O Dia Nacional das Comunicações é comemorado em 05 de maio, data escolhida em homenagem a Marechal Rondon, o patrono das comunicações no Brasil.
No dia 05 de maio é celebrado o Dia
Nacional das Comunicações, data escolhida em homenagem ao nascimento de
Marechal Rondon, uma das principais figuras da difusão dos sistemas de
comunicação no Brasil. Por esse motivo, por vezes, a referida data é mencionada
como “Dia de Rondon”.
A comunicação é algo inerente às
atividades humanas – e dos seres vivos em geral –, tendo sido instrumentalmente
praticada desde os tempos mais remotos, sendo anterior até mesmo ao
desenvolvimento da escrita. Com o tempo, as sociedades que se constituíram
foram, gradativamente, construindo e aperfeiçoando diferentes métodos que
envolviam a emissão e recepção de mensagens, estabelecendo a comunicação entre
os mais diversos lugares.
Na Idade Média, por exemplo,
utilizavam-se mensageiros, que tinham de percorrer grandes distâncias durante
vários dias ou até meses para entregar importantes recados. Também eram
empregados diversos métodos que envolviam o uso de aves, principalmente os
pombos, por estes possuírem características que possibilitavam a sua
domesticação e adestramento.
Com o tempo, as sucessivas evoluções tecnológicas proporcionadas pelas revoluções industriais permitiram a realização de profundas transformações nos meios de comunicação, com destaque para a invenção do telégrafo e, mais notadamente, do telefone, cuja patente foi obtida por Graham Bell em 1876. Hoje em dia, a integração mundial das redes de comunicação é uma das principais características da sociedade capitalista, o que consolidou o avanço do processo de globalização.
A homenagem acima citada do Dia Nacional das Comunicações para Marechal Rondon deve-se ao fato de esse ser considerado o Patrono das Comunicações no Brasil. Isso ocorre por ter sido ele um dos principais responsáveis por uma maior integração nacional, com a criação de importantes linhas telegráficas no país, responsáveis por integrar a região sudeste ao centro-oeste e ao norte brasileiros.
então 120 anos do nascimento de Rondon *
Naquela época, o principal sistema de
comunicação era o telégrafo, criado por Samuel Morse no ano de 1852. No
entanto, para esse meio funcionar, era necessária a construção de linhas
estruturais compostas por postes e fios ao longo de milhares de quilômetros,
envolvendo as principais localidades de diferentes regiões. Décadas mais tarde,
coube a Rondon a liderança sobre boa parte desse importante feito, que permitiu
ao país melhor se desenvolver e integrar-se territorialmente durante os tempos
posteriores.
* Créditos da imagem: rook76 / Shutterstock
PENA, Rodolfo F. Alves. "05 de Maio — Dia Nacional das
Comunicações"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-nacional-internacional-comunicacoes.htm.
Acesso em 21 de abril de 2021.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-nacional-internacional-comunicacoes.htm
2. 16 DE MAIO – DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
“Vem e verás” (Jo 1, 46). Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são
Queridos irmãos e irmãs!
O convite a ”ir e ver”, que acompanha os primeiros e comovedores
encontros de Jesus com os discípulos, é também o método de toda a comunicação
humana autêntica. Para poder contar a verdade da vida que se faz história
(cf. Mensagem para o 54º
Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de janeiro de 2020), é
necessário sair da presunção cômoda do “já sabido” e mover-se, ir ver, estar
com as pessoas, ouvi-las, recolher as sugestões da realidade, que nunca deixará
de nos surpreender em algum dos seus aspetos. “Abre, maravilhado, os olhos ao
que vires e deixa as tuas mãos cumular-se do vigor da seiva, de tal modo que os
outros possam, ao ler-te, tocar com as mãos o milagre palpitante da vida”:
aconselhava o Beato Manuel Lozano Garrido[1] aos seus colegas
jornalistas. Por isso, este ano, desejo dedicar a Mensagem à chamada a “ir e
ver”, como sugestão para toda a expressão comunicativa que queira ser
transparente e honesta: tanto na redação dum jornal como no mundo da web, tanto na pregação comum
da Igreja como na comunicação política ou social. “Vem e verás” foi o modo como
a fé cristã se comunicou a partir dos primeiros encontros nas margens do rio
Jordão e do lago da Galileia.
Gastar as solas dos sapatos
Pensemos no grande tema da informação. Há já algum tempo que vozes
atentas se queixam do risco dum nivelamento em «jornais fotocópia» ou em
noticiários de televisão, rádio e websites que
são substancialmente iguais, onde os géneros da entrevista e da reportagem perdem espaço e
qualidade em troca duma informação pré-fabricada, “de palácio”,
autor referencial, que cada vez menos consegue interceptar a verdade das coisas
e a vida concreta das pessoas, e já não é capaz de individuar os fenômenos
sociais mais graves nem as energias positivas que se libertam da base da
sociedade. A crise editorial corre o risco de levar a uma informação construída
nas redações, diante do computador, nos terminais das agências, nas redes
sociais, sem nunca sair à rua, sem “gastar a sola dos sapatos”, sem encontrar
pessoas para procurar histórias ou verificar com os próprios olhos determinadas
situações. Mas, se não nos abrimos ao encontro, permanecemos espectadores
externos, apesar das inovações tecnológicas com a capacidade que têm de nos
apresentar uma realidade engrandecida onde nos parece estar imersos. Todo o
instrumento só é útil e válido, se nos impele a ir e ver coisas que de
contrário não chegaríamos a saber, se coloca em rede conhecimentos que de
contrário não circulariam, se consente encontro que de contrário não teriam
lugar.
Aqueles detalhes de crônica no Evangelho
Aos primeiros discípulos que querem conhecer Jesus, depois do seu
Batismo no rio Jordão, Ele responde: “Vinde e vereis” (Jo 1, 39),
convidando-os a permanecer em relação com Ele. Passado mais de meio século,
quando João, já muito idoso, escreve o seu Evangelho, recorda alguns detalhes
“de crônica” que revelam a sua presença no local e o impacto que teve na sua
vida aquela experiência: “era cerca da hora décima”, observa ele! Isto é,
as quatro horas da tarde (cf. 1, 39). No dia seguinte (narra ainda João),
Filipe informa Natanael do encontro com o Messias. O seu amigo, porém,
mostra-se cético: “De Nazaré pode vir alguma coisa boa?” Filipe não procura
convencê-lo com raciocínios, mas diz-lhe: “vem e verás” (cf. 1, 45-46). Natanael
vai e vê, e a partir daquele momento a sua vida muda. A fé cristã começa assim;
e comunica-se assim: com um conhecimento direto, nascido da experiência, e não
por ouvir dizer. “Já
não é pelas tuas palavras que acreditamos; nós próprios ouvimos…”: dizem as pessoas
à Samaritana, depois de Jesus Se ter demorado na sua aldeia (cf. Jo 4, 39-42). O método
“vem e verás” é o mais simples para se conhecer uma realidade; é a verificação
mais honesta de qualquer anúncio, porque, para conhecer, é preciso encontrar,
permitir à pessoa que tenho à minha frente que me fale, deixar que o seu
testemunho chegue até mim.
Agradecimento pela coragem de muitos jornalistas
O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a
capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver. Uma
curiosidade, uma abertura, uma paixão. Temos que agradecer à coragem e
determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmeras,
editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje
conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias
partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres e contra a
criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas. Seria
uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a
democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa
humanidade.
Numerosas realidades do planeta – e mais ainda neste tempo de
pandemia – dirigem ao mundo da comunicação um convite a “ir e ver”. Há o risco
de narrar a pandemia ou qualquer outra crise só com os olhos do mundo mais
rico, de manter uma “dupla contabilidade”. Por exemplo, na questão das vacinas
e dos cuidados médicos em geral, pensemos no risco de exclusão que correm as
pessoas mais indigentes. Quem nos contará a expetativa de cura nas aldeias mais
pobres da Ásia, América Latina e África? Deste modo as diferenças sociais e
económicas a nível planetário correm o risco de marcar a ordem da distribuição
das vacinas anti-Covid, com os pobres sempre em último lugar; e o direito à
saúde para todos, afirmado em linha de princípio, acaba esvaziado da sua
valência real. Mas, também no mundo dos mais afortunados, permanece oculto em
grande parte o drama social das famílias decaídas rapidamente na pobreza:
causam impressão, mas sem merecer grande espaço nas notícias, as pessoas que,
vencendo a vergonha, fazem a fila à porta dos centros da Cáritas para receber
uma ração de víveres.
Oportunidades e insídias na web
A rede, com as suas inumeráveis expressões nos social, pode multiplicar a capacidade de relato e partilha: muitos mais olhos abertos sobre o mundo, um fluxo contínuo de imagens e testemunhos. A tecnologia digital dá-nos a possibilidade duma informação em primeira mão e rápida, por vezes muito útil; pensemos nas emergências em que as primeiras notícias e mesmo as primeiras informações de serviço às populações viajam precisamente na web. É um instrumento formidável, que nos responsabiliza a todos como utentes e desfrutadores. Potencialmente, todos podemos tornar-nos testemunhas de acontecimentos que de contrário seriam negligenciados pelos meios de comunicação tradicionais, oferecer a nossa contribuição civil, fazer ressaltar mais histórias, mesmo positivas. Graças à rede, temos a possibilidade de contar o que vemos, o que acontece diante dos nossos olhos, de partilhar testemunhos.
Entretanto foram-se tornando evidentes, para todos, os riscos duma
comunicação social não
verificável. Há tempo que nos demos conta de como as notícias e até as imagens
sejam facilmente manipuláveis, por infinitos motivos, às vezes por um banal
narcisismo. Uma tal consciência crítica impele-nos, não a demonizar o
instrumento, mas a uma maior capacidade de discernimento e a um sentido de
responsabilidade mais maduro, seja quando se difundem seja quando se recebem
conteúdos. Todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas
informações que damos, pelo controlo que podemos conjuntamente exercer sobre as
notícias falsas, desmascarando-as. Todos estamos chamados a ser testemunhas da
verdade: a ir, ver e partilhar.
Nada substitui o ver pessoalmente
Na comunicação, nada pode jamais substituir, de todo, o ver
pessoalmente. Algumas
coisas só se podem aprender, experimentando-as. Na verdade,
não se comunica só com as palavras, mas também com os olhos, o tom da voz, os
gestos. O intenso fascínio de Jesus sobre quem O encontrava dependia da verdade
da sua pregação, mas a eficácia daquilo que dizia era inseparável do seu olhar,
das suas atitudes e até dos seus silêncios. Os discípulos não só ouviam as suas
palavras, mas viam-No falar. Com efeito, n’Ele – Logos encarnado – a
Palavra ganhou Rosto, o Deus invisível deixou-Se ver, ouvir e tocar, como
escreve o próprio João (cf. 1
Jo 1, 1-3). A palavra só é eficaz, se se “vê”, se te envolve
numa experiência, num diálogo. Por esta razão, o “vem e verás” era e continua a
ser essencial.
Pensemos na quantidade de eloquência vazia que abunda no nosso tempo, em todas as esferas da vida pública, tanto no comércio como na política. “Fala muito, diz uma infinidade de nadas. As suas razões são dois grãos de trigo perdidos em dois feixes de palha. Têm-se de procurar o dia todo para os achar, e, quando se encontram, não valem a procura”.[2] Estas palavras ríspidas do dramaturgo inglês aplicam-se também a nós, comunicadores cristãos. A boa nova do Evangelho difundiu-se pelo mundo, graças a encontros pessoa a pessoa, coração a coração: homens e mulheres que aceitaram o mesmo convite – “vem e verás” –, conquistados por um “extra” de humanidade que transparecia brilhou no olhar, na palavra e nos gestos de pessoas que testemunhavam Jesus Cristo.
Todos os instrumentos são importantes, e aquele
grande comunicador que se chamava Paulo de Tarso ter-se-ia certamente servido
do e-mail e das mensagens eletrônicas; mas foram a sua fé, esperança e caridade
que impressionaram os contemporâneos que o ouviram pregar e tiveram a sorte de
passar algum tempo com ele, de o ver durante uma assembleia ou numa conversa
pessoal. Ao vê-lo agir nos lugares onde se encontrava, verificavam como era
verdadeiro e frutuoso para a vida aquele anúncio da salvação de que ele era
portador por graça de Deus. E mesmo onde não se podia encontrar pessoalmente
este colaborador de Deus, o seu modo de viver em Cristo era testemunhado pelos
discípulos que enviava (cf. 1
Cor 4, 17).
“Nas nossas mãos, temos os livros; nos nossos olhos, os
acontecimentos”: afirmava Santo Agostinho,[3] exortando-nos a
verificar na realidade o cumprimento das profecias que se encontram na Sagrada
Escritura. Assim, o Evangelho volta a acontecer hoje, sempre que recebemos o
testemunho transparente de pessoas cuja vida foi mudada pelo encontro com
Jesus. Há mais de dois mil anos que uma corrente de encontros comunica o
fascínio da aventura cristã. Por isso, o desafio que nos espera é o de
comunicar, encontrando as pessoas onde estão e como são.
Senhor, ensinai-nos a sair de nós mesmos,
e partir à procura da verdade.
Ensinai-nos a ir e ver,
ensinai-nos a ouvir,
a não cultivar preconceitos,
a não tirar conclusões precipitadas.
Ensinai-nos a ir aonde não vai ninguém,
a reservar tempo para compreender,
a prestar atenção ao essencial,
a não nos distrairmos com o supérfluo,
a distinguir entre a aparência enganadora e a verdade.
Concedei-nos a graça de reconhecer as vossas moradas no mundo
e a honestidade de contar o que vimos.
Roma, em São João de Latrão, na véspera da Memória de São
Francisco de Sales,
23 de janeiro de 2021.
FRANCISCUS
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