“AI DE MIM SE EU NÃO EVANGELIZAR!” (1Cor 9,16)
“Ai
de mim se não evangelizar!” (1Cor 9,16) dizia Paulo, o Apóstolo dos gentios.
Seu coração inflamado não podia se conter. Ele precisava irradiar aquela luz
que o tornou cego às coisas do mundo e lhe revelou Cristo vivo, Ressuscitado,
que transformou a sua vida.
Paulo não podia
guardar para si o amor que tinha recebido, pois sabia que evangelizar era questão de vida ou de
morte. Vida ou morte eterna, pois a Palavra do Senhor é clara: “aquele que crer
e for batizado será salvo” (Mc 16,16).
O
amor de Cristo o impelia ao pensamento de que Jesus morreu por todos, para que
ninguém vivesse mais para si mesmo, para libertar-nos da prisão do nosso eu, em
que nos sentimos morrer (cf. 2Cor 5,15).
Como
testemunha da Misericórdia de Deus, que transforma os pecadores em santos, ele
clamava com a voz e com a vida consumida até o martírio por amor de Cristo.
O Remédio para a humanidade doente
Hoje,
como nunca, o mundo precisa ser evangelizado e o mandato missionário de Cristo
ressoa mais atual a cada dia. “A humanidade não encontrará a paz enquanto não
se voltar, com confiança, para a minha misericórdia” (Diário de Santa Faustina,
n. 300).
Estamos
na época mais sangrenta da história humana. As duas guerras mundiais mataram um
quarto da população europeia. A ideologia comunista na Rússia e na China foi
implantada às custas de 140 milhões de mortos.
O aborto mata, a cada ano, 55 milhões de
vidas inocentes,
transformando o útero, jardim da vida, em bunker de morte, no extermínio de
crianças inocentes. Perante a indiferença do mundo, todo dia o aborto ceifa
mais vidas de quantas matariam três bombas atômicas, como aquela de Hiroshima.
Só
no Brasil tivemos 56 mil assassinatos por ano para uma população de mais de 200
milhões de habitantes. Proporcionalmente mais de que as guerras do Vietnã e da
Síria… e nos acostumamos a tudo isso.
“Ide por todo o mundo, proclamai o
Evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15)
Evangelizar com todas as forças
O Papa São João
Paulo II, ao longo do seu pontificado, visitou o mundo inteiro, convocando com força a Igreja para
uma “nova evangelização”: nova no ardor, nos métodos, nas expressões.
Ele
encontrou, como Pontífice, durante suas incansáveis viagens apostólicas, mais
de 400 milhões de pessoas e, mesmo coma saúde debilitada, percorreu os
quilômetros correspondentes a quatro vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Para
anunciar o Evangelho do Senhor e, como faísca do amor divino, buscou, até o
extremo das forças, levar ao mundo o incêndio do amor misericordioso do Coração
de Cristo, que vive hoje e sempre na história do mundo.
Não
podemos nunca esquecer que Jesus nos envia e caminha conosco: “Eis que estarei
convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). Ele age conosco quando
proclamamos Seu Evangelho confirmando a Palavra por meio dos sinais que nos
acompanham (cf. Mc 16,20).
A criação espera pelos filhos de Deus
Hoje,
como nunca, cabe para nós este apelo urgente do Coração de Cristo! Hoje é a
nossa vez de repetir “Ai de mim se não evangelizar!” (1Cor 9,16). Cabe à nossa
geração evangelizar esta geração: “De geração em geração sua Misericórdia se
estende sobre aqueles que o temem” (Lc 1,50).
Bilhões
de homens e mulheres esperam experimentar a Misericórdia do Senhor que poderá
dar vida à sua vida e transformar a história.
São
Paulo, São João Paulo II, Santa Teresa de Calcutá, São Francisco, São Domingos
e todos os santos e mártires que nos precederam olham para nós, para que não
deixemos calar a voz do Evangelho que nos foi transmitido, não deixando correr
em vão o sangue de Jesus e das fileiras de mártires da história da Igreja.
Combater a cultura de morte
Precisamos
tomar consciência de que o Cristo continua sendo perseguido na Sua Igreja. Papa
Francisco, várias vezes, nos lembrou que a Igreja teve mais mártires neste
último século do que no começo do cristianismo.
A cada cinco
minutos um cristão é assassinado.
Isto não dá ibope, pois os meios de comunicação, vendidos aos interesses de poucos,
só podem divulgar os escândalos do clero com a única intenção de calar a Igreja
e destruir sua autoridade espiritual.
Ainda
mais precisamos tomar consciência de que existe uma verdadeira “ditadura
cultural do pensamento único”, como dizia o Papa Emérito Bento XVI, que visa a
destruir as famílias, a Igreja e todos os valores morais que as sustentam.
“Ide por todo o mundo, proclamai o
Evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15)
Já é hora de acordar!
O Cardeal Cafarra dizia que a luta
espiritual entre o bem e o mal, que se combate no terreno da liberdade do
coração do homem, tem um reflexo social demoníaco e violento. Ele via no aborto
e na eutanásia o ataque contra o Deus Criador, Senhor da vida.
Via
ainda, na “ideologia do gênero”, o ataque direto contra o Deus família, Deus
Trindade, que criou o homem à Sua imagem, homem e mulher os criou (cf. Gn
1,27). É a hora do “anticristo” que deseja implantar no mundo o “antigênesis”
para a destruição da humanidade.
Portanto,
já chegou a hora de acordar! É a hora da ousadia e da urgência de uma “Nova
Evangelização”. Sabemos que “a ousadia dos maus se deve à omissão dos bons”
(Papa Leão XIII) e sobretudo que “o Senhor já venceu o mundo”!
É
a nossa hora, e o nosso sim aproxima o triunfo do Coração Imaculado de Maria
profetizado em Fátima.
O
Senhor está conosco! Evangelizemos sem medo! Evangelizemos com criatividade e
ousadia. Anunciemos um novo “Pentecostes de Misericórdia” que tirará o mundo do
seu torpor e o inflamará ainda, devolvendo-lhe uma nova juventude, como dizia
Santa Gertrudes.
Pe. João Henrique
Fundador da Aliança de
Misericórdia
Fonte: https://misericordia.com.br/ai-de-mim-se-eu-nao-evangelizar-fevereiro-2019/
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