I-
LITURGIA
DO DOMINGO DE PÁSCOA –ANO C
- "Este é o dia que o Senhor fez para
nós: Alegremo-nos e nele exultemos" (Sl 117). Assim nos fez rezar o salmo,
pois o Senhor é bom, é misericordioso, mostrou suas maravilhas, veio em nosso
socorro, acolheu-nos em seu amor e nos deu vida nova. Por isso, este domingo,
dia do Senhor, é dia de festa e alegria, é o dia da "Nova
Humanidade", pois o Senhor Ressuscitou. Após uma caminhada de penitência,
de oração e caridade, na qual fomos convidados a fazer uma revisão da nossa
vida, a Ressurreição do Senhor é uma mão estendida para que a humanidade se
levante e viva em plenitude. Jesus por várias vezes anunciou que apesar das
perseguições, dos sofrimentos e da morte que sofreria, ressuscitaria. Ele
plantou em nós a esperança e a "esperança não decepciona" (Rm 5,5).
Hoje, vemos essa esperança se realizar.
-
Ainda em nossos dias continuamos a ver muitos sinais de morte: ódio, vingança,
violência, drogas, exclusão, racismo etc. Estes sinais tentam impedir que a
pedra do túmulo seja removida, e ela parece cada vez mais pesada, fazendo a
vida perder seu brilho. Não percamos a esperança, o Senhor Ressuscitado nos
convida a caminhar com Ele e superar os desafios de morte, pois somente nele
podemos receber a vida em plenitude, a vida eterna. Deixemo-nos envolver pela
luz do Ressuscitado.
- A fé
em Cristo Ressuscitado, que é a expressão do amor e da esperança, gera o
testemunho. Na primeira leitura, na
pessoa de Pedro que fala, vemos a ação missionária dos discípulos que saem pelo
mundo anunciando o Cristo Ressuscitado, a Boa Nova do reino e a conversão.
Fortalecidos pelo Espírito do Ressuscitado, os discípulos entram em territórios
desconhecidos e excluídos, terra dos gentios (povo pagão) e ali se encontram
com pessoas de todos os tipos. Este novo jeito de ser Igreja em saída, rompe e
supera o antigo esquema de puros e impuros, merecedores e desprezíveis do
Reino. Os apóstolos anunciam que Jesus é a realização do projeto de Deus. Ele
que só fez o bem é o exemplo que deve ser imitado e testemunhado. E para ser
discípulos é preciso temer a Deus e viver a justiça.
- No Evangelho,
vemos o testemunho da Ressurreição de Jesus a partir do túmulo vazio. É a
vitória da vida sobre a morte, é a passagem da escravidão para a libertação. A
luz da vida resplandeceu. E neste grande acontecimento, presenciamos a passagem
da incredulidade para a crença na ressurreição. As atitudes de Maria Madalena
(sair correndo e a incerteza de onde colocaram o Senhor) e dos discípulos (não
tinham compreendido), revelam que ainda eles e a comunidade não tinham aceitado
a morte de Jesus e não acreditavam na ressurreição. Para essa comunidade, a
escuridão não mais teria fim. Embora sem orientações, pois procuram no lugar
errado, voltam ao túmulo, mas conservam no coração um sinal de esperança, pois
saem a procura do Mestre. O encontro do túmulo vazio e organizado com faixas de
linhos deitadas ao chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus
enrolado num lugar a parte, apontam para a Ressurreição. São conduzidos a
compreender que Jesus não é mais um prisioneiro da morte, mas o Ressuscitado, o
esplendor e doador da vida em plenitude! O encontro com o Ressuscitado
despertará a fé viva dos discípulos e os fará testemunhas da Ressurreição.
- Na segunda
leitura, ouvimos a exortação de Paulo ao Colossenses: é preciso viver
segundo a sabedoria de Deus e não segundo as corrupções do mundo. O cristão,
pelo Batismo, é convidado a compartilhar a sorte de Cristo. Ora se Cristo, pela
sua ressurreição, está na glória junto de Deus, também aos seus discípulos é garantido
essa Boa Nova, mas para que isso aconteça é preciso esforço, dedicação e
vivência segundo os ensinamentos do Senhor.
- Hoje
somos vivificados, motivados e inspirados pelo Cristo ressuscitado. Não podemos
ser pessoas e comunidades mortas e presas no túmulo. Diante dos desafios do
mundo atual, devemos ser agentes da ressurreição. Levar esperança a todos! O
Jubileu nos recorda que serão chamados filhos de Deus todos os que promovem a
paz (Mt 5,9). Ele nos motiva a sermos sinais de esperança junto aos presidiários,
aos doentes, às pessoas com deficiência, jovens, migrantes, idosos e os pobres
(cf. Bula de proclamação do Jubileu ordinário do ano de 2025). O amor deve
gerar em nós a fé na Ressurreição e essa fé deve nos lançar na missão de sermos
as testemunhas de Jesus Cristo, peregrinos de esperança, vivendo seus
ensinamentos
https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2025/03/20_04_25.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário