Cientistas podem ter descoberto uma cura para o envelhecimento celular
MATEUS MARCHETTO
Cientistas israelenses alegam ter encontrado
uma possível cura para o envelhecimento celular.
Basicamente, os pesquisadores avaliaram a taxa de envelhecimento celular de 27
pacientes. Eles passaram por três meses de sessões diárias em uma câmera
de alta pressão de oxigênio. Os resultados, aliás, foram
impressionantes: em média, a reversão no envelhecimento celular foi de 20%.
Vale
ressaltar que o estudo contou com poucos participantes. Portanto, as
estatísticas podem estar distorcidas e não refletirem a realidade. Assim, não
devemos nos animar demais. No entanto, caso os resultados do estudo sejam
confirmados posteriormente, um possível tratamento para o envelhecimento pode
se tornar real.
Evidentemente os pacientes não saíram das câmaras de oxigênio
20% mais novos. O que aconteceu, na verdade, foi que as células ficaram
semelhantes ao que eram quando mais novas. Desse modo, os cientistas acreditam
que podem ter feito uma grande descoberta a caminho da cura do envelhecimento.
Nesse sentido, os pesquisadores avaliaram o tamanho dos telômeros dos pacientes
antes e depois do estudo.
O que são os telômeros afinal
Cada célula humana tem mais de 2 metros de DNA em seu núcleo. Lembre-se: o DNA é um composto de nucleotídeos que carrega todas as informações genéticas de um ser vivo. Contudo, para manter toda essa informação em um espaço tão pequeno, o DNA precisa se organizar em cromossomos.
O DNA e
as proteínas histonas formam um cromossomo. Essas
últimas mantém a dupla-hélice organizada e compactada no núcleo de cada um dos
trilhões de células do seu corpo. Esses cromossomos, aliás, precisam se dividir
para dar origem a novas células quando as antigas morrem. Entretanto, há um
pedaço do cromossomo especializado em proteger o DNA. Esse, portanto, é o papel
dos telômeros.
Os
telômeros são as extremidades do cromossomo. Eles são formados por DNA
não-codificante (sem informação genética) e algumas proteínas. Acontece que a
cada divisão celular, um pequeno pedacinho dos telômeros se perde. Ao longo de
muitas gerações de células e muitos anos, o próprio cromossomo começa a ficar danificado. Isso acaba causando a morte das células e, com o tempo, a morte do organismo
todo.
O envelhecimento celular e a
qualidade de vida
Sabendo disso, há muitos anos centenas de equipes de pesquisadores estão buscando uma forma de regenerar ou diminuir a perda dos telômeros. Teoricamente isso poderia também reduzir ou curar o envelhecimento e permitir que vivêssemos muito mais. Contudo, nenhuma tecnologia se mostrou realmente eficaz, até agora.
Estudos prévios feitos pela NASA mostraram que os telômeros tendem a diminuir menos no espaço. Isso demonstrou que o ambiente externo ao organismo pode afetar significativamente a composição do núcleo celular. Esses estudos foram motivadores para Shair Efrati, autor principal do artigo e médico pesquisador da Universidade de Tel Aviv.
Como dito antes, muitos estudos
ainda são necessários antes de qualquer animação. Isso porque o oxigênio em
excesso pode ter efeitos severos no corpo humano, por estranho que possa
parecer. Quando há muito oxigênio no ambiente, há também maior produção de
radicais livres – espécies reativas que podem danificar o DNA.
Ainda assim, caso os resultados sejam replicados com mais pacientes, essa técnica representa um marco para a medicina moderna. Nesse sentido, o simples envelhecimento é a principal causa de doenças como o câncer, que matam milhões de pessoas todos os anos. Até que haja um tratamento eficaz, a melhor solução para o envelhecimento já é bem conhecida: um estilo de vida saudável.
Fonte: https://socientifica.com.br/cientistas-descobrem-possivel-cura-para-o-envelhecimento-celular/
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