A palavra grega “Pentecostes” significa que a festa celebrada nesse dia tem lugar cinqüenta dias depois da Páscoa. No Antigo Testamento, tal festa é chamada também “Festa das Semanas”, por ocorrer sete semanas após a Páscoa. Trata-se de uma das três festas mais importantes para a religião judaica, juntamente com a Páscoa e com a festa das Tendas ou Tabernáculos. Para nós, cristãos, Pentecostes adquire um sentido bastante profundo: é a celebração do Dom de Deus por excelência, o Espírito Santo, feito à Igreja nascente.
Conforme narra o livro dos Atos dos Apóstolos, “quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como que de fogo (...). Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (2,1-11).
O dom do Espírito com os sinais que o acompanham, o vento e o fogo, nos recorda as manifestações de Deus no Antigo Testamento. Um duplo milagre realça o sentido do acontecimento: por um lado, os Apóstolos “começaram a falar em outras línguas” (At 2,4), por outro, “cada um (na multidão que se aglomerou após o barulho) ouvia os discípulos falar em sua própria língua” (At 2, 6). Esse milagre de audição é um sinal da vocação universal da Igreja, pois esses ouvintes vêm das mais diversas regiões (At 2,5.9-11).
De certo modo, em Pentecostes se realiza o que Deus havia prometido por meio dos profetas: “Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, - diz o Senhor: - imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo” (Jr 31, 33). E mais. “Derramarei o meu espírito sobre todo ser humano, e vossos filhos e filhas profetizarão” (Jl 3,1).
Porém, Pentecostes é, sobretudo, cumprimento da promessa de Jesus aos seus discípulos: “Rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre, o Espírito da Verdade...” (Jo 14,16-17). E ainda: “Receberei uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8).
Vale lembrar, contudo, que Pentecostes não se tornou com isso uma festa (da Pessoa) do Espírito Santo. Não existe festa das Pessoas da Santíssima Trindade. Pentecostes continua sendo uma festa pascal. Há um único ciclo litúrgico e ele é cristológico e pascal (Y. Congar).
Pe. Leandro Manoel de Souza
Fonte: http://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/23-de-maio-de-2021---pentecostes.pdf
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