I-
LITURGIA DO
SEGUNDO DOMINGO DE PÁSCOA –ANOC
- Este 2º Domingo da Páscoa conclui a Oitava
da Páscoa como um único dia "feito pelo Senhor", marcado pelo
distintivo da Ressurreição e da alegria dos discípulos ao ver Jesus. São João
Paulo II dedicou o presente Domingo à Divina Misericórdia, por ocasião da
canonização da Irmã Faustina Kowalska, a 30 de abril de 2000. Na palavra
"misericórdia", São João Paulo II encontrava resumido e novamente
interpretado, para o nosso tempo, todo o Mistério da Ressurreição. Disse São
João Paulo II: "Cristo Pascal é a encarnação definitiva da misericórdia, o
seu sinal vivo". A Misericórdia é a veste de luz que o Senhor nos concedeu
no Batismo. Não devemos deixar que esta luz se apague; ao contrário, ela deve
crescer em nós todos os dias, para levar ao mundo o feliz anúncio de Deus.
- A leitura
dos Atos nos diz que os Apóstolos, unidos pelos mesmos sentimentos,
realizavam muitos milagres e prodígios entre o povo. Assim, juntos, com os
corações voltados para o projeto do Reino anunciado, podiam realizar aquilo que
Jesus mesmo havia feito durante a sua vida e pedido que também nós o
fizéssemos: cuidar das pessoas necessitadas, curar os doentes, acolher os
pobres e consolar os corações aflitos, anunciando que a graça de Deus é um dom
oferecido a todos. Podemos afirmar que há uma continuidade entre a missão de
Jesus e a missão da comunidade cristã; a mesma atividade salvadora e
libertadora de Jesus em favor dos pobres e dos oprimidos persiste agora no
mundo pela Igreja, que se une na mesma fé e esperança, no mesmo amor.
- No livro
do Apocalipse, o Apóstolo João narra as revelações de Jesus ressuscitado:
"Voltei-me para ver quem era a voz que me falava; ao voltar-me, vi sete
candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho do
homem". Esse "Filho do Homem" é o Cristo ressuscitado. Ele está
no meio dos sete candelabros. O número sete na Sagrada Escritura representa a
totalidade, a plenitude. Assim, os sete candelabros simbolizam toda a
humanidade reunida em torno do Cristo. Essas visões espirituais acontecem no
dia de domingo, ou seja, o Dia do Senhor. O primeiro dia após o sábado é o dia
da comunidade se reunir e recordar a Páscoa de Jesus. Você tem santificado e
guardado o Domingo, dia do Senhor?
- No Evangelho,
testemunhamos uma transformação radical de toda comunidade. Não é somente o
Apóstolo Tomé que passa da incredulidade para a confissão da Fé, mas toda
comunidade que estava de portas fechadas. Todos eles estavam fechados à ação de
Deus. Jesus veio, colocou-se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja
convosco". Só quando estamos certos de que Jesus está no meio de nós, que
está no centro de nossas vidas é que podemos ser felizes de novo. Isto porque,
agora, o medo dá lugar à alegria: O texto afirma: "os discípulos se
alegraram por verem o Senhor". Eles são transformados e recriados pelo
sopro do Ressuscitado. Jesus concede a eles sua paz e os envia como seus
representantes. Para isso, derrama seu Espírito que capacita para a tarefa da
reconciliação. Na comunidade, Deus acolhe e abraça cada pessoa, especialmente
os mais fracos e desanimados.
- Como Cristo deixou Tomé tocar suas feridas,
cada membro da comunidade também deve se abrir para ser transformado e curado.
Não precisamos esconder nossas fraquezas ou pecados, nem a necessidade de
ajuda. Pelo contrário, estejamos abertos à ação de Deus que, inclusive, age nos
irmãos e irmãs e, especialmente, na missão da Igreja. Pela Misericórdia, somos
curados e libertos para o Reino.
- No final do Evangelho, o Apóstolo explicita
o objetivo da sua obra: levar o leitor à fé em Cristo para que tenha a vida
eterna. Esse é o primeiro objetivo inerente à Leitura Orante da Bíblia:
confessar que Jesus é o Filho de Deus. Mas, precisamos abrir bem nossos olhos e
coração, pois dizer "meu Senhor e meu Deus" não é somente ir à igreja
e rezar em casa. Isso seria relativamente fácil. Crer em Jesus é crer também no
Reino de Deus que já entre nós leva-nos a sermos testemunhas e promotores da
paz mundial, da justiça social, da preservação da Casa Comum e tantas outras
atitudes que valorizam e defendem a vida.
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