domingo, 28 de março de 2021

SEJA BEM-VINDO!

DOMINGO, 28 DE MARÇO DE 2021

“A si mesmo se humilhou, tornando- se obediente até à morte e morte de cruz.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira”( Flp 2,8-9).

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR– ANO B- SÃO MARCOS


OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA:

A LITURGIA DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

Celebramos hoje o chamado "Domingo de Ramos", a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Ao recordar a explosão de alegria do povo de Israel, que proclamava Rei o humilde Jesus de Nazaré, nós, cristãos, fazemos uma profissão de fé sincera em Jesus, Filho de Deus. Ele é o Rei e Senhor de nossas vidas. Jesus conquistou para si e fez de nós o Reino do Pai dando a própria vida por nós e elevando-nos à dignidade de filhos.

Este Messias não vem como rei potente, num majestoso cavalo de guerra, símbolo de força e poder! Ele vem num burrico, usado pelos servos nos seus duros trabalhos; Ele vem como manso e humilde servo! Eis o escândalo que Israel não suporta! Esperava-se um Messias que fosse rei potente e Deus envia um servo humilde e frágil! Que lógica, a de Deus! E, misteriosamente, Israel não consegue compreendê-la e terminou por refutar Jesus!

Mas, e nós, compreendemos de verdade esta lógica?

O mistério que hoje estamos celebrando – a Paixão e Morte do Senhor – e vamos celebrar de modo mais pausado e contemplativo nesses dias da Grande Semana, foi resumido de modo admirável na segunda leitura desta Eucaristia: o Filho, sendo Deus, tomou a forma de servo e fez-Se obediente ao Pai por nós até a morte de Cruz. E o Pai O exaltou e deu-Lhe um Nome acima de todo nome, para nossa salvação! Eis o mistério! Eis a salvação que nos foi dada!

Mas isto custou ao Senhor! É sempre assim: os ideais são lindos; colocá-los na vida, na carne de nossa existência, requer renúncia, lágrimas, sangue!

Irmãos, que vos preparais para celebrar estes dias sagrados, não vos acovardeis, não renegueis o nosso Senhor, não O deixeis padecer sozinho, crucificado por um mundo cada vez mais infiel e ateu, um mundo que denigre o Nome de Cristo e de Sua Igreja católica!

Nós Vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos porque pela Vossa santa Cruz remistes o mundo.

Apesar da situação de pandemia que estamos passando, desejo a todos quer seja presencialmente ou não, vivenciar da melhor forma esta Semana Santa, a chamada Semana Maior, porque o Filho de Deus deu a Vida por todos nós.

As Reflexões deste SB SABENDO BEM especial, poderá ajudar o(a) leitor(a), o seguidor de Jesus vivenciar esta Semana como um grande Retiro, louvando e bendizendo o Senhor, nosso Salvador. FELIZ SEMANA SANTA!

O SB SABENDO BEM DESTE DOMINGO E DESTA SEMANA É ESPECIAL. VEJA ABAIXO, LEIA E REFLITA AS TEMÁTICAS APROPRIADAS DA SEMANA MAIOR, A SEMANA SANTA:

01- OLÁ: PRA COMEÇO DE CONVERSA;

02- VIVAMOS A SEMANA SANTA;

03- LEITURAS DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR;

04- LITURGIA DA SEMANA;

05- REFLEXÃO DOMINICAL;

06- MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR;

07- O TRÍDUO PASCAL;

08- AS DORES DE NOSSA SENHORA;

09- QUINTA-FEIRA SANTA;

10- SEXTA-FEIRA SANTA;

11- SÁBADO SANTO E VIGÍLIA PASCAL;

12- ESPIRITUALIDADE: JESUS TEVE MEDO DA MORTE E ISTO DEVE NOS ENCORAJAR;

13- DISSE SANTO AGOSTINHO: SERMÃO SOBRE O SALMO 50 (MISERERE)- 2.ª PARTE;

14- PENSE NISSO: POR QUE JESUS TINHA QUE MORRER PARA NOS SALVAR? 

DESEJO A TODOS UMA ÓTIMA REFLEXÃO!

Caro(a) Leitor(a) amigo(a):

O meu abraço fraterno e uma ótima semana a todos!

ACESSE SEMPRE O BLOG: sbsabendobem.blogspot.com e divulgue aos seus amigos, conhecidos e contatos nas redes sociais. Comente, faça sugestões. Agradeço!

Sérgio Bonadiman

 

# USE A MÁSCARA DE FORMA CORRETA

# VACINAÇÃO JÁ PARA TODAS AS PESSOAS.



VIVAMOS A SEMANA SANTA

Com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão, iniciamos a “semana maior” da Liturgia da Igreja, recordando os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Portanto, com este Domingo, já iniciamos a celebração da Pascoa deste ano. Hoje recordamos a entrada de Cristo em Jerusalém para celebrar a sua Páscoa. Vamos repetir um rito que o povo da antiga aliança costumava realizar durante a chamada “festa das tendas”, levando ramos nas mãos, significando a esperança da chegada do Messias. Hoje somos nós que também erguemos nossos ramos em procissão, reconhecendo que o Messias tão esperado está no meio de nós e, olhando para Jesus, aclamaremos: “Hosana, ao Filho de Davi”. Vale lembrar que o “Domingo de Ramos” é também é “Domingo da Paixão”. O mesmo Jesus aclamado festivamente na entrada de Jerusalém será́ também levado aos tribunais, condenado e crucificado, experimentando a humilhação do Servo do Senhor em vista de nossa salvação.

Segunda, Terça e Quarta-feira Santas serão dias para acompanharmos a narrativa dos acontecimentos que antecedem a Paixão, Morte e ressurreição de Jesus.

Na Segunda-feira Santa, recordaremos o gesto da mulher que unge os pés de Jesus e seca os com seus cabelos, prefigurando a unção do Corpo do Senhor na sepultura.

A Terça-feira Santa será́ o dia em que, com grande tristeza, Jesus anunciará a sua morte e também a traição, indicando Judas como sendo o seu traidor.

Já na Quarta-feira Santa, recordaremos o dia em que Judas decide trair Jesus, vendendo-o por trinta moedas. Seria bom aproveitar esses dias para uma boa confissão, quem ainda não a fez!

Na quinta-feira santa, ainda pela manhã, a Igreja, numa solene celebração eucarística presidida pelo seu bispo, reunir-se-á para celebrar a memória da instituição do ministério sacerdotal. Nesta celebração ficará visível o rosto da Igreja que, presidida pelo seu bispo tendo ao seu redor o seus padres e diáconos, com todo povo santo de Deus, celebra a Eucaristia. Também nessa ocasião, os padres renovarão suas promessas sacerdotais de servir a Deus e ao seu povo. Ainda na quinta feira (à tarde ou noite), a Igreja se reunirá mais uma vez, agora para abrir solenemente o Tríduo Pascal, com a celebração da Ceia do Senhor, memorial do sacrifício de Cristo na Cruz. Na ocasião, recordaremos o gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos indicando-lhes o mandamento do amor. A celebração se concluirá com a trasladação do Santíssimo Sacramento para o altar da reposição. A partir deste momento a Igreja permanecerá em vigília de oração, pois o Senhor, após a Ceia celebrada com os discípulos, será entregue aos que irão condená-lo.

Sexta-feira Santa, dia de jejum e de abstinência de carne, a Igreja permanecerá em profundo silêncio orante, e é com esse silêncio que começará a celebração da Paixão e Morte do Senhor. A Igreja reunida ouvirá atenta o relato da Paixão, fará a adoração ao Santo Madeiro da Cruz e, como povo sacerdotal, rezará pelas intenções universais da Igreja. Recordo que, na Sexta-feira Santa, todos somos convidados a fazer um gesto de solidariedade concreta para com os cristãos que vivem na Terra Santa (Israel, Palestina, Síria, Egito, Turquia...), onde nasceu a nossa fé; lá os cristãos são poucos e passam por privações e precisam de nossa ajuda. Façamos nossa oferta generosa na coleta para os “lugares santos”.

O Sábado Santo, pela manhã, prolongará o silêncio do dia anterior. A Igreja, em oração diante da sepultura do Senhor, contemplará o mistério de sua morte. Por ela, o Senhor desce à “mansão dos mortos” para resgatá-los. Chegada a noite, a Igreja, cheia de alegria e júbilo, reúne-se para o grande anúncio da Ressurreição do Senhor. Com uma rica e longa celebração, ouviremos as leituras que farão o grande resumo de toda história da salvação, acompanharemos os que se prepararam para receber os sacramentos da iniciação, renovaremos nossa fé batismal e finalmente cantaremos alegres o Aleluia que anuncia a vitória de Jesus sobre a morte. Domingo de Páscoa será o grande dia e a mais importante celebração de nossa fé. “Este é o dia que o Senhor fez para nós”, cantaremos com o salmista e assim proclamaremos que a Páscoa de Cristo se faz viva e atual na vida de cada um de nós, de cada família, de toda Igreja, e da criação inteira.

Que nenhum católico se dispense facilmente de celebrar em sua comunidade este dia! Feliz e santa Páscoa do Senhor para todos, com a bênção de Deus!

(Folheto Povo de Deus).

Fonte: http://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano_45-b_-_23_-_ramos_e_paixao_do_senhor.pdf

 

 

LEITURAS DA MISSA

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

1 - Evangelho após a Bênção dos Ramos

EVANGELHO - Mc 11,1-10 06.
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, ESCRITO POR MARCOS

1 Quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, 2dizendo: “Ide até o povoado que está em frente, e logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montando. Desamarrai-o e trazei-o aqui! 3 Se alguém disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, mas logo o mandará de volta’ ”. 4 Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e o desamarram. 5 Alguns dos que estavam ali disseram: “O que estais fazendo?” 6Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e eles permitiram. 7 Levaram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou. 8 Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos. 9 Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! 10Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!’
PALAVRA DA SALVAÇÃO

1 - LITURGIA DA PALAVRA

I LEITURA - Is 50,4-7
LEITURA DO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS

4 O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5 O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6 Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7 Mas o Senhor Deus é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.
PALAVRA DO SENHOR

SALMO RESPONSORIAL Sl 21(22)

R.: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?

1. Riem de mim todos aqueles que me vêm, torcem os lábios e sacodem a cabeça: “Ao Senhor se confiou, ele o liberte e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
2. Cães numerosos me rodeiam furiosos, e por um bando de malvados fui cercado. Transpassaram minhas mãos e os meus pés e eu posso contar todos os meus ossos.
3. Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica. Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!
4. Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembléia hei de louvar-vos! Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o, toda a raça de Israel!

II LEITURA - Fl 2,6-11 13.
LEITURA DA CARTA DE SÃO PAULO AOS FILIPENSES

6 Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7 mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8 humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai.
PALAVRA DO SENHOR.

EVANGELHO - Mc 15,1-39 (Lecionário Dominical p.460 - Paixão)

ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO

Ref.: Nós devemos gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo: nele está a salvação, vida e ressurreição!
1. Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz. Pelo que o Senhor Deus o exaltou, e deu-lhe um nome muito acima de outro nome.

PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO SEGUNDO MARCOS.

L 1: 1 Logo pela manhã, os sumos sacerdotes, com os anciãos, os mestres da lei e todo o sinédrio, reuniram- -se e tomaram uma decisão. Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos. 2E Pilatos o interrogou:

L 3: “Tu és o rei dos judeus”?

L 2: Jesus respondeu:

PRESID.: “TU O DIZES”.

 L 1: 3 E os sumos sacerdotes faziam muitas acusações contra Jesus.

4 Pilatos o interrogou novamente:

 L 3: “Nada tens a responder? Vê de quanta coisa te acusam!’

L 2: 5 Mas Jesus não respondeu mais nada, de modo que Pilatos ficou admirado.

6 Por ocasião da Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem. 7 Havia então um preso, chamado Barrabás, entre os bandidos, que, numa revolta, tinha cometido um assassinato.

L 1: 8 A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir que ele fizesse como era costume. 9 Pilatos perguntou:

L 3: “ Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?”

L 2: 10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja. 11Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.

L 1: 12Pilatos perguntou de novo:

L 3: “Que quereis então que eu faça com o rei dos judeus?”

L 2: 13Mas eles tornaram a gritar:

TODOS: Crucifica-o!

L 1: 14Pilatos perguntou: L 3: “Mas, que mal ele fez?” L 2: Eles, porém, gritaram com mais força:

TODOS: Crucifica-o!

L 1: 15Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser crucificado.

 16Então os soldados o levaram para dentro do palácio, isto é, o pretório, e convocaram toda tropa.

L 2: 17Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça. 18E começaram a saudá-lo.

TODOS: “Salve, rei dos judeus!”

L 1: 18Batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.

L 2: 20 Depois de zombarem de Jesus, tiraram- -lhe o manto vermelho, vestiram-no de novo com suas próprias roupas e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.

 L 1: 21Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo, que voltava do campo, a carregar a cruz. 22Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer “Calvário”.

L 2: 23Deram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o tomou. 24Então o crucificaram e repartiram as suas roupas, tirando a sorte, para ver que parte caberia a cada um.

L 1: 25Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. 26E ali estava uma inscrição com o motivo da sua condenação: “O Rei dos Judeus”. 27Com Jesus foram crucificados dois ladrões, um à direita e outro à esquerda.

L 2: 29 Os que por ali passavam o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:

TODOS: Ah! Tu, que destróis o Templo e o reconstróis em três dias, 30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!”

L 1: 31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, com os mestres da Lei, zombavam entre si dizendo:

TODOS: “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar!” 32 O Messias, o rei de Israel... que desça da cruz, para que vejamos e acreditemos!”

L 2: Os que foram crucificados com ele também o insultavam.

L 1: 33Quando chegou o meio- dia, houve escuridão sobre toda a terra, até as três horas da tarde. 34Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:

PRESID.: “ELOI, ELOI, LAMÁ SABACTÂNI?”

L 2: Que quer dizer:

PRESID.: “MEU DEUS, MEU DEUS, POR QUE ME ABANDONASTE?”

L 1: 35Alguns dos que estavam ali perto, ouvindo-o, disseram:

TODOS: “Vejam, ele está chamando Elias!”

L 2: 36Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e lhe deu de beber, dizendo:

L 3: “Deixai! Vamos ver se Elias vem tira-lo da cruz”. L 1: 37Então Jesus deu um forte grito e expirou.

L 2: 38Nesse momento, a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes. 39Quando o oficial do exército, que estava bem em frente dele, viu como Jesus havia expirado, disse:

L 3: “Na verdade, este homem era o Filho de Deus!”

PRESID: PALAVRA DA SALVAÇÃO.


LITURGIA DA SEMANA DE 29.03 A 04.04.2021

29.03 - 2ª Rx - Is 42,1-7, Sl 26/27, João 12,1-11 - São Segundo
30.03 - 3ª Rx - Is 49,1-6, Sl 70/71, João 13,21-33.36-38 - São João Clímaco
31.03 - 4ª Br - Is 50,4-9, Sl 68/69, Mt 26 14-25 - Santa Balbina
01.04 - 5ª Br - Ex 12,1-8.11-14, Sl 115/116, 1 Cor 11,23-26, Jo 13,1-15 - São Hugo de Grenoble
02.04 - 6ª Vm - Is 52,13-53,12, Sl 30/31, Hb 4,14-16;5,7-9, Jo 18,1-19,42 - São Francisco de Paula
03.04 - Sb Br - Gn 1,1.26-31, Sl 103/104, Rm 6,3-11, Mc 16,1-7 - Santas Irene, Quiônia e Ágape
04.04 - Dom Br -PÁSCOA- At 10,34.37-43, Sl 117/118, Cl 3,1-4, Jo 20,1-9 - Santo Isidoro de Sevilha 

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL I

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

- Com o Domingo de Ramos entramos na Semana Santa, também chamada de Semana Maior, já que nessa semana acontecem os maiores fatos da história da Salvação. Nestes dias vamos celebrar a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

- As leituras de hoje se misturam em dois fatos: A entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, como rei pacífico e libertador do homem, e sua paixão e morte, como geradoras de libertação e de paz. Então a história da paixão e morte não é apenas a história da paixão e morte de Jesus. É também a nossa história. Este assunto também é nosso, porque Jesus morre por nós e nesse seu comportamento de doação até o extremo, Ele se torna modelo de doação e de combate a tudo o que se opõe à construção do Reino de Deus. Por conseguinte, esta semana, não pode ser santa apenas de nome, nem somente uma repetição de fatos passados ou de coisas conhecidas. Não podemos, nem devemos nesses dias olhar apenas para os fatos históricos. É preciso neles enxergar o sentido salvador que trazem. Temos de viver a Semana Santa comparando a nossa vida com a vida de Jesus, pois o cristão deve ser 'outro Cristo'.

- O caráter histórico desta semana nos recorda ao que Jesus viveu há mais de dois mil anos. Já sua atualização nos faz reviver a sua paixão e morte atualizando seu sentido e eficácia em tempos atuais. A Paixão de Cristo ainda não terminou! Ele continua sofrendo as dores humanas e com todos os homens e mulheres busca libertar, curar e salvar a todos. Ao passarmos por nossas cidades, por exemplo, vemos que o calvário ainda existe. Ele está presente na pandemia, na violência, no desemprego, na polarização política e econômica, nas divisões familiares e comunitárias. O caminho do calvário é longo e penoso! Ao revivermos o mistério pascal de Cristo, buscamos ser instrumentos em nós e a partir de nós do Reino de vida nova que Ele veio trazer.

- Sobre os ramos lembramos que eles simbolizam a paz. Somos agentes da paz. Devemos construir uma cultura de paz. Essa é uma missão contínua, atual e necessária em um mundo onde a diferença e o diverso gera a morte, a violência e a polarização. Os ramos também enfeitam a imagem dos mártires. Ao mesmo tempo em que nos fala de sofrimento, também nos fala de vitória. Ao levarmos conosco estes ramos queremos expressar a nossa adesão e entrega à pessoa de Jesus Cristo. Queremos também abraçar a sua causa, ser suas testemunhas pela aplicação de seus ensinamentos na nossa vida prática.

 - No Domingo de Ramos experimentamos a alegria do triunfo de Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, as dores e sofrimento de sua paixão e morte. Sua caminhada nos recorda o caminho definitivo para a ressurreição. Nossa vida também é assim: experimentamos a alegria e a tristeza, a noite e o dia; dias de humilhação ou de glorificação; a saúde e a doença, momentos em que celebramos a vida ou a morte; a queda do pecado e o resgate feito pela graça de Deus. Enfim, entre as adversidades da vida é que o cristão reconhece o mistério da Páscoa do Senhor que nos garante a vitória sobre o pecado e a morte. É a graça de Deus que nos conduz das trevas para a luz! Somos convidados a aprender com Jesus Cristo a aceitar e assumir a nossa vida com seus desafios, descobrindo em tudo a mensagem de Deus que é Pai e que nos leva sempre para o bom caminho. Ele nos motiva a querer um mundo mais justo e fraterno para todos. - Que nesta Semana Santa possamos contemplar o amor de Deus, revelado em Cristo que se ofereceu por nós. Que a alegria de celebrarmos a Ressurreição do Senhor, sua máxima vitória sobre a morte, desperte e alimente em nós a esperança de que não é a morte que reina sobre o mundo, mas a vida. Sigamos em paz, sabendo que a última palavra quem tem é o Pai, o Deus da vida.

http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2021/02/28_03_21.pdf

 

 

DOMINGO DE RAMOS - MEDITAÇÃO

Meditação para o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

 


Por Pe. Paulo Ricardo


— Na celebração litúrgica deste domingo, recordamos duas realidades: a entrada triunfal de Jesus na cidade santa de Jerusalém, ocasião em que se manifesta a Sua realeza divina — Ele é aclamado com cantos de hosana pela multidão — e, ao mesmo tempo, o mistério da Sua Paixão. Nesse estranho paradoxo, somos apresentados ao fato de que Jesus é, sim, o Messias que vai nos libertar, mas o Messias inesperado. Ele não vem como um revolucionário político, “não se apoia na violência, não começa uma insurreição militar contra Roma”, mas vem como “servo sofredor”, cujo “poder é de caráter diferente; é na pobreza de Deus, na paz de Deus que Ele individualiza o único poder salvador” (Ratzinger, 2011, p. 18).

Os judeus, porém, não O reconhecem. E não O reconhecem porque não têm as lentes da fé que abrem o coração humano e o fazem exclamar como o centurião no final do Evangelho deste domingo: “Na verdade, este homem era o Filho de Deus!” Como “a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes”, precisamos, hoje, rasgar os véus que cobrem a Cruz de Cristo para enxergá-lO como Aquele que vai nos salvar de nossos pecados. Do contrário, o episódio da Cruz será, para nós, apenas mais um crime, um espetáculo de horror como o foi para os judeus.

Quando Mel Gibson lançou A Paixão de Cristo nos cinemas, grande parte do público viu apenas um filme de terror. Mas por trás de todo aquele sofrimento e flagelo havia o mistério da redenção. Na Cruz, Jesus não sofreu apenas uma execução cruel e injusta; Ele deu a sua vida livremente — “ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir” (Jo 10, 18) — para, através do Seu sangue, realizar um gesto de justiça, amando a Deus como Ele deve ser amado, e um gesto de misericórdia, reavendo o gênero humano, perdido pelo pecado. Em outras palavras, Jesus deu a sua vida pela salvação do homem.

Para crermos no mistério da Cruz, devemos apoiar-nos na  da Virgem Maria. Ela, a mãe do Salvador, foi a única que não vacilou diante da Paixão. Mesmo o apóstolo João, que estava também ao pé da cruz, precisou ver o sepulcro vazio para acreditar na ressurreição. Maria, por outro lado, manteve-se o tempo todo firme, stabat mater, crendo na providência divina apesar de ouvir o próprio filho dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”, pois sabia que Ele precisava padecer a dor do homem, precisava ser dilacerado pelas nossas impurezas. Unida ao mistério da Redenção, Maria ofereceu o único sacrifício que nenhum outro poderia oferecer: o sacrifício da sua fé.

Neste Domingo de Ramos e da Paixão, portanto, façamos de Maria a nossa companheira para que, no crime da cruz, vejamos o alvorecer da nossa redenção.

Oração. — Senhor Jesus, Vós que fostes pregado à Cruz para redimir-me de minhas culpas, ajudai-me a reconhecer-Vos como o meu Rei e Salvador. Na Vossa Paixão, não quero me comportar como os fariseus e os soldados romanos, agindo com escárnio e desprezo, nem chorar como as mulheres em vosso caminho, que são constrangidas pela visão desesperadora das Vossas chagas. Quero, ao contrário, estar de pé como a Vossa Mãe, Maria Santíssima, confiando na providência divina, que sabe tirar proveito de todos os males. Aumentai, portanto, a minha fé, a fim de que me arrependa dos meus pecados e diga como o Centurião: “Na verdade, este homem era o Filho de Deus!”

Propósito. — Decide-te a viver de fé e progredir na vida de santidade para que, uma vez curado de teus pecados, possas contemplar a face de Jesus misericordioso. Ó, meu amado Jesus, até agora caminhei como um descrente, adiando a minha conversão sempre para depois. Concedei-me hoje a firmeza dos santos para que tenha coragem e decida-me de uma vez por todos a viver de fé e nada mais!

https://padrepauloricardo.org/episodios/domingo-de-ramos-e-da-paixao-do-senhor-mmxviii

 

O TRÍDUO PASCAL


A palavra tríduo na prática devocional católica sugere a idéia de preparação. Às vezes nos preparamos para a festa de um santo com três dias de oração em sua honra, ou pedimos uma graça especial mediante um tríduo de preces de intercessão.

O tríduo pascal se considerava como três dias de preparação para a festa de Páscoa; compreendia a quinta-feira, a sexta-feira e o sábado da Semana Santa. Era um tríduo da paixão.

No novo calendário e nas normas litúrgicas para a Semana Santa, o enfoque é diferente. O tríduo se apresenta não como um tempo de preparação, mas sim como uma só coisa com a Páscoa. É um tríduo da paixão e ressurreição, que abrange a totalidade do mistério pascal. Assim se expressa no calendário:

Cristo redimiu ao gênero humano e deu perfeita glória a Deus principalmente através de seu mistério pascal: morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida. O tríduo pascal da paixão e ressurreição de Cristo é, portanto, a culminação de todo o ano litúrgico.

Logo estabelece a duração exata do tríduo:

O tríduo começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, alcança seu cume na Vigília Pascal e se fecha com as vésperas do Domingo de Páscoa.

Esta unificação da celebração pascal é mais acorde com o espírito do Novo Testamento e com a tradição cristã primitiva. O mesmo Cristo, quando aludia a sua paixão e morte, nunca as dissociava de sua ressurreição. No evangelho da quarta-feira da segunda semana de quaresma (Mt 20,17-28) fala delas em conjunto: "O condenarão à morte e o entregarão aos gentis para que d'Ele façam escarnio, o açoitem e o crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará".

É significativo que os pais da Igreja, tanto Santo Ambrosio como Santo Agostinho, concebam o tríduo pascal como um todo que inclui o sofrimento do Jesus e também sua glorificação. O bispo de Milão, em um dos seus escritos, refere-se aos três Santos dias (triduum illud sacrum) como aos três dias nos quais sofreu, esteve no túmulo e ressuscitou, os três dias aos que se referiu quando disse: "Destruam este templo e em três dias o reedificaré". Santo Agostinho, em uma de suas cartas, refere-se a eles como "os três sacratíssimos dias da crucificação, sepultura e ressurreição de Cristo".

Esses três dias, que começam com a missa vespertina da quinta-feira santa e concluem com a oração de vésperas do domingo de páscoa, formam uma unidade, e como tal devem ser considerados. Por conseguinte, a páscoa cristã consiste essencialmente em uma celebração de três dias, que compreende as partes sombrias e as facetas brilhantes do mistério salvífico de Cristo. As diferentes fases do mistério pascal se estendem ao longo dos três dias como em um tríptico: cada um dos três quadros ilustra uma parte da cena; juntos formam um tudo. Cada quadro é em si completo, mas deve ser visto em relação com os outros dois.

Interessa saber que tanto na sexta-feira como na sábado santo, oficialmente, não formam parte da quaresma. Segundo o novo calendário, a quaresma começa na quarta-feira de cinza e conclui na quinta-feira santa, excluindo a missa do jantar do Senhor 1. na sexta-feira e na sábado da semana Santa não são os últimos dois dias de quaresma, mas sim os primeiros dois dias do "sagrado tríduo".

Pensamentos para o tríduo.

A unidade do mistério pascal tem algo importante que nos ensinar. Diz-nos que a dor não somente é seguida pelo gozo, senão que já o contém em si. Jesus expressou isto de diferentes maneiras. Por exemplo, no último jantar disse a seus apóstolos: "Se entristecerão, mas sua tristeza se trocará em alegria" (Jn 16,20). Parece como se a dor fosse um dos ingredientes imprescindíveis para forjar a alegria. A metáfora da mulher com dores de parto o expressa maravilhosamente. Sua dor, efetivamente, engendra alegria, a alegria "de que ao mundo lhe nasceu um homem".

Outras imagens vão à memória. Todo o ciclo da natureza fala de vida que sai da morte: "Se o grão de trigo, que cai na terra, não morre, fica sozinho; mas se morrer, produz muito fruto" (Jn 12,24).

A ressurreição é nossa páscoa; é um passo da morte à vida, da escuridão à luz, do jejum à festa. O Senhor disse: "Você, pelo contrário, quando jejuar, unja-se a cabeça e se lave a cara" (MT 6,17). O jejum é o começo da festa.

O sofrimento não é bom em si mesmo; portanto, não devemos buscá-lo como tal. A postura cristã referente a ele é positiva e realista. Na vida de Cristo, e sobre tudo na sua cruz, vemos seu valor redentor. O crucifixo não deve reduzir-se a uma dolorosa lembrança do muito que Jesus sofreu por nós. É um objeto no que podemos nos glorificar porque está transfigurado pela glória da ressurreição.

Nossas vidas estão entretecidas de gozo e de dor. Fugir da dor e as penas a toda costa e procurar gozo e prazer por si mesmos são atitudes erradas. O caminho cristão é o caminho iluminado pelos ensinos e exemplos do Jesus. É o caminho da cruz, que é também o da ressurreição; é esquecimento de si, é perder-se por Cristo, é vida que brota da morte. O mistério pascal que celebramos nos dias do sagrado tríduo é a pauta e o programa que devemos seguir em nossas vidas.

https://www.acidigital.com/fiestas/pascoa/triduo.htm

 

AS DORES DE NOSSA SENHORA.


A invocação das ‘dores’ começou a ser pública e específica desde que o Papa Benedito XIII, em 22 de agosto de 1727, mandou que se rezasse sobre as ‘dores de Nossa Senhora’.

Mulher eis aí o teu filho; filho eis aí a tua mãe. (Jo 19,26-27).

Esses dois versículos de São João, são conhecidos como o testamento de Jesus. Jesus encontra-se já pregado na cruz, momento altíssimo da sua missão salvífica. Está próximo o momento do seu retorno para a glória do Pai. Antes de voltar para o seio do Pai, de onde Ele veio, Jesus deixa para nós, homens, a sua herança.

Entrega a João, o discípulo amado e fiel até a cruz, a maternidade de Maria. João é figura de todos os discípulos fiéis e de todos os tempos. Portanto, quando Jesus, do lenho da cruz, diz a João: “Eis a tua Mãe”; na realidade está confiando toda a sua igreja à guarda da proteção materna de Maria.

Daquele momento em diante, por desejo e ordem do próprio Jesus, a maternidade espiritual de Maria, estendeu-se sobre todos aqueles discípulos de Jesus, que como João lhe são fiéis até o fim, até a cruz; em todos os tempos e lugares onde estiver presente a sua igreja.

Também à Maria Jesus diz: “Eis o teu filho”, referindo-se a João. Pela sua fé inquestionável, Maria teve coragem de oferecer seu único e amado Filho na cruz. Provavelmente esse foi o momento mais doloroso da sua caminhada de fé. Provavelmente, na cruz, foi a última e mais difícil renovação do seu “sim” ao plano de Deus, pois humanamente tudo parecia obscuro, incerto.

Tudo parecia ter chegado ao fim e o seu sofrimento materno atingia o grau máximo. Humanamente Maria não deveria ter mais forças e nem motivos para continuar tendo esperanças. Porém, ela espera contra toda esperança.

Mais uma vez, ela se abandona totalmente no mistério divino, confiando somente na fidelidade de suas promessas. Quase que como recompensa ao seu total despojamento, que lhe faz capaz de oferecer tudo, até mesmo seu único filho.

Jesus entrega João à Maria como filho e, através dele, entrega toda a sua igreja, todos os seus discípulos fiéis de todos os tempos aos cuidados maternos de sua Mãe. Foi em base a estas palavras de Jesus na cruz, que o Papa Paulo VI, disse que nenhuma igreja pode ser verdadeiramente cristã, se não for Mariana. Nenhuma igreja que se diz cristã, não honra o seu nome, se não ama, não respeita e não venera a Virgem Maria, da qual nasceu Jesus, em quem se fundamenta toda igreja que carrega o peso do nome “cristão”.

Uma igreja cristã sem a Mãe de Jesus, seria como uma bonita construção, com colunas e paredes resistentes, mas sem telhado ou sem abertura.

Mas, a intenção de São João ao narrar as últimas palavras de Jesus na Cruz, não é somente aquela de comprovar o desejo de Jesus sobre a maternidade espiritual de Maria dentro da igreja.

Nas palavras de Jesus e no fato da presença de Maria aos pés da cruz, ele quer mostrar-nos também em que consiste essa maternidade espiritual de Maria dentro da igreja. De fato, o que o evangelho quer nos ensinar, é que a maternidade espiritual de Maria sobre toda a sua igreja, não é somente um título de honra dado a Maria, mas é a justa recompensa pelo modo como a Virgem Mãe colaborou ativamente na obra salvífica do seu Filho e nosso Senhor Jesus.

A sua maternidade espiritual é a justa recompensa de Deus, pela atitude de inteira entrega e doação que Maria assumiu desde o momento em que deu o seu primeiro “sim” ao plano de Deus. Por isso mesmo, a maternidade espiritual de Maria, não é somente um privilégio, mas acima de tudo, uma nova missão que Deus lhe confia. A cooperação de Maria no calvário é o prolongamento daquele seu consenso ativo, irreversível e incondicionado dado na anunciação, mas que persiste e culmina aos pés da cruz..

Através do conceber a Jesus; gerá-lo em seu seio, nutri-lo, apresentá-lo ao Pai no templo e do seu sofrer com o filho que morre na cruz, Maria coopera de modo muito especial na obra da nossa salvação, com a sua obediência, sua fé, sua esperança e sua ardente caridade, para restaurar a vida sobrenatural de todos as almas.

Se Jesus é o homem das dores, Maria é a mulher das dores. Ela, aos pés da cruz, sofrendo com seu filho, é para todos os cristãos, modelo da perfeita união com Cristo até as últimas consequências. Mais importante do que a presença física de Maria entre os poucos discípulos fiéis a Cristo aos pés da cruz, é a sua comunhão íntima com o Cristo crucificado. Maria juntamente com os poucos discípulos fiéis (que representam dignamente o resto fiel de Israel), abraça aquela cruz como se fosse sua, faz sua a mensagem contida naquele gesto de Jesus.

Ela, aos pés da cruz, torna-se o modelo perfeito do verdadeiro discípulo de Cristo, que o segue até ás últimas consequências. Seguir a Cristo até a cruz, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, é o verdadeiro teste de maturidade da fé, pelo qual Maria passou e foi aprovada. Portanto, a celebração de hoje, deve nos conduzir a uma reavaliação da nossa condição cristã.

Ser cristão, não é somente dizer-se tal, ter recebido o batismo, rezar ou frequentar a igreja. Ser cristão, é dar um sim a Deus e ser fiel a ele até as últimas consequências. É abraçar a cruz de Cristo e fazê-la nossa. É não perder a fé e a esperança na fidelidade de Deus, mesmo diante da dor, da incerteza e da crueldade da cruz. É saber fazer nascer a vida a partir das situações de morte, pelas quais passamos.

Que a Virgem Mãe das Dores, nos ensine a abraçar com coragem nossas cruzes, viver cristãmente nossas dores, sendo fiéis a Cristo até as últimas consequências.

http://www.pnslourdes.com.br/formacao/formacao-liturgica/a-semana-santa/

 

 

QUINTA-FEIRA SANTA

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15

“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.

Esta é a tarde que faz memória da Ceia Pascal de Jesus. Aquilo que o Senhor realizou durante toda a vida e consumou na cruz – isto é, sua entrega de amor total ao Pai, por nós -, ele quis nos deixar nos gestos, nas palavras e nos símbolos da Ceia que celebrou com os seus. Naquela Mesa santa do Cenáculo, estava já presente, em símbolos e gestos, a entrega amorosa do Calvário. É isto que celebramos neste momento sagrado, momento de saudade, de aconchego e de despedida. Era em família que os judeus celebravam o Banquete pascal… Jesus celebrou com seus discípulos, conosco, sua família: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim,” até o extremo de entregar a vida, pois “não há maior prova de amor que entregar a vida pelos amigos” (Jo 15,13)

Hoje, neste final de tarde e início de noite, ele se fez nosso servo, ele lavou nossos pés, porque “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Lavando os nossos pés, ele revelou de modo admirável seu desejo de nos servir dando a vida por nossa salvação.

Hoje, ele nos deu o novo mandamento: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. Assim fazendo, assim falando, o Senhor nos ordena, por amor a ele, a que nos sirvamos mutuamente, nos amemos mutuamente, nos aceitemos e perdoemos mutuamente, até dar a vida uns pelos outros. Eis nosso testamento, nossa riqueza e também nossa vergonha, porque tantas e tantíssimas vezes descumprimos o desejo do Senhor! Que contemplando o gesto do Senhor, hoje nos demos o perdão. Eu vos peço em nome de Cristo: reconciliai-vos em família, por amor de Cristo; reconciliai-vos na paróquia, nos grupos e movimentos de Igreja, por amor daquele que nos amou assim e nos deu o exemplo! Por Aquele que se deu a nós nesta tarde bendita, perdoemo-nos, acolhamo-nos, amemo-nos! É o único modo, caríssimos, de celebrarmos a Santa Páscoa no domingo próximo e de participarmos hoje desta Ceia bendita!

O Senhor – para que tenhamos a força de amar como ele, de confiar amorosamente no Pai como ele, de amar os irmãos como ele -, hoje, ele instituiu o Sacramento do amor, a Eucaristia. Hoje ele deixou-se ficar no Pão e no Vinho transfigurados pelo seu Espírito Santo, como sacramento do seu Corpo e Sangue, imolado e ressuscitado para ser nossa oferta ao Pai, nosso alimento no caminho e nosso penhor de ressurreição e vida eterna. Quanta gratidão, quanto reconhecimento, devem brotar do nosso coração! Seu Corpo por nós imolado, seu Sangue por nós derramado, Jesus por nós entregue – sacramento de um amor eterno, de uma entrega sem fim, de uma presença perene! Comungar hoje do Corpo e do Sangue do Senhor é não somente unir-se a ele, mas estar disposto a ir com ele até a cruz e a morte! Ah, irmãos, não façamos como Pedro, que prometeu, mas não cumpriu e negou o Senhor! “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). Que grande mistério, esta união de vida e de morte com o nosso Senhor pela Eucaristia! Não reneguemos na vida e nas ações aquele que hoje nos convida à sua mesa e conosco celebra a sua Páscoa!

Hoje, para presidir à Eucaristia e ser um sinal do Senhor, mestre e servidor, Cristo, na Ceia, instituiu o sacerdócio ministerial: aqueles que em seu nome e por sua ordem, deverão presidir à Celebração eucarística até que ele volte. Nesta tarde sagrada, rezemos pelo nosso Bispo e pelos nossos sacerdotes, para que sejam dignos de tão grande ministério e o exerçam como Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida!

Irmãos e Irmãs caríssimos, guardemos no mais profundo do coração os mistérios desta Missa na Ceia do Senhor. Um amor tão grande, uma entrega tão total deve mover nosso coração, deve nos fazer sentir compungidos, desejosos de abrir nossa vida para o Cristo e realmente caminhar com ele. Tudo, nesta Celebração, respira amor, fala de amor: recordem o cordeiro imolado da primeira leitura – é o Cristo que por nós é imolado; pensem no pão sem fermento que partimos e no cálice da aliança que repartimos, na segunda leitura – é ainda o Cristo que se deixa ficar entre nós e em nós, como alimento e vida nova, plena do Espírito do Pai; recordem o Senhor inclinado, lavando-nos os pés, dando-nos a vida e dizendo a você e a Pedro: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”– é o Senhor na sua pura entrega de amor por nós!

Por favor, nestes dias, celebremos estes santos mistérios pascais com piedade, espírito de adoração profunda e profunda gratidão para com Aquele que por nós quis entregar-se às mãos dos malfeitores e sofrer o suplício da cruz. Não fiquemos indiferentes, não sejamos frios: tudo quanto celebraremos foi por nós que o Senhor instituiu e para nossa salvação que realizou! E que pela Páscoa deste ano, ele se digne conduzir-nos à Páscoa eterna. Amém.

D. Henrique Soares da Costa

https://www.presbiteros.org.br/homilia-do-d-henrique-soares-da-costa-quinta-feira-santa/