sábado, 24 de maio de 2025

IV- LITURGIA DO SEXTO DOMINGO DA PÁSCOA –ANO C

 

 

IV-      LITURGIA DO SEXTO DOMINGO DA PÁSCOA –ANO C

 

- O fato central desta celebração é a promessa que Jesus faz aos discípulos, de enviar o Espírito Santo para dar continuidade à caminhada do povo de Deus em marcha na história.

- A primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, narra o episódio conhecido como Concílio de Jerusalém. Este concílio aconteceu para ajudar na superação dos desafios pastorais na caminhada cristã, devido às diferentes maneiras de encarar a necessidade ou não de manter ritos judaicos em meio aos povos pagãos. Com Paulo, essa prática pastoral consistia em inserir os pagãos no povo de Deus após sua adesão a Jesus Cristo. O Concílio de Jerusalém confirma a prática pastoral de Paulo. A comunidade cristã de Jerusalém, pela luz do Espírito, aprendeu a valorizar as decisões pastorais da comunidade de Antioquia, reconhecendo a mão de Deus no esforço da Igreja no anúncio do Evangelho em meio aos pagãos. O concílio dos apóstolos discerne que não é a Lei, mas sim Cristo que salva, o que não quer dizer abolição integral da Lei. Por isso mesmo, ele recomenda preservar algumas normas e práticas dos judeus cristãos. - Na segunda leitura, do Apocalipse, João nos apresenta a imagem da Cidade Santa, cercada por uma muralha alicerçada sobre doze pilares. Neles estão escritos os nomes dos apóstolos do Cordeiro. Esta muralha contém doze portas, distribuídas igualmente em direção aos quatro cantos do mundo. Uma cidade sem Templo iluminada pela glória de Deus. Em linguagem simbólica, a Nova Cidade faz referência à Igreja de Cristo e ao tempo messiânico. Sua força vem de Cristo, suas paredes estão alicerçadas no testemunho dos Doze e dos outros mártires. João fala, portanto, de uma cidade perfeita, mas sem Templo, porque seu Templo é o Senhor. É Ele que ilumina a Nova Cidade e sua lâmpada é o Cordeiro, Jesus Cristo, sinal da glória de Deus e luz da Igreja. - O Evangelho faz parte do discurso de despedida de Jesus, afirmando que a Palavra do Cristo é a Palavra do Pai. Com sua morte, Jesus dá glória ao Pai, que ao ressuscitá-lo é glorificado no Filho. E a presença do Espírito Santo após a partida de Cristo intercederá e advogará por nós. É o Espírito que conduz à plenitude da verdade, levando-nos agora a compreender quem é o Cristo, suas palavras e ações. Recebemos de Cristo, como uma herança, seus gestos e ações, suas palavras e opções. Marcados e conduzidos por seu Espírito Santo brota o testemunho eclesial no mundo. Aqui, aparece com pertinência a exortação para que não nos deixemos perturbar e nem intimidar, porque a paz de Cristo é a certeza da nossa vitória. Quem ama o Cristo, guarda a sua Palavra e n'Ele estabelece morada, ou seja, permite que ela se realize no mundo. Amando o Filho, amamos o Pai e vice-versa. Amar Jesus é assumir com Ele e n'Ele a herança que o Pai nos confia, anunciando e testemunhando o Evangelho, a fim de transformar a sociedade. Guardar a Palavra é estabelecer morada no Pai e no Filho, tornando-nos também, pelo Espírito Santo, sua morada. Hoje somos a tenda da reunião do Pai, e do Filho e do Espírito. - A liturgia de hoje nos desafia a um olhar atento sobre três dimensões da vida da comunidade: fé, testemunho e missão, unidas e alimentadas pelo amor. No Evangelho é evidente o apelo a viver a Palavra. Ele afirma que a vivência da Palavra se expressa na vivência do amor: amor a Deus e aos irmãos. Deus se faz presente na comunidade, em cada um de nós, através do seu amor misericordioso. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo. É em nome deste amor que aguardamos, confiantes, a vinda do Senhor. Por seu Espírito, Ele continua a agir no meio de nós, fazendo-nos entender e testemunhar seu projeto. Como comunidade, somos chamados a construir nosso caminho, guiados pelo Espírito de Deus. É Ele que nos ajuda a continuar a missão na construção do reino. - Ainda vale a pena ressaltar que o Reino de Deus é um Reino de paz. Uma paz que brota da busca da justiça. Paz muitas vezes marcada pelo martírio, pelo sofrimento e pela dor, mas que nos conduz à transformação do mundo, em conformidade com o plano de Deus. A Boa Nova de Jesus nos convoca a romper com tudo aquilo que nos impede de viver a liberdade que brota de Cristo. Coloquemo-nos, pois, a caminho, confiantes de que o Ressuscitado permanece conosco na força do seu Espírito Santo. Não precisamos ter medo, não precisamos nos sentir sozinhos, confusos, abandonados, pois no dom do Espírito, o Cristo estará sempre conosco

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