quinta-feira, 17 de abril de 2025

PARTILHANDO A PALAVRA

 

PARTILHANDO A PALAVRA

- É aconselhada uma partilha da Palavra mais abreviada neste dia.

- Na liturgia desta Sexta-feira Santa, na 1ª leitura, Isaías apresenta o Servo Sofredor desfigurado pela dor e sofrimentos, isto é, em sua máxima humilhação. Isaías descreve a paixão do Servo: ele é justo e inocente, mas sofre as consequências de uma estrutura injusta da sociedade onde vive e, por isso, morre esmagado sob o peso dos erros de todos. Contudo, é por meio de seu aparente fracasso que o projeto de Deus vai triunfar: o Servo é glorificado e traz a salvação para todos. É Deus quem age em seu Servo e é o Servo que, voluntariamente, se une à ação de Deus e a faz sua.

- A 2ª leitura evoca o sacerdócio e os sacrifícios do templo, põe em evidência a grandeza do sacerdócio e do sacrifício de Cristo. O texto destaca que Cristo fez-se em tudo semelhante a nós, com exceção do pecado, e, por isso, capaz de compadecer-se com o nosso sofrimento.

- "Ninguém me tira a vida, sou eu que a dou livremente". Este aspecto da livre entrega de Jesus é o ponto alto do relato da paixão no Evangelho de João. Jesus se entrega livremente. A sua morte não é uma decisão do Pai, decretada desde a eternidade. Tampouco são os homens que lhe "tiram a vida". É uma opção de Jesus, em favor de toda a humanidade, por amor aos seus. Foi a sua fidelidade ao Pai que o levou a não fugir da morte. Quem decidiu que Ele deveria morrer foram as autoridades judaicas, com o aval do povo manipulado e com a omissão do governo romano. As forças contrárias a Ele foram como uma terrível onda que o arrastou para a morte. Mas ao invés de salvar a si mesmo, fugindo da morte, e deixar perder seus irmãos, Jesus ofereceu-se e aceitou morrer por amor a nós e por fidelidade ao Pai. É ele que "entrega" a sua vida. Toda a existência do Senhor Jesus foi uma total dedicação ao Pai, uma absoluta entrega, no dia a dia, nas pequenas coisas. Jesus foi procurando e descobrindo a vontade do Pai nos acontecimentos, nas pessoas, nas Escrituras e, pouco a pouco, foi percebendo que esta vontade o estava levando à cruz. E ele, nosso Salvador, "com forte clamor e lágrimas", foi se entregando, se esvaziando, se abandonando.

 - Para o Senhor, como para nós, a vontade do Pai tantas vezes pareceu enigmática, e Ele teve que discerni-la e descobri-la entre trevas densas e dolorosas! Para nós, o Filho é modelo e caminho de amor ao Pai! Ser cristão é entregar-se ao Senhor Deus como Ele se entregou! E esta entrega total ao Pai foi por nós: "Cristo por nós se fez obediente até a morte e morte de cruz" (Fl 2,8). Por isso ele "tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem", isto é, desde que nós entremos na sua obediência e dela participemos na nossa vida!

- Somos convidados a fazer de nossa vida uma entrega total ao Pai com Jesus: entrega de nossos atos, pensamentos, afetos, negócios, vida familiar e profissional, decisões e escolhas, de nossas relações humanas. Tudo, absolutamente tudo, ofereçamos ao Pai com Jesus e por Ele e entraremos na salvação que passa pela cruz! Também, na Cruz, contemplemos a dor de todos aqueles que sofrem: o grito da Terra; o grito do pobre!

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