esperança em Deus. Maria e José ouvem
admirados o que é dito a respeito do menino Jesus; e as pessoas se alegram, por
reconhecer que Deus visitou o seu povo mediante o nascimento desse pequenino.
Não se tratava apenas de mais um primogênito apresentado no templo, mas do
Primogênito da humanidade, que representava a salvação para todos os povos.
Nele se cumpriam as profecias e as esperanças do seu povo. São Lucas diz que Simeão
era um homem ”justo e piedoso e esperava a consolação de Israel” (Lc 2,25). O
velhinho ficou muito feliz e cheio de esperança e alegria ao ver o menino Jesus
e até já queria morrer, porque alcançou ver o que esperou a vida inteira (cf Lc
2,29-31). Também as palavras da profetisa Ana, já com 84 anos de idade, são
marcadas pela esperança e ela, com entusiasmo, de Jesus a todos. A apresentação
de Jesus no templo encheu a todos de esperança. Hoje, a apresentação de Jesus
ao mundo mediante o anúncio do Evangelho e o testemunho da vida cristã, também
é motivo de alegria e esperança para o mundo. Neste dia, a Igreja celebra
também o Dia da Vida Consagrada Religiosa, que é um “sinal de esperança para o
mundo”. As diversas formas da Vida Consagrada são testemunhos vivos da fé e da
esperança que brotam do Evangelho. Se há características marcantes da Vida
Religiosa Consagrada, essas são a fé, a esperança e a caridade, que expressam a
vida nova segundo o Evangelho. E o Evangelho é um bem para o mundo, para cada
pessoa, e não apenas para os cristãos. Hoje, também agradeço a Deus pelo 23º
aniversário de minha ordenação episcopal. Foi uma grande graça que Deus me fez,
para ser dom para a Igreja. Estou muito feliz por ter-me dado Deus a graça de
viver esse dom. Peço que rezem por mim, para que eu seja fiel até o fim.
Durante o Ano Jubilar de 2025, somos lembrados de que somos “peregrinos de
esperança” e estamos a caminho da realização plena das promessas de Deus, que é
fiel e não decepciona a quem nele espera.
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São
Paulo.
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2024/12/Ano-49C-14-APRESENTACAO-DO-SENHOR.pdf
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