XI-REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES
MOURA(*)
Ano
Novo
"NOVO
ANO! MAS SERÁ QUE VOCÊ 'PASSOU' DE ANO OU FICOU REPROVADO[A]? SE NÃO PASSOU, OU
PASSOU 'PELAS PONTAS', AI VÃO OITO DICAS PARA VOCÊ NÃO CORRER O RISCO DE TER
QUE REPETIR 2025 EM 2026, OU ENTÃO SIMPLESMENTE PASSAR 2025 COM NOTA DEZ!
CONFIRA AÍ!"
"Em si
mesmo nenhum ano do mundo é novo ou velho. Novas ou velhas
são as pessoas e as coisas que habitam o mundo"
[L.S.M.]
DICA NÚMERO 01: "PROMETA MENOS E COMPROMETA-SE
MAIS: de promessas, boas intenções, e votos de que sonhos e expectativas se
realizem em determinado tempo ou situação, esse nosso mundo não está apenas
cheio; está simplesmente abarrotado! E ao que tudo indica a má política -
aquela que sem desdém algum se pode chamar de "politicagem" - parece
que tem sido, sempre foi, e tudo indica que continuará sendo por largo tempo o
exemplo mais paradigmático do ora "toma lá, dá cá!", ora do
"nada tenho a declarar!", e em especial do "prometeu mas não
cumpriu! Simplesmente desapareceu!".
Fazendo
justiça antes de continuar: existem bons políticos, ótimos, até mesmo
excelentes, no governo desse país. Do que acontece do outro lado do mundo, ou
mais reduzidamente, do planeta, pouco saberia eu dar notícia ou fazer
comentário confiável. Mas aqui entre nós, nesse brasilsão que com ou sem alguma
razão se costuma afirmar ser a pátria do Criador - comentários tendenciosos
andam afirmando por aí que Deus é brasileiro mas já teria solicitado visto de
saída - "prometer e não cumprir" tem sido a regra, e só lá uma vez ou
outra, de vez em quando, honrosa exceção. Político honesto mesmo, aquele
cidadão que já era bom muito antes de se tornar bom político, que é e que faz
questão de ser referência para a família, os
filhos e os amigos, esse pouco ou nada promete: sabe que o importante é
comprometer-se. A vida vai nos ensinando pouco a pouco que aquele que muito
promete termina fazendo da promessa seu próprio cartão de visita: "votem
em mim, mas depois não digam que eu não avisei ou que não deixei clara minha
declarada [in]disposição de não cumprir!". A propaganda que entre nós
antecede períodos de votação - isso, de vereador a presidente, tudo com letra
minúscula, infelizmente - hoje em dia
não ilude e não engana mais ninguém; nem mesmo uma criança. Persuadir e
convencer, então, menos ainda; fica fora de cogitação. Provavelmente decorrem
daí a grande desilusão e a desesperança cada vez mais crescente de nossos
jovens, de nossos adolescentes, de nossos idosos e até mesmo de nossas
crianças. O simples fato de se ouvir a palavra "prometo!", já é para
muita gente prenúncio de não cumprimento. Ou, o que dá no mesmo, certeza de
"não comprometimento". Para o
otimismo e o idealismo que sempre se espera ser de uma forma ou de outra a
marca registrada de toda e qualquer geração, isso não é nada bom! Aliás, isso é
horrível, é terrível, é péssimo!
Você,
muito provavelmente, deve estar aí do outro lado da linha agradecendo, se
benzendo, e ao mesmo tempo se dizendo: "graças a Deus não sou, nunca fui,
e muito menos ainda pretendo um dia ser político!". Também eu já pensei
dessa mesma forma por durante longo tempo. Depois, visto que mais cedo ou mais
tarde a vida acaba nos convencendo - mesmo que por meio de trancos, muito
sofrimento e de um solavanco atrás do outro - fui convencido - certo amigo meu discorda; diz que não fui
"convencido", e sim, "constrangido" - a cair na real e dar
ambos os braços a torcer. Dei-me conta, então, de que não sou político mas por
outro lado sou esposo, pai de família, cidadão psicólogo, professor,
educador...Preciso debulhar o abcdário todo!? Não!? Então proponho o seguinte:
vou tomar como exemplos de abordagem fora da política apenas dois, e depois
cada um que ora me acompanha na reflexão os retoma e aplica em seu caso
particular, concreto e específico. Vamos lá, então!?Exemplo número um:
"vida matrimonial" [casamento, união estável, bigamia, poligamia,
triglicemia - epa!Esse não! - seja lá no que for que você esteja pensando, que
possa significar algo parecido com um "projeto familiar estável de curto a
médio, ou de médio a longo prazo"]. A propósito, um parêntese antes de
seguir em frente: reduzir a riqueza dessa experiência mencionada chamada
"família", ao modelo único e inquestionável da tradicional
"familia nuclear judaico-cristã", só pode ter sido mesmo coisa de
maluco ou então de quem optou por celibatário, eunuco ou ambas as coisas ao
mesmo tempo. Fosse esse o meu caso, optaria, lógico, pelo celibato; e bastaria!
Abster-se de fazer uso de certos instrumentos é uma coisa, oferecer esses
mesmos instrumentos em sacrifício, mormente de natureza cruenta, Deus que nos
livre! Espero também que não tenha sido esse o seu caso. Ainda assim, apenas e
tão somente a título e justificativa de maior ganho de tempo, tomemos o
referido modelo de família como exemplo. Dia das cerimônia do aguardado
casamento, de preferência com a igreja cheia para efeito de maior contundência
da "promessa" a ser proferida. Chegado o tão esperado momento - para
quem professa uma fé genuína e autêntica, o "momento mais sagrado" -
ouve-se ecoar pelos ares, acompanhado de um envolvente coro de Santos Anjos do
Senhor, a mútua e esperada promessa feita pelos nubentes: "eu te prometo
ser fiel na alegria, na tristeza, na saúde, na doença, e...!". E basta! O
restante da promessa você já sabe de cor e salteado! Até porque certamente você
não só ouviu mas já repetiu muitas vezes essa mesma declaração, em preparação
para quando eventualmente o aguardado dia for o seu. Consegue entender - é uma
pergunta, ok!? - a razão pela qual quando ouvimos votos desse tipo e promessas
desse calibre e contundência a gente fica quietinho, caladinho, só raciocinando
e pensando baixinho: "tadinho[a]! A primeira infidelidade entre esses dois
- não necessária e obviamente aquela na qual você está pensando nesse exato momento
- certeza de que não passa da lua de mel; talvez quem sabe, do mês seguinte; no
mais tardar e na melhor das hipóteses, com muito fé e uma mãozinha extra
daquele que tudo pode, do primeiro ano!". A realidade nua e crua, sendo
claro e sincero, é a seguinte: quem de fato nessa vida muito promete, com pouco
ou quase nada se compromete em lugar nenhum, razão lógica pela qual nos é
permitida essa inevitável conclusão: aquele ou aquela que com o muito se
compromete, a rigor fica dispensado de prometer coisa alguma. "Promessa é
dívida!", a gente costuma dizer! Aí vem a pergunta mais que impertinente:
como é que alguém pode ou poderia - nesta exata ordem, por favor, é importante
- 01)"prometer", 02)"publicamente, 03)"sob juramento", 04)"de natureza sagrada",
05)"com penhora da própria palavra", aquilo que jamais pode ou
deveria ser prometido, e muito menos ser objeto de penhora: "amor,
lealdade e fidelidade não só por agora, por certo tempo, mas toda a vida até a
eternidade, ou na pior hipótese - ou melhor, cada um que decida por si próprio
- até que a morte os separe, sem outra garantia de cumprimento da promessa
senão a própria promessa, expressa sob a
penhora da própria palavra!? Jogo com as palavras convicto de com elas não estar
brincando, divertindo, zombando menos ainda, para que eu, você, e quem mais
quer que com isso esteja disposto a se envolver, possamos de uma vez para todas
entender que não é razoável, aconselhável, aceitável - justo então, nem se
diga! - tratar o outro como se ele ou ela fosse alguém mentalmente retardado e
incapaz de perceber a arapuca ou a cilada em que não apenas um deles, mas
ambos, estão traiçoeira e lubridiadamente "não exatamente se
colocando", mas sim "sendo colocados". Ponto, parágrafo, porque
sobre o primeiro exemplo já basta. Ufa!
Segundo
exemplo [se é que haja ainda do outro lado alguém me acompanhando, mas já
considerando que a presente reflexão já vai se alongando para além do razoável,
fica esse mesmo alguém autorizado(a) a parar por aqui e saltar direto para o
parágrafo final. Caso contrário, "vamos que vamos!". Segundo exemplo,
e retomando: "religião versus boa-fé do cidadão". Não importa qual
seja a religião que em tela se veja representada: cristã, budista, induísta,
judaícista, islamita ou uma outra qualquer, o fato que aqui mais nos interessa
é o seguinte: não conheço nenhuma, uma única delas sem excessão a essa regra,
que consiga sobreviver dignamente, e por
razoável espaço de tempo, aceitando abrir mão do principio seguinte, "regra
de ouro" para todas elas, quiçá com uma brevíssima e honrosa menção ao
Budismo, que para alguns como Lou Marinoff, entretanto, coloca o status de
"religião" desta que poderia ser apenas uma filosofia de vida, sob
suspeição: "prometer menos do que geralmente se promete, e se comprometer
mais do que ordinariamente se compromete". Caso, hipoteticamente falando,
alguma dessas ou qualquer outra religião, consiga alcançar essa façanha, das
duas uma ou das duas ambas: ou logrou êxito porque deixou de ser religião para
se transformar em política oportunista, ou então porque o conchavo com a
política e com certos políticos ultrapassou todos os limites éticos do
admissível e do politicamente correto. Se você conhece algum caso desse tipo de
sobrevivência digna, nobre e honesta fora dessas dua razões mencionadas, das
duas uma ou das duas ambas, novamente: ou o próprio Ministro do Sagrado se
candidatou a algum cargo político - e para desgraça geral de toda a nação,
ainda que não dele e da própria família, acabou sendo eleito - ou então na
certa foi por puro milagre. Em prevalecendo essa segunda alternativa de razão,
sugere-se providenciar patenteamento imediato do milagre, isso para o caso de
poder haver, posteriormente, candidatura desse mesmo candidato eleito por puro
milagre à santidade, e por via direta desta conquista, do direito e acesso de
entrada direta no paraíso. Fora isso, como já afirmamos, se você conhece
qualquer outro caso em que o mencionado êxito tenha sido alcançado por outra
via, sem recurso a nenhuma das estratégias mencionadas, é só por favor me
informar o nome dessa religião que não tem como não ser divina, me convencer em
seguida da factualidade da façanha, e feito isso eu me comprometo a
providenciar a minha conversão já para o dia seguinte. Dia seguinte, não, mesmo dia; sendo ainda mais específico: mesma
hora. Desafio qualquer Ministro do Sagrado a submeter-se, também ele, à
experiência em questão. A começar - essa é a minha sugestão - por abrir mão da
metade - metade não, um terço... terço também não porque poderia gerar
confusão; um quarto... também não porque poderia gerar embaraço; um quinto - um
quinto fica bem - da quinta parte das promessas feitas sobre o Altar do Senhor
- maiormente daquelas vinculadas à vida futura e eterna, e não prioritariamente
à vida presente - e posteriormente verificar se consegue convencer e atrair
pelo menos meia dúzia de fiéis ou crentes - exagerei no "meia" para
causar mais impacto na provocação - para as posteriores liturgias e celebrações
sob sua responsabilidade ou sob sua presidência. Bem já há muito vem afirmando
a sabedoria popular à qual muitos atribuem ser a voz do próprio Deus:
"quem vive de promessa é político, vendedor de livro, e quem faz as juras
do altar". Como assim!? Nunca ouviu esse ditado!?. Como não!? Se você não
ouviu, e nem ouviu a maioria, pronto! Tá criado! Acabei de criar nesse exato
momento! Retomando e concluindo, porque agora até eu mesmo já começo a me
cansar. Parágrafo conclusivo - ou, para aqueles que já estão mais
familiarizados com meus escritos, "à guisa de conclusão".
Em minha
sincera, ainda que modesta opinião, o mundo está como está, e não de outra
forma diferente - entre outras motivos e razões, evidentemente - simplesmente
porque a maioria absoluta das pessoas,incluindo a gente, ressalvadas as
raríssimas e honrosas exceções "prometemos em excesso e nos comprometemos
de menos"; na maioria das vezes, e na maior parte das situações, muito
aquém tanto do esperado quanto do efetivamente prometido. Na ordem direta desse
mesmo princípio - ou inversa, sei lá; já começo a ter dificuldade raciocínio e
até de equilibrio - podemos segura e sem sem sombra de dúvida
concluir o seguinte: quanto mais uma pessoa de fato se compromete com algo em
específico, tanto mais livre e dispensada fica essa mesma pessoa do
constrangimento de se ver obrigada a prometer para além do que ela efetivamente
está em condições de cumprir. Concluindo de vez: se você sendo ou não político
de carteirinha, preza por ser honrado no conteúdo de sua fala e nas promessas
que por meio dela eventualmente você venha a fazer tanto em público como no
privado, melhor ficar particularmente atento não só ao que você promete por
meio dessa mesma fala, mas também, e sobretudo, àquilo com o qual efetivamente
você se encontra em condições de realizar e cumprir. Pessoas probas e
confiáveis, muitas delas mundialmente reconhecidas como Grandes Mestres da
Humanidade, sempre se mantiveram e continuam se mantendo cientes e conscientes
desse mesmo princípio. Agora, se você
está totalmente convicto de que essa vida que levamos nesse mundo, não passa de
um autêntico e caótico balaio de gato, e que quanto mais você ameaça, arranha, trapaceia e grita com as
pessoas, é certeza de que você está seguindo a mais eficaz e invariavel lei da
sobrevivência - da convivência isso pouco importa - nesse caso a melhor decisão
a tomar talvez seja mesmo "fechar para balanço"! E em sendo esse o
caso, sinto muito, mas com pessoas do seu status e calibre fica realmente muito
difícil de se dialogar, e menos ainda de se entender e conciliar, como seria o
desejável. Pior que isso é saber que pelo menos metade da humanidade - sou
"realista com esperança", nas pegadas de Ariano Suassuna e de Rubem
Alves - pensa, defende, age e ensina exatamente como você! Fazer o quê!? Na
pior das hipóteses, rezar muito e com fé infinita rogar ao Criador de tudo para
que nos seja enviado um outro dilúvio; na melhor delas, continuar acreditando
com igual ou maior intensidade no que a outra metade pensa, defende, ensina e
pratica. De qualquer forma é preciso que se diga: assim como não é tão raro que
gente da metade do lado de cá da linha, acabe mais cedo ou mais tarde migrando
para a outra metade do lado de lá dessa mesma linha, sempre estará sendo
oferecida a oportunidade para que você possa migrar do lado da metade em que você
está, para o lado da outra metade na qual você nunca esteve. Como diria Zezinho
- o sempre estimado, respeitado e querido Padre Zezinho - "a decisão é
sua! A decisão é sua! A decisão...". E ponto final!
Obs.
a cada dia da "oitava do Ano Novo" uma nova "dica". Só
aguardar pela próxima.
( * )’Esse texto foi enviado via
Whatsapp de Vitória-ES’’
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