sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

XI-REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES MOURA(*) Ano Novo

 

 

XI-REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES MOURA(*)

Ano Novo

"NOVO ANO! MAS SERÁ QUE VOCÊ 'PASSOU' DE ANO OU FICOU REPROVADO[A]? SE NÃO PASSOU, OU PASSOU 'PELAS PONTAS', AI VÃO OITO DICAS PARA VOCÊ NÃO CORRER O RISCO DE TER QUE REPETIR 2025 EM 2026, OU ENTÃO SIMPLESMENTE PASSAR 2025 COM NOTA DEZ! CONFIRA AÍ!"

                          

               "Em  si  mesmo nenhum ano do mundo  é  novo ou velho. Novas ou  velhas  são as pessoas e as coisas que habitam o mundo"  [L.S.M.]    

 

DICA NÚMERO 01: "PROMETA MENOS E COMPROMETA-SE MAIS: de promessas, boas intenções, e votos de que sonhos e expectativas se realizem em determinado tempo ou situação, esse nosso mundo não está apenas cheio; está simplesmente abarrotado! E ao que tudo indica a má política - aquela que sem desdém algum se pode chamar de "politicagem" - parece que tem sido, sempre foi, e tudo indica que continuará sendo por largo tempo o exemplo mais paradigmático do ora "toma lá, dá cá!", ora do "nada tenho a declarar!", e em especial do "prometeu mas não cumpriu! Simplesmente desapareceu!".

Fazendo justiça antes de continuar: existem bons políticos, ótimos, até mesmo excelentes, no governo desse país. Do que acontece do outro lado do mundo, ou mais reduzidamente, do planeta, pouco saberia eu dar notícia ou fazer comentário confiável. Mas aqui entre nós, nesse brasilsão que com ou sem alguma razão se costuma afirmar ser a pátria do Criador - comentários tendenciosos andam afirmando por aí que Deus é brasileiro mas já teria solicitado visto de saída - "prometer e não cumprir" tem sido a regra, e só lá uma vez ou outra, de vez em quando, honrosa exceção. Político honesto mesmo, aquele cidadão que já era bom muito antes de se tornar bom político, que é e que faz questão de ser referência para a família, os  filhos e os amigos, esse pouco ou nada promete: sabe que o importante é comprometer-se. A vida vai nos ensinando pouco a pouco que aquele que muito promete termina fazendo da promessa seu próprio cartão de visita: "votem em mim, mas depois não digam que eu não avisei ou que não deixei clara minha declarada [in]disposição de não cumprir!". A propaganda que entre nós antecede períodos de votação - isso, de vereador a presidente, tudo com letra minúscula, infelizmente -  hoje em dia não ilude e não engana mais ninguém; nem mesmo uma criança. Persuadir e convencer, então, menos ainda; fica fora de cogitação. Provavelmente decorrem daí a grande desilusão e a desesperança cada vez mais crescente de nossos jovens, de nossos adolescentes, de nossos idosos e até mesmo de nossas crianças. O simples fato de se ouvir a palavra "prometo!", já é para muita gente prenúncio de não cumprimento. Ou, o que dá no mesmo, certeza de "não  comprometimento". Para o otimismo e o idealismo que sempre se espera ser de uma forma ou de outra a marca registrada de toda e qualquer geração, isso não é nada bom! Aliás, isso é horrível, é terrível, é péssimo!

Você, muito provavelmente, deve estar aí do outro lado da linha agradecendo, se benzendo, e ao mesmo tempo se dizendo: "graças a Deus não sou, nunca fui, e muito menos ainda pretendo um dia ser político!". Também eu já pensei dessa mesma forma por durante longo tempo. Depois, visto que mais cedo ou mais tarde a vida acaba nos convencendo - mesmo que por meio de trancos, muito sofrimento e de um solavanco atrás do outro - fui convencido  - certo amigo meu discorda; diz que não fui "convencido", e sim, "constrangido" - a cair na real e dar ambos os braços a torcer. Dei-me conta, então, de que não sou político mas por outro lado sou esposo, pai de família, cidadão psicólogo, professor, educador...Preciso debulhar o abcdário todo!? Não!? Então proponho o seguinte: vou tomar como exemplos de abordagem fora da política apenas dois, e depois cada um que ora me acompanha na reflexão os retoma e aplica em seu caso particular, concreto e específico. Vamos lá, então!?Exemplo número um: "vida matrimonial" [casamento, união estável, bigamia, poligamia, triglicemia - epa!Esse não! - seja lá no que for que você esteja pensando, que possa significar algo parecido com um "projeto familiar estável de curto a médio, ou de médio a longo prazo"]. A propósito, um parêntese antes de seguir em frente: reduzir a riqueza dessa experiência mencionada chamada "família", ao modelo único e inquestionável da tradicional "familia nuclear judaico-cristã", só pode ter sido mesmo coisa de maluco ou então de quem optou por celibatário, eunuco ou ambas as coisas ao mesmo tempo. Fosse esse o meu caso, optaria, lógico, pelo celibato; e bastaria! Abster-se de fazer uso de certos instrumentos é uma coisa, oferecer esses mesmos instrumentos em sacrifício, mormente de natureza cruenta, Deus que nos livre! Espero também que não tenha sido esse o seu caso. Ainda assim, apenas e tão somente a título e justificativa de maior ganho de tempo, tomemos o referido modelo de família como exemplo. Dia das cerimônia do aguardado casamento, de preferência com a igreja cheia para efeito de maior contundência da "promessa" a ser proferida. Chegado o tão esperado momento - para quem professa uma fé genuína e autêntica, o "momento mais sagrado" - ouve-se ecoar pelos ares, acompanhado de um envolvente coro de Santos Anjos do Senhor, a mútua e esperada promessa feita pelos nubentes: "eu te prometo ser fiel na alegria, na tristeza, na saúde, na doença, e...!". E basta! O restante da promessa você já sabe de cor e salteado! Até porque certamente você não só ouviu mas já repetiu muitas vezes essa mesma declaração, em preparação para quando eventualmente o aguardado dia for o seu. Consegue entender - é uma pergunta, ok!? - a razão pela qual quando ouvimos votos desse tipo e promessas desse calibre e contundência a gente fica quietinho, caladinho, só raciocinando e pensando baixinho: "tadinho[a]! A primeira infidelidade entre esses dois - não necessária e obviamente aquela na qual você está pensando nesse exato momento - certeza de que não passa da lua de mel; talvez quem sabe, do mês seguinte; no mais tardar e na melhor das hipóteses, com muito fé e uma mãozinha extra daquele que tudo pode, do primeiro ano!". A realidade nua e crua, sendo claro e sincero, é a seguinte: quem de fato nessa vida muito promete, com pouco ou quase nada se compromete em lugar nenhum, razão lógica pela qual nos é permitida essa inevitável conclusão: aquele ou aquela que com o muito se compromete, a rigor fica dispensado de prometer coisa alguma. "Promessa é dívida!", a gente costuma dizer! Aí vem a pergunta mais que impertinente: como é que alguém pode ou poderia - nesta exata ordem, por favor, é importante - 01)"prometer", 02)"publicamente, 03)"sob juramento",  04)"de natureza sagrada", 05)"com penhora da própria palavra", aquilo que jamais pode ou deveria ser prometido, e muito menos ser objeto de penhora: "amor, lealdade e fidelidade não só por agora, por certo tempo, mas toda a vida até a eternidade, ou na pior hipótese - ou melhor, cada um que decida por si próprio - até que a morte os separe, sem outra garantia de cumprimento da promessa senão a  própria promessa, expressa sob a penhora da própria palavra!? Jogo com as palavras convicto de com elas não estar brincando, divertindo, zombando menos ainda, para que eu, você, e quem mais quer que com isso esteja disposto a se envolver, possamos de uma vez para todas entender que não é razoável, aconselhável, aceitável - justo então, nem se diga! - tratar o outro como se ele ou ela fosse alguém mentalmente retardado e incapaz de perceber a arapuca ou a cilada em que não apenas um deles, mas ambos, estão traiçoeira e lubridiadamente "não exatamente se colocando", mas sim "sendo colocados". Ponto, parágrafo, porque sobre o primeiro exemplo já basta. Ufa!

Segundo exemplo [se é que haja ainda do outro lado alguém me acompanhando, mas já considerando que a presente reflexão já vai se alongando para além do razoável, fica esse mesmo alguém autorizado(a) a parar por aqui e saltar direto para o parágrafo final. Caso contrário, "vamos que vamos!". Segundo exemplo, e retomando: "religião versus boa-fé do cidadão". Não importa qual seja a religião que em tela se veja representada: cristã, budista, induísta, judaícista, islamita ou uma outra qualquer, o fato que aqui mais nos interessa é o seguinte: não conheço nenhuma, uma única delas sem excessão a essa regra, que consiga sobreviver  dignamente, e por razoável espaço de tempo, aceitando abrir mão do principio seguinte, "regra de ouro" para todas elas, quiçá com uma brevíssima e honrosa menção ao Budismo, que para alguns como Lou Marinoff, entretanto, coloca o status de "religião" desta que poderia ser apenas uma filosofia de vida, sob suspeição: "prometer menos do que geralmente se promete, e se comprometer mais do que ordinariamente se compromete". Caso, hipoteticamente falando, alguma dessas ou qualquer outra religião, consiga alcançar essa façanha, das duas uma ou das duas ambas: ou logrou êxito porque deixou de ser religião para se transformar em política oportunista, ou então porque o conchavo com a política e com certos políticos ultrapassou todos os limites éticos do admissível e do politicamente correto. Se você conhece algum caso desse tipo de sobrevivência digna, nobre e honesta fora dessas dua razões mencionadas, das duas uma ou das duas ambas, novamente: ou o próprio Ministro do Sagrado se candidatou a algum cargo político - e para desgraça geral de toda a nação, ainda que não dele e da própria família, acabou sendo eleito - ou então na certa foi por puro milagre. Em prevalecendo essa segunda alternativa de razão, sugere-se providenciar patenteamento imediato do milagre, isso para o caso de poder haver, posteriormente, candidatura desse mesmo candidato eleito por puro milagre à santidade, e por via direta desta conquista, do direito e acesso de entrada direta no paraíso. Fora isso, como já afirmamos, se você conhece qualquer outro caso em que o mencionado êxito tenha sido alcançado por outra via, sem recurso a nenhuma das estratégias mencionadas, é só por favor me informar o nome dessa religião que não tem como não ser divina, me convencer em seguida da factualidade da façanha, e feito isso eu me comprometo a providenciar a minha conversão já para o dia seguinte. Dia seguinte, não,  mesmo dia; sendo ainda mais específico: mesma hora. Desafio qualquer Ministro do Sagrado a submeter-se, também ele, à experiência em questão. A começar - essa é a minha sugestão - por abrir mão da metade - metade não, um terço... terço também não porque poderia gerar confusão; um quarto... também não porque poderia gerar embaraço; um quinto - um quinto fica bem - da quinta parte das promessas feitas sobre o Altar do Senhor - maiormente daquelas vinculadas à vida futura e eterna, e não prioritariamente à vida presente - e posteriormente verificar se consegue convencer e atrair pelo menos meia dúzia de fiéis ou crentes - exagerei no "meia" para causar mais impacto na provocação - para as posteriores liturgias e celebrações sob sua responsabilidade ou sob sua presidência. Bem já há muito vem afirmando a sabedoria popular à qual muitos atribuem ser a voz do próprio Deus: "quem vive de promessa é político, vendedor de livro, e quem faz as juras do altar". Como assim!? Nunca ouviu esse ditado!?. Como não!? Se você não ouviu, e nem ouviu a maioria, pronto! Tá criado! Acabei de criar nesse exato momento! Retomando e concluindo, porque agora até eu mesmo já começo a me cansar. Parágrafo conclusivo - ou, para aqueles que já estão mais familiarizados com meus escritos, "à guisa de conclusão".

Em minha sincera, ainda que modesta opinião, o mundo está como está, e não de outra forma diferente - entre outras motivos e razões, evidentemente - simplesmente porque a maioria absoluta das pessoas,incluindo a gente, ressalvadas as raríssimas e honrosas exceções "prometemos em excesso e nos comprometemos de menos"; na maioria das vezes, e na maior parte das situações, muito aquém tanto do esperado quanto do efetivamente prometido. Na ordem direta desse mesmo princípio - ou inversa, sei lá; já começo a ter dificuldade raciocínio e até de  equilibrio -  podemos segura e sem sem sombra de dúvida concluir o seguinte: quanto mais uma pessoa de fato se compromete com algo em específico, tanto mais livre e dispensada fica essa mesma pessoa do constrangimento de se ver obrigada a prometer para além do que ela efetivamente está em condições de cumprir. Concluindo de vez: se você sendo ou não político de carteirinha, preza por ser honrado no conteúdo de sua fala e nas promessas que por meio dela eventualmente você venha a fazer tanto em público como no privado, melhor ficar particularmente atento não só ao que você promete por meio dessa mesma fala, mas também, e sobretudo, àquilo com o qual efetivamente você se encontra em condições de realizar e cumprir. Pessoas probas e confiáveis, muitas delas mundialmente reconhecidas como Grandes Mestres da Humanidade, sempre se mantiveram e continuam se mantendo cientes e conscientes desse  mesmo princípio. Agora, se você está totalmente convicto de que essa vida que levamos nesse mundo, não passa de um autêntico e caótico balaio de gato, e que quanto mais você  ameaça, arranha, trapaceia e grita com as pessoas, é certeza de que você está seguindo a mais eficaz e invariavel lei da sobrevivência - da convivência isso pouco importa - nesse caso a melhor decisão a tomar talvez seja mesmo "fechar para balanço"! E em sendo esse o caso, sinto muito, mas com pessoas do seu status e calibre fica realmente muito difícil de se dialogar, e menos ainda de se entender e conciliar, como seria o desejável. Pior que isso é saber que pelo menos metade da humanidade - sou "realista com esperança", nas pegadas de Ariano Suassuna e de Rubem Alves - pensa, defende, age e ensina exatamente como você! Fazer o quê!? Na pior das hipóteses, rezar muito e com fé infinita rogar ao Criador de tudo para que nos seja enviado um outro dilúvio; na melhor delas, continuar acreditando com igual ou maior intensidade no que a outra metade pensa, defende, ensina e pratica. De qualquer forma é preciso que se diga: assim como não é tão raro que gente da metade do lado de cá da linha, acabe mais cedo ou mais tarde migrando para a outra metade do lado de lá dessa mesma linha, sempre estará sendo oferecida a oportunidade para que você possa migrar do lado da metade em que você está, para o lado da outra metade na qual você nunca esteve. Como diria Zezinho - o sempre estimado, respeitado e querido Padre Zezinho - "a decisão é sua! A decisão é sua! A decisão...". E ponto final!

 

Obs. a cada dia da "oitava do Ano Novo" uma nova "dica". Só aguardar pela próxima.

 

               ( * )’Esse texto foi enviado via Whatsapp de Vitória-ES’’

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