XIII-
Atualidades
As
escolhas políticas de Frei Gilson
Por Moisés
Sbardelotto*
*jornalista,
mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Unisinos
***
A oração midiática das 4h da madrugada é
símbolo de um tempo em que a midiatização da religião catalisa novas formas de
comunicação da fé, redefinindo relações dentro e fora da Igreja.
A atuação de Frei Gilson nas mídias digitais não é apenas um
fenômeno religioso, mas também um complexo ato discursivo e midiático que situa
sua religiosidade em um contexto maior de tensões e disputas políticas,
econômicas, teológicas, eclesiais, entre outras.
Eis o artigo:
Quatro horas da manhã.
No silêncio da madrugada, milhões de pessoas acordam para um momento de oração.
Mas esses gestos que a tradição cristã sempre valorizou – como a vigília e o
recolhimento espiritual em horários simbólicos – agora são vividos de forma
diferente.
A oração da madrugada, feita na privacidade do lar, é realizada
ao mesmo tempo na publicidade das redes digitais. O tradicional caminho de conversão quaresmal passa a ser um
acontecimento midiático, público, massivo, modulado por dinâmicas
digitais. A pessoa orante se posiciona diante de uma tela luminosa, e o
rito religioso ocorre em uma plataforma digital, mediado por um frei
considerado um “fenômeno digital”.
Esse fenômeno se insere em um contexto de reconfiguração
religiosa por um processo de midiatização da religião. Frei Gilson ressignifica
e complexifica seu papel de religioso consagrado ao atuar como um influenciador digital, com mais de 1,2 bilhão
de visualizações no seu canal no YouTube. Sua capacidade de engajamento nas
redes não depende apenas de sua experiência pessoal de fé, de sua formação
teológica, de seu ofício eclesiástico, mas principalmente do modo como se
apropria das lógicas digitais para reforçar sua autoridade religiosa. Mesmo quando
ladeado por um bispo convidado a participar de suas transmissões, a autoridade
é ele: tudo passa pela (inter)mediação do frei. É ele quem “concede a palavra”
à autoridade episcopal – e os bispos convidados aceitam essa “submissão
discursiva”. Os processos comunicacionais contemporâneos favorecem que um frei
de uma congregação nova e até então pouco conhecida – a Ordem dos Carmelitas
Mensageiros do Espírito Santo, fundada em São Paulo em 2003 – se torne, em
poucos anos, religiosamente empoderado, politicamente influente e socialmente
“viral”.
O contágio dessa “fé-vírus” pode ser interpretado sob diversos
ângulos. Entre eles, ganhou relevância a leitura politizada do fenômeno. Alguns
apontam o frei como uma peça eleitoral da direita e até um “símbolo do bolsonarismo”. Há também quem
critique a associação automática entre seu conservadorismo e a extrema direita,
tornando-o alvo de ataques da esquerda. Outros afirmam que o frei é apenas um
representante católico disputado, malgré
soi, pelas correntes político-partidárias com vistas às eleições de
2026. Apesar disso ou justamente por isso, o frei explicitaria publicamente a
relevância social, cultural e política do catolicismo, que continua sendo
majoritário no Brasil e que, longe de estar definhando, é capaz de se
reinventar.
Há dois focos de leitura
aqui, interligados pela valorização da massividade do fenômeno. O primeiro é
político. Dadas as métricas digitais do frei, a melhor opção para os partidos
interessados seria aproveitar politicamente sua onda favorável. Com isso, toda
crítica ao religioso é percebida como uma perda no cálculo político-partidário.
O segundo é religioso. Em um país com um declínio do número de católicos e um
aumento do número de evangélicos e de pessoas sem-religião, o alcance
multitudinário do frei seria diretamente benéfico à Igreja Católica. Com isso,
toda crítica ao religioso é percebida como uma perda no cálculo
censitário-religioso.
Do ponto de vista eclesial, a questão é em que medida os
cálculos político-partidário e censitário-religioso correspondem à desafiadora
missão da Igreja de “tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Evangelii gaudium, n. 176). Depois de quase 30 anos de
outro fenômeno midiático-religioso, como o do Pe. Marcelo Rossi e seus
desdobramentos eclesiais e sociais, essa questão se torna ainda mais relevante,
a fim de avaliar o caminho já feito e principalmente de “preparar e retificar”
a estrada futura (cf. Mc 1,3).
A dimensão política do discurso
Além dessas leituras, é preciso considerar os processos
midiáticos que interligam, cada vez mais, religião, política e mercado, dando
visibilidade massiva ao catolicismo – para o bem e para o mal. Em tempos
de midiatização da religião, as lógicas digitais
que ressignificam as práticas religiosas se entrelaçam também com interesses
financeiros e políticos.
Toda ação comunicativa carrega uma dimensão política, seja
explícita ou implícita. Não me refiro às preferências partidárias do
frei, mas sim ao sistema
de relações socioculturais no
qual ele está inserido, com o qual se relaciona e ao qual faz referência. Seu
discurso é fruto de uma realidade social a partir da qual ele fala e também
modela relações sociais específicas (“pólis”).
A atuação do frei nas
mídias digitais não é apenas um fenômeno religioso, mas também um complexo ato
discursivo e midiático que situa sua religiosidade em um contexto maior de
tensões e disputas econômicas, teológicas, eclesiais, entre outras. O nível
micropolítico e microteoeclesiológico singular de Frei Gilson está diretamente
relacionado com um contexto macropolítico e macroteoeclesiológico. O frei é
tanto sintoma quanto agente promotor do ambiente político e teológico-eclesial,
em uma relação interdependente e retroativa. O poder religioso não está
cristalizado apenas na estrutura da Igreja institucional – da qual, aliás, o
Frei Gilson é um representante autorizado como membro do clero –, mas também
nas práticas cotidianas, nas tessituras discursivas e nas relações sociais.
Muito embora Frei Gilson
não explicite manifestações partidárias, sua atuação envolve escolhas políticas
estratégicas: sua presença digital, seu modelo de evangelização, seu estilo
comunicativo, sua performance em termos de pregação, as temáticas a serem
abordadas em seus vídeos, a venda de produtos religiosos, sua estética
midiática, os convidados especiais em cada transmissão (artistas, cantores,
bispos etc.), sua relação com o mercado digital e religioso. Essas escolhas
configuram um campo de forças no qual diferentes concepções de fé e de
sociedade se encontram e se chocam, atravessando e sendo atravessadas por uma
dimensão política.
Essa dimensão, por sua
vez, deixa traços evidentes no discurso do frei. Defender que “a mulher nasceu
para auxiliar o homem”; afirmar que “é claro que Deus deu ao homem ser o
chefe”; justificar tais afirmações afirmando que “isso está na Bíblia”; chamar
as pessoas que evitam expressões racistas de “geração do mimimi, do dodói”;
rezar durante a última campanha presidencial para que Maria liberte o Brasil do
“flagelo comunista” são atos de fala que permitem, empiricamente, situar o frei
não apenas em um espectro teológico-eclesial, mas também político (mesmo que
não explicitamente partidário).
O vídeo em que o frei
apresenta a chamada “Quaresma da Igreja 2025” reforça essa perspectiva. Segundo
o próprio frei, “este é um dos vídeos mais esperados do ano”. Publicado no
YouTube no dia 5 de fevereiro passado, ele revela em 15 minutos ao menos quatro
camadas das escolhas “políticas” de Frei Gilson.
“Eu tenho visto milagres acontecendo”
A primeira camada é político-teológica.
No início do vídeo, o frei afirma: “Eu tenho um desafio para fazer para você.
[…] Este desafio pode mudar
para sempre a sua vida. Eu não estou brincando” (os grifos são
sempre meus). Ele reforça: “Meu irmão, minha irmã, você vai fazer a melhor experiência da sua
vida. […] E eu lhe garanto que vai mudar para sempre a sua vida”. O desafio consiste
em acordar às 4h da manhã durante os 40 dias da Quaresma “para falar com
Deus”. Segundo o frei, trata-se de “ofertar
a Deus um sacrifício, porque 4h da manhã é um sacrifício”. Seu
discurso envolve uma escolha político-teológica de convidar o espectador a uma
superação pessoal (“desafio/sacrifício” de acordar cedo), associada, por sua
vez, a uma transformação individual total (“mudar para sempre a sua vida”).
Em seguida, ele detalha a dinâmica das transmissões, que incluem
o “Santo Rosário diante do Santíssimo Sacramento”, a bênção dos objetos, uma
“oração de cura física com Nossa Senhora de Guadalupe” e a celebração da
Santa Missa. O frei convida a viver “um momento em que você vai colocar os seus impossíveis. […] Eu tenho visto milagres
acontecendo nesses 40 dias, pessoas recebendo curas milagrosas,
pessoas recebendo graças na sua área financeira, pessoas recebendo restauração
na família, no casamento. Olha,
vocês não têm noção do que acontece”. Seu discurso envolve uma
escolha político-teológica ao fazer uma “promessa de realização dos
impossíveis”, de “milagres e graças” em aspectos bem pontuais da vida
individual, como o campo sanitário, financeiro e relacional.
“Vale a pena ferver o seu WhatsApp”
Uma segunda camada é político-midiática.
No vídeo, o frei explica que, após o Rosário, ele fará uma pregação: “Se você
não puder assistir à pregação ao vivo, assista
à pregação que fica gravada no meu canal do YouTube.” Ele explica
que as transmissões também serão feitas pela TV aberta, mas esclarece: “Quem
assistir pela TV Canção Nova, não
esqueça de ligar também o seu celular, porque quando você liga o
seu celular é aí que a gente sabe que você está rezando com a gente”. E
reitera: “Toda a transmissão [ocorre] no meu canal do YouTube, que é onde eu aconselho você
assistir.” Ainda nos primeiros 30 segundos do vídeo, o frei já
havia afirmado duas vezes: “Fique
até o final deste vídeo”.
Esses convites não são neutros nem casuais, mas envolvem ênfases
político-midiáticas (priorizar a transmissão via YouTube, manter o celular
conectado, permanecer até o fim das transmissões). Os algoritmos digitais
favorecem conteúdos que geram “engajamento”, por meio de visualizações,
curtidas, compartilhamentos, inscrições. As elevadas métricas digitais
alcançadas por Frei Gilson realimentam o
funcionamento algorítmico da plataforma, impulsionando ainda mais suas
transmissões, ampliando o alcance e rompendo supostas “bolhas” religiosas.
Além da audiência contabilizada em visualizações, o frei
enfatiza a necessidade de compartilhamento.
“Eu aconselho você a fazer o seu grupo no WhatsApp. Convide outras pessoas para
rezarem com você.” O religioso detalha toda uma dinâmica piramidal: primeiro,
ele aconselha a criar no WhatsApp um “Grupo dos 12”, o número dos primeiros
discípulos de Jesus. “São pessoas que vão rezar junto com você. Então tenta animar
outras pessoas […]. Você que às vezes só está no grupo dos outros, mas nunca
você fez o seu grupo, então eu aconselho você a fazer o seu grupo, tá? […] Ali
vocês vão mandar o link, vão acordar umas às outras, vão se animar, porque não
é fácil fazer esses 40 dias, é muito puxado, é muito cansativo, mas vale muito
a pena. Olha, eu
tenho certeza que cada pessoa que você convidar, depois ela vai te agradecer
pelo convite que você fez, tá bom?”
Para quem já tem um “Grupo dos 12”, o frei aconselha a expandir
para um “Grupo dos 72”, o número do segundo grupo de discípulos chamados por
Jesus. “Mas, frei, será que eu vou conseguir tanta gente?” Ele mesmo responde:
“Olha, muita gente tem o ‘Grupo dos 72’. Se você ainda não tem, ‘bora’ fazer o
Grupo dos 72. Setenta e duas pessoas rezando a Quaresma com você”. Mas, afirma
o frei, para quem já tem um grupo assim, “está na hora de você ir para o 504. O
que é 504? É 72 vezes 7, tá? Jesus falou do ‘70 vezes 7’. Está na hora de você
crescer esse seu grupo. Tem gente que tem grupo já de mais de 800
pessoas. Então vale a pena você aí
ferver o seu WhatsApp”.
Por que essa ênfase na
“efervescência” digital? Há uma escolha político-midiática em tentar harmonizar
o fervor evangelizador e a busca de engajamento digital. A questão é saber até
que ponto e como esses objetivos se complementam e comungam. Em tempos
digitais, o desafio é evitar reduzir a evangelização a uma simples transmissão
de conteúdos ou a uma mera conectividade em rede.
Curtidas, comentários, compartilhamentos
Perto do fim do vídeo, o frei ressalta outro elemento de
engajamento: “Eu quero que aqui
nos comentários [aponta para baixo] você comente quem é que
vai fazer esses 40 dias. Saiba
que o seu comentário muita gente vai ler. Então faz um comentário bonito […] o seu comentário anima os
outros, tá certo? Então eu quero ver todo mundo agora dar um ‘like’ neste vídeo, comenta este
vídeo, e o mais importante: terminou de assistir agora, você vai enviar este
vídeo para mais de 10 pessoas […] e dá um recadinho assim para
a pessoa: ‘Assiste até o final, assiste
até o final esse vídeo e ‘bora’ fazer o desafio’. […] Vai ser lindo, vai
ser especial. Eu espero por você”. Em seguida, dá a bênção a seus espectadores.
Rezar, comentar, curtir,
compartilhar: a oração das 4h da madrugada não acontece em um “deserto
espiritual”. Ela é (auto)impulsionada por um ecossistema digital que valoriza o
engajamento, a captura da atenção e a retenção da audiência. O frei não escapa
dessas “tentações”. A estrutura algorítmica pode até ampliar o alcance de sua
pregação, mas também a molda e a condiciona a partir de princípios nem sempre
cristãos ou éticos.
Assim, os “milagres” passam a ser medidos pelo número de
visualizações, curtidas, comentários, compartilhamentos, inscrições – e também
em dinheiro. O jornal O
Tempo calcula que cada vídeo do frei poderá monetizar entre 5
mil e 15 mil dólares (de 28 mil a quase 90 mil reais). Com 40 vídeos ao longo
da Quaresma, o faturamento poderá chegar a 500 mil dólares (quase 3 milhões de
reais).
Plataformas digitais
como o YouTube organizam o fluxo de informações com base em interesses
comerciais, priorizando conteúdos que geram engajamento e lucro. O risco é que
a experiência espiritual seja apenas mais um produto dentro da lógica do
mercado digital.
Campanha da caridade
Em relação a isso, outra camada do fenômeno é justamente a político-econômica,
que, ao mesmo tempo, aparece vinculada à político-eclesiológica. Além do que poderá receber
monetariamente com o engajamento digital, o frei convida a um gesto de caridade:
“Quaresma é tempo de oração, penitência e caridade. E nós procuramos fazer
juntos tudo isso, tá?”. Segundo ele, a “grande penitência conjunta” será
acordar às 4h da manhã. A oração incluirá o Rosário diante do Santíssimo
Sacramento e a missa. Quanto à caridade, ele afirma que “a gente sempre faz uma
campanha de doação e levantamos um dinheiro para ajudar obras de caridade pelo
Brasil e pelo mundo, tá? Por ora, eu ainda não tenho a obra de caridade que
vamos ajudar, mas quando começar a Quaresma você vai saber. Gente, já fizemos tantas obras
de caridade, vocês são extraordinários nesse sentido. Vamos ajudar mais as
pessoas mais necessitadas, tá bom?”
Nada impede que o frei promova uma campanha de doações. Mas, no
mesmo período quaresmal, há mais de 60 anos, a Igreja no Brasil realiza a
Campanha da Fraternidade. Há uma escolha político-eclesiológica no fato de não
a mencionar. Há quase 30 anos, a CNBB criou especificamente um Fundo Nacional
de Solidariedade (FNS) para apoiar iniciativas de enfrentamento da miséria e da
exclusão social com doações arrecadadas na “Coleta Nacional da Solidariedade”,
realizada sempre no Domingo de Ramos. Ao estruturar uma
campanha paralela e independente, o frei faz uma escolha político-econômica que
o distancia de iniciativas caritativas mais amplas da Igreja nacional.
“Quem não compra se arrepende”
Já na parte final, o vídeo dedica 1/3 de sua duração à venda de
produtos. O religioso destaca o livro especial da própria “Quaresma da Igreja
2025”, de autoria dos freis de sua congregação, comentando: “Eu preciso dizer a
você: este aqui é indispensável.
Este aqui nós vamos usar durante os 40 dias no Rosário. […] Então, você é
convidado a ter este livro, tá? Este livro você adquire pela
LojaMensageiros.com. Vale a pena. Pessoas
que não compram se arrependem”. No site da loja, que é mantido pela
congregação, o livro está à venda a R$ 36,90.
Segundo o frei, “às
vezes uma pessoa já compra para todo mundo aí do seu grupo do WhatsApp, depois
todo mundo vai te reembolsando. […] Este livro, graças a Deus,
sempre é muito vendido, porque as pessoas estão amando isso
daqui. Gente que não usava começou a
usar. Eu encontrei uma pessoa esses dias, e ela me falava:
‘Frei, eu achava que não tinha motivo para comprar este livro, mas hoje eu não consigo viver sem [ele]
para fazer a Quaresma. Vale a pena, tá? Vale a pena.”
Para além do livro devocional, o frei também divulga outra obra
que será usada como referência. “Gente, depois, na pregação, eu vou usar um dos melhores livros que eu
já li na minha vida. Eu não estou brincando. Este daqui é um dos melhores
livros que eu já li na vida: ‘A força do silêncio’, do cardeal [Robert] Sarah. Nova edição, uma capa
linda, vale a pena você adquirir. […] Um
dos melhores livros que eu já li na vida [falando com ênfase e
batendo no livro]. Você
não tem noção do que é isso.” O livro está sendo vendido pelos
freis a R$ 51,90.
A escolha desse livro chama a atenção pelo histórico do autor.
No livro-entrevista “El
Sucesor”, o Papa Francisco reconheceu:
“Talvez cometi um erro ao nomear [o cardeal Sarah] como prefeito do agora
Dicastério para o Culto Divino”. Nas palavras do próprio pontífice, “a partir
daí ele foi manipulado por grupos separatistas”. O anúncio desse livro por
parte do frei – que, aliás, coincidiu com os mesmos dias em que o papa estava
hospitalizado – reforça uma conotação político-eclesiológica nessa escolha.
Há ainda uma paradoxal
escolha político-teológico-midiática em valorizar a força do silêncio e, ao
mesmo tempo, transmitir conteúdos ao vivo durante várias horas por dia, com no
mínimo uma hora de pregação. Além disso, está o convite a que as pessoas
permaneçam conectadas nas redes digitais, comentando e compartilhando seus
conteúdos.
Cada escolha –
teológica, midiática, econômica ou eclesiológica – traz consigo uma dimensão
política. Se toda evangelização também carrega consigo uma dimensão política,
contudo, nem toda escolha política comunga com o Evangelho. No fim das contas,
a oração midiática das 4h da madrugada é símbolo de um tempo em que a
midiatização da religião catalisa novas formas de comunicação da fé,
redefinindo relações dentro e fora da Igreja. A questão, então, não é tanto
quantas pessoas se reúnem, mas sim em torno e em nome de quem. Não é tanto o
sacrifício de acordar às 4h da manhã, mas sim qual projeto de fé e de sociedade
é promovido e a serviço de quem. Não é tanto quantas pessoas estão conectadas,
mas sim o que elas fazem com suas vidas e com a realidade ao seu redor quando a
tela se apaga.
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