domingo, 11 de julho de 2021

15 de Julho- SÃO BOAVENTURA


João de Fidanza, filho de João de Fidanza e Maria Ristelli, nasceu em Bagnoregio, do distrito de Viterbo, dos Estados Pontifícios, em 1221. Curou-se na infância de grave doença, depois de uma invocação a São Francisco de Assis feita por sua mãe, a que faz referência o próprio São Boaventura (Sermão de B. Francisco, serm.3).

 

Pelo ano 1234 seguiu para a Faculdade das Artes, de Paris, onde se graduava pelo ano 1240. Ingressou aos 17 anos na Ordem dos Franciscanos, onde assumiu o nome de Boaventura. Talvez estivesse motivado pela devoção a São Francisco que lhe vinha da infância, e ainda pela admiração a Alexandre de Hales, por quem se deixara orientar doutrinariamente, enfim pelo apreço em que levava o espírito da Ordem, como se infere de suas mesmas palavras.

 

A teologia a estudou provavelmente sob Alexandre de Hales (+ 1245), porque o chama de pai e mestre. Boaventura principia o magistério em 1248 como bacharel bíblico, com o Comentário ao Evangelho de S. Lucas; conforme os estatutos da Universidade, dois anos depois, como bacharel sentenciário, explicaria a Sentenças, o que teria feito, então, em 1250 e 1251; na mesma seqüência deveria chegar ao doutorado em teologia em 1253. Frente às dificuldades criadas então aos religiosos, parece que Boaventura só conseguiu o reconhecimento do título em 1257.

 

Mas, abandonou exatamente, então, o magistério, passando então ao posto de Geral da Ordem franciscana; tinha 36 anos. Dedicou-se à causa da Ordem, à sua espiritualidade e à pregação em geral. Em 1273 foi feito cardeal e bispo de Albano.

 

Exerceu especiais incumbências no Concílio de Lyon, quando foi conseguida a união com a Igreja Grega (6-7-1274), a qual todavia foi precária. Oito dias após o Concílio faleceu o cardeal (14-7-1274). Foi canonizado em 1482 e declarado doutor da Igreja em 1587.

 

Boaventura chegara mais cedo a Paris que São Tomás; enquanto o primeiro se graduava em artes em Paris em 1240, Tomás chegará a Paris em 1245, para seguir em 1248 para Colônia. Boaventura completa o tirocínio para a conquista do grau de mestre em 1253, Tomás, que retornara a Paris, lecionou ali de 1252 a 1259, depois seguindo para a Itália (1259-1268).

 

Cessou, porém o magistério de Boaventura em 1257. Entretanto Boaventura não paralisou as suas preocupações intelectuais. Foi a um tempo, um homem de estudo, de ação e além de místico. Não participou das controvérsias tomistas de 1270, mas apoiou tacitamente a oposição, que era agostiniana.

 

A obra literária de S. Boaventura é relativamente grande, principalmente tendo em consideração que lecionou apenas 10 anos (1248-1257), de quando datam os livros do tipo escolar. São de interesse filosófico:

 

Comentários sobres as Sentenças (c. 1248-1255);
Quaestiones disputates, sendo 7 De scientia christi, 8 de Mysterio Trinitatis, 4 de perfectione    evangelica;
Itinerarium mentis ad Deum (1259);
Breviloquium (antes de 1257);
De reductione artium ad theologiam;
e os tratados sobre os Tópicos, Meteoros, e De generatione de Aristóteles.


Deixou também numerosos sermões e escritos de natureza mística. São Boaventura morreu no dia 15 de Julho do ano de 1274.

 

ORAÇÃO – Concedei-nos, Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de São Boaventura, aproveitemos seus preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ditos e ensinamentos de São Boaventura

Nesta festa de São Boaventura queremos transcrever alguns textos desse franciscano renomado da Idade Média. Nasceu ele pelo ano de 1218, em Bagnoregio, na Etrúria, Itália. Estudou filosofia e teologia em Paris.  Laureado Mestre, ensinou os seus confrades franciscanos com competência e proveito. Foi Ministro Geral da Ordem e governou-a com sabedoria e prudência.

O fundamento da fé

“É impossível a alguém propor-se conhecer a Sagrada Escritura antes de receber a fé em Cristo em si, infundida como lâmpada, porta e mesmo fundamento de toda ela.  Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor, a fé é o fundamento que sustenta. A lâmpada que orienta, a porta que introduz a todas iluminações espirituais. Além do que, nos é necessário medir pela medida da fé até mesmo a sabedoria que nos é dada por Deus, a fim de não saber mais do que convém, mas com sobriedade e cada um conforme a medida da fé a ele concedida por Deus”.   (L. Horas III, p. 151-152).

O lado aberto

“Considera, ó homem redimido, quem é aquele que por tua causa está pregado na cruz, qual a sua dignidade e sua grandeza.  A sua morte dá a vida aos mortos; por sua morte choram o céu e a terra, e fendem-se até as pedras mais duras. Para que do lado de Cristo, morto na cruz, se formasse a Igreja e se cumprisse a Escritura que diz: Olharão para aquele que transpassaram (Jo 19,37), a divina Providência permitiu que um dos soldados lhe abrisse com o lança o sagrado lado, de onde jorraram sangue e água. Este é o preço de nossa salvação.  Saído daquela fonte divina, isto é, do íntimo de seu coração, iria dar aos sacramentos da Igreja o poder de conferir a vida da graça, tornando-se para os que já vivem em Cristo bebia da fonte viva que jorra para a eternidade” (L. Horas III, p. 571).

A árvore da cruz

Existe uma árvore que tem o poder de levar o homem da aridez à vida verdejante, da morte à vida. É a árvore da cruz. Porque o Filho de Deus enfrentou a paixão pelos homens e não pelos anjos?  Por que o homem e não o anjo, é capaz de fazer penitência. O homem é aquela árvore que começa a germinar quando sente a umidade da água, que significa a graça da penitência. Se, pois, a cruz é a árvore da graça que nos dá a vida, e se nós, que tantas vezes estamos mortos por causa de nossos pecados, desejamos esta árvore, precisamos sofrer com Cristo” (Próprio da Família Franciscana, p. 49).

Frei Almir Ribeiro Guimarães

https://franciscanos.org.br/carisma/especiais/sao-boaventura-o-teologo-de-cristo-i#gsc.tab=0


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