domingo, 7 de fevereiro de 2021

REFLEXÃO DOMINICAL II

 REFLEXÃO DO V DOMINGO DO TEMPO COMUM:

O SENTIDO E O VALOR DA DOENÇA

O Evangelho de hoje (cf. Mc 1, 29- 39) apresenta-nos Jesus que, depois de ter pregado ao sábado na sinagoga, cura muitos doentes. Pregar e curar: esta é a atividade principal de Jesus na sua vida pública. Com a pregação Ele anuncia o Reino de Deus e com as curas demonstra que está próximo, que o Reino de Deus se encontra no meio de nós. Ao entrar na casa de Simão Pedro, Jesus vê que a sua sogra está de cama com febre; imediatamente lhe pega na mão, cura-a e diz-lhe para se levantar.

Ao pôr-do-sol, quando, tendo terminado o sábado, o povo pode sair e levar-lhe os doentes, cura uma multidão de pessoas atormentadas por doenças de todos os géneros: físicas, psíquicas, espirituais. Tendo vindo à terra para anunciar e realizar a salvação de todo o homem e de todos os homens, Jesus mostra uma particular predileção por quantos estão feridos no corpo e no espírito: os pobres, os pecadores, os possuídos pelo demónio, os doentes, os marginalizados.

Assim Ele revela-se médico tanto das almas como dos corpos, bom Samaritano do homem. É o verdadeiro Salvador, Jesus cura, Jesus sara. Esta realidade da cura dos doentes por parte de Cristo convida-nos a refletir sobre o sentido e o valor da doença. Isto é-nos recordado também pelo Dia Mundial do Doente, que celebraremos 11 de Fevereiro, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria de Lourdes.

[...] A obra salvífica de Cristo não acaba com a sua pessoa e no espaço da sua vida terrena; ela continua mediante a Igreja, sacramento do amor e da ternura de Deus pelos homens.

Ao enviar em missão os seus discípulos, Jesus confere-lhes um duplo mandato: anunciar o Evangelho da salvação e curar os enfermos (cf. Mt 10, 7-8).

Fiel a este ensinamento, a Igreja considerou sempre a assistência aos enfermos uma parte integrante da sua missão. “Tende sempre convosco os pobres e os sofredores”, admoesta Jesus (cf. Mt 26, 11), e a Igreja encontra-os continuamente no seu caminho, considerando as pessoas doentes como uma via privilegiada para encontrar Cristo, para o acolher e servir. Curar um doente, acolhê-lo, servi-lo, é servir Cristo: o doente é a carne de Cristo.

Isto acontece também no nosso tempo, quando, não obstante os multíplices progressos da ciência, o sofrimento interior e físico das pessoas suscita fortes interrogações sobre o sentido da doença e da dor e acerca do porquê da morte.

Trata-se de perguntas existenciais, às quais a ação pastoral da Igreja deve responder à luz da fé, tendo diante dos olhos o Crucificado, no qual sobressai todo o mistério salvífico de Deus Pai, que por amor aos homens não poupou o próprio Filho (cf. Rm 8, 32).

Por conseguinte, cada um de nós está chamado a levar a luz da Palavra de Deus e a força da graça a quantos sofrem e a quantos os assistem, familiares, médicos e enfermeiros, para que o serviço ao doente seja prestado sempre com mais humanidade, amor evangélico e ternura.

A Igreja mãe, pelas nossas mãos, acaricia os nossos sofrimentos e cuida das nossas feridas, e fá-lo com ternura de mãe. Rezemos a Maria, Saúde dos enfermos, para que cada pessoa na doença possa experimentar, graças à solicitude de quem está ao seu lado, o poder do amor de Deus e o conforto da sua ternura materna.

PAPA FRANCISCO
Ângelus, fev/2015

Fonte: http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano_45-b_-_15_-_5o_domingo_do_tempo_comum.pdf

 

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