domingo, 12 de janeiro de 2025

Xi- REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES MOURA (* ) "SERIA O FILHO MAIS VELHO, O PERVERSO? VERSO, REVERSO, E O LADO CONTROVERSO DA PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO"

 

 

Xi- REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES MOURA (* )

"SERIA O FILHO  MAIS VELHO, O PERVERSO? VERSO, REVERSO, E O LADO CONTROVERSO DA PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO"    

              "Merda: até isso  ele teve que comer, para que a  lição aprendesse.  Já o  irmão mais velho, que

vivera  na abundância,  pouco ou  na- da  ele  aprendeu"

A parábola, com certeza você já conhece e bem. Pai rico e abastado, fortuna elevada, e para os filhos a certeza de uma herança polpuda e recheada. Para surpresa do pai, que com certeza por aquela atitude não esperava, sem ter feito previsão alguma como geralmente se faz o mais novo deles - justo ele!? Não poderia ter sido o mais velho!? - se apresenta diante dele reivindicando sua parte na herança. Nem idade para fazer tal exigência a criatura tinha; juízo então, menos ainda. Curioso é que o pai pouco ou nada  diz para o filho; recomendação, como todo pai e toda mãe costumam encher a cabeça de qualquer filho antes que o mesmo decida partir para algum lugar estranho, nenhuma. Perguntar algo, tal como a razão , o motivo, ou afinal de contas o que estava acontecendo, menos ainda. "Pai  desnaturado e insensível", poderiam opinar alguns; "pai sensato e inteligente", poderiam retrucar outros. O fato é  que a dúvida até hoje permanece! Quem souber e quiser que se apresente, esclareça, e nos forneça a resposta certa; tanto para a postura do pai quanto para a atitude do filho. Conselho, pelo que consta, nenhum ele teria dado; advertência - que seria o esperado, tampouco; nem umazinha. E olha que experiência para orientação tanto de vida quanto espiritual, ele tinha. Aliás, tinha de sobra. O filho e irmão mais velho não se encontrava em casa na hora da partida. Chega a ser no mínimo curioso, para não dizer estranho, que o autor da narrativa não tenha feito um único comentário sobre qualquer possível preocupação por parte desse irmão mais velho. E se de fato nenhuma preocupação teria existido, fica a pergunta: qual teria sido a razão ou o motivo? Somente ao pai, ao que tudo indica ou parece, acabou recaindo o peso de carregar sobre os ombros a dor da perda e o luto da separação. "Preocupação", no estrito sentido da palavra, parece não ter havido nenhuma; nada consta. Um tanto angustiado, sim, talvez o pai possa ter ficado. Para alegria e grande júbilo seu, entretanto, o teimoso e cabeçudo acabaria sendo  resgatado vivinho da silva, tempos mais tarde. Tempo de que, exatamente, só mesmo o pai, tanto o divino quanto o humano, poderiam saber ao certo. Para o narrador da história - ou "estória", se assim se preferir - tempo suficiente, mas já no limite, para que ele não perdesse de vez a cabeça e decidisse acabar com a própria vida, tamanha era sua desgraça e descomunal seu infortúnio. Seu retorno para casa,  já muito tempo depois de sua partida, acabaria provocando atitudes ambíguas, sobretudo em duas pessoas: alegria e satisfação extremas no pai, frieza e indiferença incomuns no irmão mais velho, que no momento da partida sequer dele se despedira.

 

"Espera aí! Saltamos em questão de segundos, para o final da trama, justamente quanto falávamos do seu início. O que houve!?" - você pode ou já deve estar questionando. Você tem razão. Retomando, portanto. Hora da partida: sorrisos, beijos e abraços, tudo como recomendava o figurino - figurino não, esse já é um termo bem mais recente - como recomendava o costume da época. Duas ou três lágrimas, por parte do pai ou do filho ninguém sabe dizer ao certo, e o início de toda aquela saga estava configurado. Tchau e bença, fé em Deus, e pé na tábua! Ou, "pé na estrada", para quem achar mais bonito ou mais adequado!

 

Quando se tem riqueza nesta vida, tudo se assemelha a um paraíso…

( * )Reflex~So enviada de Vit´proa (ES) por whatsapp.

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