terça-feira, 17 de junho de 2025

V- REFLEXÃO I- CORPUS CHRISTI

 

V-      REFLEXÃO I- CORPUS CHRISTI

 

Jesus sacramentado percorrerá hoje as ruas e praças de muitos lugares do mundo: em Roma, com o Papa, em grandes metrópoles como a nossa, em outras cidades e pequenos vilarejos. As ruas serão enfeitadas com sinais eucarísticos coloridos, com flores; veremos tapeçarias nas varandas das casas. A Hóstia consagrada, exposta no ostensório, sairá às ruas das nossas cidades, para mostrar ao mundo inteiro esse grande milagre escondido num pedaço de Pão, em que temos o nosso Deus tão próximo e acessível, presente no sacrário das nossas igrejas. A procissão de Corpus Christi é um ato de manifestação pública da nossa fé na presença real, verdadeira e substancial de Jesus Cristo na Eucaristia. Queremos mostrar ao mundo a riqueza desse Sacramento, em que temos acesso direto a Deus Uno e Trino. A festa de Corpus Christi surgiu por uma necessidade de refletir mais profundamente e agradecer a Jesus a instituição da Eucaristia, ocorrida na Quinta-Feira Santa, no cenáculo, durante a Última Ceia. Na segunda leitura, da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, encontramos um relato da instituição da Eucaristia: “o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue...’ Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que Ele venha” (I Cor 11, 23-26). Com a instituição da Eucaristia, Jesus realiza a sua promessa de estar conosco todos os dias até o fim dos tempos. Ele fica disponível para nós porque nos ama: a razão pela qual Cristo desejou permanecer continuamente presente na Eucaristia é possibilitar seu encontro com cada um de nós. “Ele, Jesus, há vinte séculos que te espera!” (São Josemaria). Ele pensou em mim. Ele perguntou por mim: algo como se alguém nos viesse dizer: “Jesus passou por aqui ontem, perguntou por você. Ele está querendo combinar de se encontrar com você, tem algo a conversar com você.” Ele sabe que todos nós precisamos dele. Por isso, precisamos fazer atos de fé: “Jesus, eu agradeço pela tua presença na Hóstia. Eu não te vejo, não percebo nada, não te escuto: mas acredito na tua palavra. Ajuda a minha falta de fé”. Diante dele, como São Tomé, fazemos um ato de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Nós precisamos de Cristo: o que seria de nós não fosse a Eucaristia? “Senhor, eu creio está aqui: creio mais do que se te visse, mais do que se te tocasse. Obrigado pela tua generosidade de me tratar com tanta confiança”. Nunca agradeceremos bastante a Deus pela sua presença no Santíssimo Sacramento. Uma forma prática de fazer é visitá- -lo no sacrário. Entrar numa igreja e, diante dele, fazer a nossa oração. Não podemos achar que é perda de tempo parar para entrar numa igreja. Também podemos demonstrar o nosso amor a Jesus, valorizando as manifestações de devoção, de adoração e de carinho: o modo de fazer as genuflexões diante do sacrário; os olhares às torres e às cruzes das igrejas por que passamos em nosso percurso habitual. Também devemos participar bem das cerimônias: a bênção, a vigília eucarística, a Santa Missa. E, de maneira especial, devemos preparar- -nos bem para comungar, cuidando de guardar uma hora de jejum antes do momento da Comunhão, aproximar-nos da Eucaristia em estado de graça (sem consciência de haver cometido um pecado grave que não foi previamente confessado) e guardar a devida devoção. Não se deve aproximar da Comunhão quando houver alguma sombra de dúvida. É melhor esperar e procurar o sacerdote para atender a nossa Confissão. Manifestamos a nossa fé na presença de Jesus na eucaristia cuidando das disposições interiores para comungar com fruto. Cada comunhão deve provocar uma espécie de incêndio em nosso coração; uma prática recomendada também pela piedade cristã é fazer uns minutos de silêncio em ação de graças por haver comungado na Missa: esse é o momento mais santo da nossa vida.

 

Dom Carlos Lema Garcia Bispo Auxiliar de São Paulo Vigário Episcopal para a Educação

 

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