XiI- REFLETINDO UM POUCO MAIS SOBRE AS BODAS DE CANÁ
O seguinte comentário do
Evangelho é elaborado por Maria
Cristina Giani, Missionária de Cristo Ressuscitado.
Um vinho novo
No segundo domingo do Tempo Comum, a Igreja oferece-nos um texto
do evangelho de João. Situado no capitulo dois este texto apresenta-nos uma
realidade muito bonita e também tem um grande sentido simbólico e espiritual:
uma boda.
Jesus é convidado para participar dessa
festa junto com seus discípulos e discípulas e também aparece uma presença
muito importante que é Maria.
Situado depois da passagem de Jesus pelo deserto, do encontro
com o Batista e seus primeiros discípulos, o evangelista apresenta-nos uma
festa de casamento em Caná de Galileia. Caná é uma aldeia muito simples,
situada a poucos quilômetros e rodeada de pequenas colinas cobertas de
oliveiras.
Para os discípulos de Jesus, anteriormente discípulos de João
Batista, participar de uma festa de casamento com seu Mestre era sem dúvida uma
situação muito diferente daquela que eles estavam acostumados.
Lembremos que João Batista vivia e pregava no deserto, vestia
peles de camelo e comia gafanhotos e mel silvestre (Mc 1, 6). Suas palavras
continuamente convidam a reconhecer os próprios pecados, a uma mudança de
vida; revelam um Deus exigente mais também animam a esperança no Messias
desejado.
Possivelmente para eles não era muito fácil pensar num Messias
tão próximo que celebra, junto com eles e todo o povo, suas alegrias como
vemos neste relato de uma boda.
Desta maneira, o evangelista, desde o
início da vida pública de Jesus, mostra o essencial que Ele veio nos revelar.
Uma nova imagem de Deus. Não é um Deus preso à lei dos fariseus,
senão que, pelo contrário, o Deus que Jesus revela é um Deus que celebra a vida, que partilha
com o povo porque está a seu lado, nas alegrias, nas
dores, nos diferentes momentos d e sua vida.
Os seguidores de Jesus ensinam-nos uma atitude principal de um/a
discípulo/a, permanecer junto com o Mestre, estar com Ele, segui-Lo, mesmo sem
compreender tudo, porque é no caminhar juntos que o vamos conhecendo, sem
conhecê-Lo plenamente.
Entra em cena Maria, trazendo no meio da festa a necessidade dos
noivos: "Eles
não têm mais vinho!".
Se olharmos ao nosso redor, nosso país, nosso mundo podemos
perguntar-nos quais são as necessidades que neste momento Maria está
sinalizando: "Há crianças que morrem de fome", "Elas
são vítimas do tráfico humano", "Eles não têm moradia
digna",
"Eles não encontram sentido para sua vida"...
Cada um/a de nós pode se sensibilizar e
solidarizar com Maria olhando para a realidade na qual vivemos, e como ela
apresentá-la a Jesus. Que diríamos para Ele?
Fonte: www.novotempo.com
Maria
confia no seu Filho.
Ela simboliza todos aqueles que, em Israel, esperam a realização
das promessas messiânicas. Representa
aqueles que, conscientes da realidade aguardam algo novo.
Eles não se conformam porque esperam algo mais!
Aparece uma característica
nova de Jesus. Ele se deixa tocar e comover pelo sofrimento dos
outros.
Ele se apresenta como um Deus sensível e próximo. Que diferente
do Deus inacessível e intocável dos fariseus e sacerdotes da Lei!
Jesus não age sozinho, precisa da
comunidade para fazer acontecer o novo: "Jesus disse aos que serviam: «Encham de água esses potes»".
Os potes
de pedra serviam para a purificação dos judeus, segundo a
sua tradição. O evangelista disse que eram seis, representando neles o Antigo
Testamento, a Antiga Aliança.
Mas eles já nos servem mais, ao transformar a água em
vinho, Jesus
inaugura um tempo novo, uma nova festa caracterizada pela
generosidade e gratuidade de Deus que a faz possível. Doravante os ritos
judaicos de purificação estão superados, pois a verdadeira purificação vem
através de Jesus.
As expectativas messiânicas realizam-se em Jesus.
O mestre-sala não sabia de onde vinha o vinho novo, mas "os que serviam estavam sabendo,
pois foram eles que tiraram a água".
A comunidade representada nos serventes é testemunha da ação de
Jesus: "Porque a
vida se manifestou, nós a vimos, dela damos testemunho..." (1Jo
1, 2).
O primeiro sinal de Jesus é através do vinho novo, que permite a
festa de casamento acontecer.
Neste texto, o
evangelista nos apresenta já o projeto de vida nova que Jesus traz: a vida
em abundância, na qual todos/as somos convidados/as a ser ativos-/as
protagonistas.
Oração
Que este poema nos ajude a continuar descobrindo a
Presença de Deus na vida diária.
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