XII-
A SANTÍSSIMA
TRINDADE: ROTEIRO DE ENCONTRO
O DOMINGO DA SANTISSÍMA TRINDADE, exige que falemos dela aos nossos
catequizandos...
Não como "dogma" da Igreja
Católica ou matéria do CIC - Catecismo da Igreja Católica, nossos
catequizandos ainda não estão maduros para entender a complexidade da doutrina
da nossa Igreja), mas, como verdade da nossa Fé. Pois cremos que
Pai, Filho e Espírito Santo habitam uma só essência. É o Deus Trindade que,
apesar de parecer ser fruto de consenso humano, é a conclusão óbvia da longa
história da Salvação experimentada pelo Povo de Deus e pela Igreja primitiva,
chegando até os nossos dias.
Vale lembrar às nossas crianças já
batizadas que a participação na vida da fé em nossa Igreja tem início
quando escutamos o nosso nome e em seguida a frase: "Eu te batizo em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Mesmo que a gente nem
lembre, este dia foi decisivo! Pelo Batismo cada um de nós foi mergulhado na
longa experiência de Salvação do Pai que nos deu seu Filho no Espírito Santo.
A fé em um Deus único no foi dada por
Abraão, já a fé de que este Deus são as três pessoas divinas (Pai, Filho e
Espírito Santo) nos foi comunicada pela experiência dos primeiros cristãos em
Jesus Cristo. Deus assim quis se manifestar a nós! Em sua bondade, mostra ao
ser humano que é comunidade de pessoas.
Desta experiência brota a profissão
de fé cristã, que pode ser dividida em duas partes principais:
- Cremos em um só Deus;
- Que é o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.
Estas duas partes da fé no Deus
cristão não podem jamais estar separadas. Deus é um só. Mas, este UM é o Pai e
o Filho e o Espírito Santo. Parece difícil, um absurdo até: um em três.
Mas não é matemática. É Fé. E quem começa a querer contar, começa a errar...
Por isso é bom não se ater a
matemática humana com as crianças, nela um é um e três são três. É impossível
três laranjas serem uma laranja e nem uma maçã ser ao mesmo tempo três
maças...
Mas a TRINDADE não se trata de
matemática. Trata-se de fé. Deus está muito acima de nossos pensamentos, de
nossa matemática, de nossa razão e de nossa ciência. A Trindade não é uma
verdade para ser entendida com a razão, mas para experimentarmos e sentirmos
com o coração. Foi assim que ela foi descoberta pela nossa Igreja e é assim que
acolhemos esta verdade em nosso coração. É "mistério".
E mistério aqui não significa coisa
oculta e que não se pode compreender. Pelo contrário, ela deriva da palavra
grega "myein", que significa "lábios fechados".
De fato, nosso Deus Trindade se
revela a nós assim: compreendemos em nosso coração Quem Ele é, mas se tentarmos
falar e explicar, não conseguimos. As palavras são insuficientes, é melhor
fecharmos nossos lábios e apenas louvar. É como o amor que as mães sentem pelos
filhos: não se explica, entende-se melhor quando se experimenta. Assim, a nossa
Igreja denomina "mistérios" as realidades acerca da nossa fé, que
embora a gente conheça e precise dizer algo sobre elas, nossas palavras não
bastam para exprimir o que de fato significam, pois são inacessíveis às razões
humanas, ao nosso ser "racional". Só as conhecemos porque Deus as
quis revelar, portanto entende-se melhor pela experiência do que pela
especulação intelectual.
Não procuremos então, entender,
procuremos experimentar, sentir e louvar. Neste momento, nossos catequizandos
precisam somente "sentir" em seus corações como nossa Fé é forte e
verdadeira. E como se trata do "mistério dos mistérios", é importante
ter os seguintes cuidados:
- HUMILDADE: é importante entender
que nossa linguagem é humana e limitada. Jamais conseguiremos dizer com
exatidão o que deus é. Deus está além de todo nosso pensar e não cabe em nossa
inteligência;
- COMPARAÇÕES: contudo, é preciso
falar de alguma forma sobre o Deus Uno e Trino, tendo em vista nosso esforço
catequético. E esta fala só é possível por meio de comparações e analogias. A
trindade jamais será compreendida pela nossa mente humana e limitada;
- CONVERSÃO: somente com a
transformação da vida de acordo com o Evangelho é possível sentir e saber sobre
a Trindade. Só quem ama pode entender como Três pessoas podem ser ao mesmo
tempo um só SER.
E uma das comparações que podemos
usar com as crianças é unir a chama de três velas que, separadas são três
coisas distintas, juntas, formam uma só chama. As chamas se unem e dão origem
ao fogo da Trindade Santa.
Também podemos trabalhar com
comparações da natureza, como de uma árvore: suas raízes, que dão alimento e
sustentação (Deus), invisível ao homem; seu tronco que aparece da terra (o
Filho) para trazer a nós os frutos e folhas (Espírito Santo) que nos dá seus
dons e energia para enfrentarmos qualquer coisa.
DINAMICA SUGERIDA:
Trabalhamos uma árvore e a montamos
montá-la com três corações, grudando-as num molde onde só existe o
tronco. Para isso é necessário confeccionar vários corações,
pintando-os de cores diferentes (três para cada catequizando: escrito em
um Pai, no outro Filho e no outro Espírito Santo, e um molde da árvore para
cada um também (se forem muitos pode ser realizado em dupla.
As árvores podem ser grudadas nas
paredes da sala em locais diferentes. Os corações com os nomes (da Trindade)
podem ficar espalhados sobre uma mesa decorada com a cruz, vela, bíblia, água
benta...
Depois da explanação sobre a
Santíssima Trindade (como o texto acima), pode-se pedir a eles que façam
memória das muitas vezes que usam o "nome do Pai" (persignação). .
Somos batizados em nome da Santíssima Trindade. Por isso o sinal da cruz é uma
profissão de fé. Fé na Santíssima Trindade, fé no mistério da Encarnação e da
Redenção. Mostrar como devem ser feitos os gestos corretamente, devagar e
pronunciando a profissão de fé “Em nome do Pai (na testa), do Filho ( no
peito), do Espírito Santo ( primeiro do lado esquerdo e depois do direito)”.
Este não é um mero ritual mas, o sentido Sagrado de que acreditamos na
Trindade.
E a Trindade se entende com amor. E o
amor é representado pela imagem de um coração. E na mesa temos vários corações.
Peça aos catequizandos que venham, cada um de uma vez, pegar seus três corações.
E com este "amor" em "três" pedaços, façam dele um SÓ! E
que façam isso montando estes corações nas pequenas árvores espalhadas pela
sala... Árvores formadas por várias partes mas que, juntas, formam um só
ser...
Os corações devem ser postos conforme
o esquema desenhado.
Depois que todos tiverem colado os corações nas árvores, peça a todos
que escrevem no tronco o que ela significa: "Santíssima
Trindade".
Encerre o encontro com um canto ou uma oração e, no final que todos
façam o sinal da cruz, dizendo em voz alta: "Em nome do Pai, do Filho...
" molhando a ponta dos dedos na água benta.
Árvore pronta
Se preferir explicar a Santíssima Trindade como uma
"árvore", ainda pode usar a seguinte imagem:
https://www.catequistasemformacao.com/2023/05/a-santissima-trindade-roteiro-de.html
(*) Baseado no texto de Pe. Alexsander
Cordeiro Lopes
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