I-
REFLEXÃO DOMINICA L
O DISTINTIVO DO MANDAMENTO DO
AMOR
A Igreja se alegra neste Tempo Pascal fazendo
memória da ressurreição do Senhor, com a convicção de Sua presença em seu meio.
A Igreja nasce da Páscoa do Senhor e reverbera, na força do Espírito Santo, de
geração em geração, o anúncio feliz da vitória de Cristo sobre o pecado, o mal
e a morte. Ela existe para evangelizar, portanto, ela é missão! Na Liturgia da
Palavra deste 5º Domingo da Páscoa, ouvindo os Atos dos Apóstolos, neste
capítulo 14, vê- -se claramente uma Igreja em movimento missionário: Paulo e
Barnabé encorajando os discípulos que acolheram a Boa-Nova a que se mantenham
firmes na fé que abraçaram; designando presbíteros para que conduzir e animar
as comunidades; anunciando a Palavra em muitas cidades e partilhando com os
irmãos e irmãs das comunidades os frutos da missão, sempre confiados à graça de
Deus. Do mesmo modo, também hoje a Igreja, que somos nós, precisa ter
consciência de que é missionária por natureza. A esperança, que movia e
continua a mover os discípulos missionários, está bem explicitada no
Apocalipse, na promessa dos novos céus e nova terra e da Jerusalém celeste,
isto é, da Igreja glorificada na plenitude do Reino, onde toda lágrima será
enxugada e não haverá mais morte nem dor, porque a vida triunfou com Cristo
ressuscitado! Ele fez novas todas as coisas e nos renovou por meio do Batismo e
da Crisma, com o dom da filiação divina e do Espírito Consolador, nossa força,
para que, uma vez renovados, ajudemos a renovar a realidade e o mundo à nossa
volta, por meio do anúncio do Evangelho e do testemunho do amor. A prática do
mandamento novo do amor é o que nos distingue como discípulos do Senhor e o
sinal que torna credível a Palavra que anunciamos: “Nisto todos conhecerão que
sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 35). Não se
trata de mero esforço, pois esse amor é dom do Espírito, amor que foi por Ele
derramado em nossos corações e, por meio do qual nos reconhecemos como filhos e
filhas muito amados de nosso Abbà-Pai, irmãos e irmãs, e membros do mesmo Corpo
de Cristo, que é a Igreja. Contudo, esse dom precisa ser acolhido de coração
aberto e sem que coloquemos obstáculos, portanto, é preciso disposição para
vive-lo. Esse amor, que devemos testemunhar, começa entre nós, para depois
expandir-se a todos ao nosso redor. A Igreja celebra, neste ano, o Jubileu dos
2025 anos da vinda do Senhor em nosso meio, d’Aquele que é a morada de Deus
entre os homens (cf. Ap 21, 3). É necessário que nós, peregrinos de esperança,
nos perguntemos: o amor que o Senhor nos deixou como mandamento e testamento
tem sido vivido por nós do modo como Ele deseja? Temos sido unidos de fato?
Temos buscado, no amor, a unidade que ajuda o mundo a crer (cf. Jo 17,21)? A
fé, diz São Paulo, opera pela caridade, isto é, pelo amor (cf. Gl 5,6) e é movida
pela esperança. Que a nossa fé seja de fato testemunhada pelo amor: o amor
entre nós, na unidade e sem divisões ou cismas, e amor para com todos, pois
Deus não faz acepção de pessoas (cf. At 10, 34). Lembremo-nos sempre destas
palavras do apóstolo João: “quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é
amor”! (1Jo 4, 8). Onde há amor, Deus aí está e, por isso, podemos ter
esperança!
Dom
Edilson de Sousa Silva Bispo auxiliar de São Paulo Vigário Episcopal Região
Lapa
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/03/Ano-49C-33-5o-DOMINGO-DE-PASCOA.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário