O RESSUSCITADO ESTÁ SEMPRE
AO NOSSO LADO
- Na liturgia deste domingo
sobressai a promessa de Jesus de acompanhar de forma permanente a caminhada da sua
comunidade em marcha pela história: não estamos sozinhos, o Ressuscitado está sempre
ao nosso lado.
- A primeira leitura nos apresenta a Igreja
de Jesus sendo confrontada com os desafios dos novos tempos. O crescente número
de gentios convertidos que estão ingressando na comunidade cristã exige a reflexão
de uma questão essencial: deve-se impor aos crentes de origem pagã a prática da
Lei de Moisés? Não se trata de um problema acidental ou secundário, de uma medida
disciplinar ou de puros costumes, mas de algo tão fundamental como saber se a salvação
vem através da circuncisão e da observância da "Torah" judaica, ou única
e exclusivamente por Cristo. Em outras palavras: Jesus Cristo é o único Senhor e
salvador, ou são precisas outras coisas além d'Ele para chegar a Deus e para receber
d'Ele a graça da salvação? Animados pelo Espírito, os cristãos aprendem a discernir
o que realmente é essencial e atualizam a proposta central do Evangelho, de forma
que a mensagem libertadora de Jesus possa ser acolhida por todos os povos.
- A segunda leitura nos apresenta a meta final
da caminhada da Igreja: a Jerusalém celeste, essa cidade nova da comunhão com Deus,
da vida plena, da felicidade total. Falar de Jerusalém é falar do lugar onde acontecerá
a salvação plena, o lugar do encontro definitivo entre Deus e o seu Povo. Na apresentação
desta nova Jerusalém, domina o número doze: na base da muralha há doze reforços
salientes e neles os doze nomes dos Apóstolos do Cordeiro; a cidade tem doze portas
nas quais estão gravados os nomes das doze tribos de Israel; há doze anjos junto
às portas. O número doze indica a totalidade do Povo de Deus, do Antigo e Novo Testamento,
conduzido à vida plena pela ação salvadora e libertadora de Cristo.
- No Evangelho, Jesus explica aos discípulos
como é que essa comunidade, recém-fundada manterá, após sua partida, a comunhão
com Ele e o Pai. Assim, Jesus reafirma a sua presença e a sua assistência através
do Paráclito - o Espírito Santo. Nos versículos anteriores Jesus se apresentou como
"o caminho" (Jo 14,6) e convidou os discípulos a percorrerem esse mesmo
"caminho" (Jo 14,4-5). O que isso significa? Enquanto Ele esteve no mundo,
percorreu um caminho fazendo o bem. É nesse mesmo caminho que o homem se realiza.
- Nossa comunidade precisa
fazer essa mesma trajetória amando Jesus e guardando sua palavra. Viver nesta dinâmica
é estar continuamente em comunhão com o Filho e o Pai. Percorrer esse caminho é
alcançar a plena maturidade do Homem Novo, aquele que desenvolveu todas as suas
potencialidades e é recriado para a vida definitiva. O final desse caminho é o amor
radical, a solidariedade total. Os discípulos estão inquietos e desconcertados com
a nova dinâmica do Reino. Para vivê-la é preciso receber de Cristo a força para
se doar no dia a dia.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/04/22_05_22.pdf
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