IV-
LITURGIA DO
DOMINGO DA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – ANO C
- A Sabedoria vem de Deus e
surge antes do mundo criado. Ela é superior a esta realidade em que vivemos. No
texto de Provérbios, o poeta a descreve como uma personagem que surge, aprende,
relaciona-se, vive. A Sabedoria é uma criatura divina. Ela brota na criação, na
infinidade de elementos criados e a sua beleza e grandeza se dá naqueles que
todos os dias vivem a santidade. Deus se utiliza da Sabedoria para fazer todas
as coisas e, portanto, nós também devemos recorrer a ela para bem realizarmos
as atividades de nossa vida. Ela é a inspiração para aqueles que se abrem à graça
divina. Se a usarmos, teremos a prudência necessária para o discernimento tão
importante na vivência das realidades a que estamos inseridos todos os dias.
- A Carta
de São Paulo aos Romanos apresenta o amor de Deus derramado em nossos
corações. De fato, a esperança não nos decepciona, pois apesar das tribulações,
a perseverança causa em nós a feliz espera daquilo que o nosso Senhor Jesus
Cristo nos garantiu: a salvação. A esperança cristã é o desejo dos bens
escatológicos: a ressurreição do corpo, a comunhão com os santos, a vida
eterna, a visão de Deus. O Espírito Santo prometido por Jesus Cristo e enviado
em Pentecostes, é um dom já possuído que nos ilumina e dá ânimo na caminhada
frente as provações da missão. O Espírito coloca o amor do Pai no coração de
seus filhos, pois é através de Cristo que o dom do Espírito chega até nós. O
Papa Francisco dizia: "No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança
como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o
amanhã". Que a esperança encha o nosso coração desta feliz alegria
reservada para todos os que acreditam na ação do Espírito Santo.
- No Evangelho de João, o Espírito da verdade falará o suficiente e o
necessário para que os discípulos possam suportar o caminho a eles confiado. Pai,
Filho e o Espírito Santo estão em perfeita comunhão e sintonia. Cristo é a
Sabedoria de Deus encarnada em nossa história. Ao verem Jesus, os discípulos
contemplaram a misericórdia do Pai e que posteriormente, foram assistidos pela
ação do Espírito Santo. O amor desceu até a nossa realidade e de forma concreta
fez a sua tenda entre nós: "a imagem do Deus invisível (Cl 1,15) é o Filho
amado do Pai, "o Santo e o Justo" (At 3,14) veio habitar em nosso
mundo. - Não podemos realizar a nossa missão sozinhos. O Espírito é quem
conduzirá a comunidade na ausência de Jesus. O Defensor é o mestre interior,
pois ele será o agente de compreensão mediante aos absurdos da vida. Ao
cristão, semelhante aos discípulos, é preciso esperar a alegria da
ressurreição. Por vezes, permanecemos inertes com a morte. Esta nos paralisa e
nos impede de continuar com a nossa história e sonhos. A verdadeira alegria é
aquela que a ressurreição de Jesus nos proporciona: a vida venceu a morte. A
nossa esperança nos move para isso, mesmo com as quedas que são existentes.
- Esta Solenidade nos aponta
para a contemplação de um Deus que é amor e comunitário. Santo Agostinho disse
uma vez em seu livro sobre "A Trindade": "Um sábio, falando de
ti em seu livro, conhecido pelo nome de "Eclesiástico", diz: Por
muito que digamos, muito ficará por dizer, mas o resumo de tudo o que se pode
dizer é: que o mesmo Deus é tudo (Eclo 43,29). Portanto, quando chegarmos à tua
presença, cessará o muito que dissemos sem entender, e tu permanecerás tudo em
todos (1Cor 15,28). E então eternamente cantaremos um só cântico, louvando-te
em um só movimento, em ti estreitamente unidos. Senhor, único Deus, Deus
Trindade, tudo o que disse de ti nestes livros reconheçam-no os teus; e se algo
há de meu, perdoa-me e perdoem-me os teus."
- Deus é grande e por todo o
universo suas maravilhas são percebidas e encontradas. Caminhemos com fé e
esperança, ao encontro deste Deus que nos ama.
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