sexta-feira, 25 de abril de 2025

VIII- REFLEXAO DOMINICAL IO CAMINHO DE TOMÉ E O AMOR DE JESUS

 

I-         REFLEXÃO DOMINICAL I-

 

O CAMINHO DE TOMÉ E O AMOR DE JESUS

 

Hoje, último dia da Oitava de Páscoa, o Evangelho narra sobre a primeira e a segunda aparição do Senhor Ressuscitado aos discípulos. Jesus vem na Páscoa, enquanto os Apóstolos estão fechados no Cenáculo, por medo, mas como Tomé, um dos Doze, não está presente, regressa oito dias depois (cf. Jo 20, 19-29). Concentremo-nos nos dois protagonistas, Tomé e Jesus, olhando primeiro para o discípulo e depois para o Mestre. E entre eles surge um lindo diálogo. O apóstolo Tomé, sobretudo. Ele representa todos nós, que não estávamos presentes no Cenáculo quando o Senhor apareceu e não tivemos outros sinais físicos nem aparições d'Ele. Também nós, como aquele dis- cípulo, por vezes temos dificuldade: como podemos acreditar que Jesus ressuscitou, que nos acompanha e é Senhor da nossa vida sem o termos visto, sem o termos tocado? Como podemos acreditar nisto? Por que o Senhor não nos dá um sinal mais evidente da sua presença e do seu amor? Algum sinal que eu possa ver melhor... Bem, nós também somos como Tomé, com as mesmas dúvidas, o mesmo raciocínio. Mas não devemos ter vergonha disto. Ao contar-nos a história de Tomé, de fato, o Evangelho diz-nos que o Senhor não procura cristãos perfeitos. A aventura da fé, como para Tomé, é feita de luzes e sombras. Se não, que tipo de fé seria? Ela conhece tempos de consolação, ímpeto e entusiasmo, mas também de cansaço, desorientação, dúvida e escuridão. O Evangelho mostra-nos a “crise” de Tomé para nos dizer que não devemos temer as crises da vida e da fé. As crises não são um pecado, são um caminho, não devemos receá-las. Estimados irmãos e irmãs, é melhor ter uma fé imperfeita, mas humilde, sempre orientada para Jesus, do que uma fé forte, mas presunçosa, que nos torna orgulhosos e arrogantes. Ai destes, ai! E perante a ausência e o caminho de Tomé, que muitas vezes também é nosso, qual é a atitude de Jesus? O Evangelho diz duas vezes que ele “veio” (vv. 19.26). Uma primeira vez, depois uma segunda vez, oito dias mais tarde. Jesus não desiste, não se cansa de nós, não tem medo das nossas crises, das nossas fraquezas. Jesus volta sempre, bate sempre à porta, e não volta com sinais poderosos que nos fariam sentir pequenos e inadequados, até envergonhados, mas com as suas feridas; ele volta mostrando-nos as suas chagas, sinais do seu amor que abraçou as nossas fragilidades. Irmãos e irmãs, especialmente quan- do experimentamos cansaço ou mo- mentos de crise, Jesus, o Ressuscita- do, deseja regressar para estar conosco. Ele espera unicamente que o procuremos, que o invoquemos, até mesmo que protestemos, como Tomé, mostrando-lhe as nossas necessidades e a nossa incredulidade. Ele regressa sempre. Porquê? Porque é paciente e misericordioso. Ele vem para abrir os cenáculos dos nossos medos e das nossas incredulida- des, pois quer sempre dar-nos outra oportunidade. Jesus é o Senhor das “outras oportunidades”: Ele dá-nos sempre mais uma, sempre.

 

Papa Francisco (Regina Caeli, 24 de abril de 2022)

https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Ano-49C-30-2o-DOMINGO-DE-PASCOA.pdf

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário