VIII-
REFLEXÃO DOMINICAL I
TRINDADE: MISTÉRIO DE AMOR E DE
LUZ
Nesta festa celebramos Deus: o mistério de um
único Deus. E este Deus é o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Três Pessoas, mas
Deus é um só! O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito é Deus. Mas não são três
deuses: é um Deus em três Pessoas. Trata-se de um mistério que nos foi revelado
por Jesus Cristo: a Santíssima Trindade. Hoje paramos para celebrar este
mistério, pois as Pessoas não são adjetivação de Deus, não. São Pessoas reais,
diversas, diferentes; não são - como disse aquele filósofo - “emanações de
Deus”, não, não! São pessoas. Há o Pai, a quem rezo com o Pai-Nosso; há o
Filho, que me concedeu a redenção, a justificação; há o Espírito Santo, que
habita em nós e na Igreja. E isto fala ao nosso coração, porque o encontramos
encerrado naquela expressão de São João, que resume toda a Revelação: “Deus é
amor” (1 Jo 4, 8.16). O Pai é amor, o Filho é amor, o Espírito Santo é amor. E
na medida em que é amor, Deus, não obstante seja um e único, não é solidão, mas
comunhão entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Pois o amor é essencialmente
dom de si, e na sua realidade original e infinita é Pai que se entrega, gerando
o Filho que, por sua vez, se entrega ao Pai, e o seu amor recíproco é o
Espírito Santo, vínculo da sua unidade. Não é fácil compreender, mas pode-se
viver este mistério, todos nós podemos, pode- -se vivê-lo em grande medida!
Este mistério da Trindade foi-nos revelado pelo próprio Jesus. Ele fez-nos
conhecer o rosto de Deus como Pai misericordioso; apresentou-se a Si mesmo,
verdadeiro homem, como Filho de Deus e Verbo do Pai, Salvador que dá a sua vida
por nós; e falou do Espírito Santo que procede do Pai e do Filho, Espírito da
Verdade, Espírito Paráclito - no domingo passado falamos sobre esta palavra
“Paráclito” - ou seja, Consolador e Advogado. E quando Jesus apareceu aos
Apóstolos, depois da ressurreição, Jesus enviou-os para evangelizar “todos os
povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
Portanto, a festa de hoje faz-nos contemplar este maravilhoso mistério de amor
e de luz, do qual derivamos e para o qual se orienta o nosso caminho terrestre.
No anúncio do Evangelho e em todas as formas da missão cristã, não se pode
prescindir desta unidade à qual Jesus chama, entre nós, seguindo a unidade do
Pai, do Filho e do Espírito Santo: não se pode prescindir desta unidade. A
beleza do Evangelho deve ser vivida – a unidade - e testemunhada na concórdia
entre nós, que somos tão diferentes! E ouso dizer que esta unidade é essencial
para o cristão: não se trata de uma atitude, de um modo de dizer, não, é
essencial, pois é a unidade que nasce do amor, da misericórdia de Deus, da
justificação de Jesus Cristo e da presença do Espírito Santo no nosso coração.
Papa
Francisco Angelus, maio/2021
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/03/Ano-49C-37-SANTISSIMA-TRINDADE.pdf
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