COMEMORAMOS A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A Independência do Brasil é o feriado em que se celebra a emancipação brasileira do Reino de Portugal.
O Dia da Independência do Brasil se comemora no dia 7 de setembro de 1822, data que ficou conhecida pelo episódio do “Grito do Ipiranga”.
A Independência do Brasil deu os primeiros passos às margens do Rio Ipiranga, hoje atual cidade de São Paulo. O Príncipe Regente Dom Pedro ordenou aos soldados que o acompanhavam que jogassem fora os símbolos portugueses que levavam nos uniformes.
Em seguida, gritou “Independência ou Morte” e a partir desse momento, simbolicamente, o Brasil não era mais uma colônia de Portugal.
Logo após a Independência, o Brasil continuou a ser uma Monarquia, forma de governo onde os poderes são exercidos por um Rei ou Imperador.
CINCO CURIOSIDADES SOBRE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Por Me. Cláudio Fernandes
O processo de Independência do Brasil foi bastante complexo. No período em que D. João VI esteve no Brasil (de 1808 a 1821), no qual a nação passou de Colônia à integrante do Reino Unido de Portugal e Algarves, surgiram as primeiras manifestações pelo desejo de independência total, algumas delas de caráter separatista regional e republicano, como a Revolução Pernambucana de 1817.
Ao mesmo tempo, após a queda de Napoleão em 1815, o clima
político da Europa começou a sofrer grandes transformações. Em 1820, teve
origem na cidade de Porto,
em Portugal, uma revolução que exigia o retorno imediato de D. João VI e a
convocação das Cortes para
se decidir o destino do Império.
Muitos políticos tradicionalistas
portugueses defendiam a recolonização do Brasil e o fim do Reino Unido.
Políticos brasileiros, por sua vez, passaram a defender a soberania da nação e
a independência. A ruptura com Portugal, entretanto, dependia da adesão do
então príncipe regente, D. Pedro I, que estava no Brasil, à
“causa brasileira”.
Confira cinco pontos importantes e
curiosos sobre a Independência do Brasil:
1.
A maçonaria no processo de Independência
A Independência do Brasil não teria sido
possível sem a interferência da maçonaria.
Desde o século XVIII havia maçons no Brasil, e muitos deles envolveram-se em
movimentos políticos contra a Coroa Portuguesa. Foi o caso da Inconfidência Mineira, por exemplo.
Em 17 de junho de 1822, quando a reação
brasileira às pretensões das cortes portuguesas já estava em seu auge, houve a
criação da organização maçônica Grande
Oriente Brasílico, que se apartava do Grande Oriente Lusitano,
que já tinha lojas maçônicas no Brasil. D. Pedro I, em 2 de agosto de 1822, foi
iniciado em uma das lojas tipicamente brasileiras, chamada “Comércio e Artes”,
adotando o codinome de Guatimozin.
Os articuladores da Independência eram
maçons e faziam parte do Grande
Oriente Brasílico. Entre os principais, estavam José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira.
Os três foram responsáveis por convencer D. Pedro a aderir de vez à causa da
Independência, ainda que Bonifácio fosse rival dos dois últimos.
2.
O “Fico” e a Rebelião de Avilez
Desde o fim do ano de 1821, Pedro I
passou a receber sequenciais ultimatos das cortes portuguesas para voltar a
Portugal. O então príncipe regente esteve prestes a regressar, mas foi
convencido a permanecer no país por meio de uma mobilização organizada pelo
mesmo grupo de maçons que mencionamos acima.
A oficialização da opção de Pedro I
ocorreu no dia 9 de janeiro, que ficou conhecido como “dia do Fico”. O oficial
português encarregado de ultimar Pedro I era Jorge Avilez Tavares,
que era governador das Armas da Corte e Província do Rio de Janeiro.
Após a decisão do príncipe, Avilez
amotinou-se com cerca de 2.000 soldados a fim de tentar derrubar o príncipe.
Pedro I, então, ordenou que cerca de 10.000 soldados da Guarda Real cercassem o
motim. Derrotado, Avilez teve que acatar a ordem dada por D. Pedro de voltar
para Portugal.
3.
Manifestos de agosto de 1822
Os chamados Manifestos de agosto de 1822 tiveram
também grande importância no processo de Independência e foram redigidos por
duas das principais lideranças desse processo, sendo elas dois maçons já
mencionados aqui: Gonçalves
Ledo e José
Bonifácio. Cada um desses manifestos defendia uma orientação
política a ser seguida pelo Brasil após a independência.
O primeiro manifesto, datado de 1º de
agosto, era de Ledo e possuía um teor radicalmente antilusitano, deixando
explícito o anseio pela ruptura total com a Coroa Portuguesa. O segundo
manifesto, de 6 de agosto, era de José Bonifácio e trazia uma defesa menos
inflamada da independência, levantando a característica de destaque que o
Brasil independente e com regime monárquico teria diante das “Nações Amigas” no
continente americano, repleto de repúblicas.
4. Decreto de
Independência do Brasil foi assinado por D. Leopoldina
Em 13 de agosto de 1822, Pedro I nomeou
sua esposa, Leopoldina da Áustria, Chefe de Estado
e Princesa Regente interina do Brasil. Fez isso porque precisava partir em
viagem à província de São Paulo a fim de resolver por lá alguns conflitos
políticos que poderiam inviabilizar o processo de Independência.
Pedro I permaneceria em São Paulo até 5
de setembro. Entretanto, o clima nas Cortes, em Lisboa, já estava bastante
tenso, sobretudo após Pedro I ter se recusado a voltar para o país natal. Após
receberem mais um ultimato, Leopoldina, na condição de chefe político interino,
convocou o Conselho de Estado no Rio de Janeiro e assinou, em 2 de setembro, um decreto declarando o Brasil oficialmente
separado de Portugal.
5. Distúrbios
intestinais de D. Pedro I no dia 7 de setembro
Pedro I, como dissemos acima, estava em
visita à Província de São Paulo na ocasião da ruptura definitiva entre Brasil e
Portugal. Em 5 de setembro, ainda sem lhe ter chegado a notícia, ele partia de
volta ao Rio de Janeiro. Entretanto, no dia 7 (dia do “grito do Ipiranga”),
cavalgando com sua comitiva, o príncipe regente passou a sofrer recorrentes
crises de disenteria, que são narradas pelo historiador Otávio Tarquínio de
Sousa:
A mudança de alimentação, um
gole de água menos pura, fosse o que fosse, a verdade é que suas funções
intestinais acusavam distúrbios impertinentes, que o obrigavam a alterar o
ritmo da marcha, a separar-se da comitiva, em paradas incoercíveis. Um dos
companheiros de viagem, o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo, em
depoimento prestado recorreu a curioso eufemismo para disfarçar o caráter
rudemente prosaico do incômodo de D. Pedro. Aludindo à disenteria que afetara o
príncipe, informa que isso forçava a apear-se da montaria a todo o momento
“para prover-se”. [1]
Foi nesse mesmo dia, em meio
a essas crises, que D. Pedro recebeu a notícia da ruptura e proclamou o famoso
“Independência ou Morte! ”.
NOTAS
[1] SOUSA, Otávio
Tarquínio de. “A vida de Dom Pedro I (vol. 2)”. In: História dos fundadores do Império do
Brasil. Tomo II. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial,
2015. pp. 394-95.
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