PAPA: “DIVIDIR BENS NÃO É COMUNISMO, É CRISTIANISMO PURO”
Pontífice alertou que em uma fé "estéril" não
existe compartilhamento nem atenção ao sofrimento dos outros.
Durante a
missa do 'Domingo da Misericórdia' hoje (11), o Papa Francisco pediu para os
fiéis não viverem "uma meia-crença" e ajudarem o próximo, porque a
partilha dos bens "não é comunismo, é cristianismo na sua forma mais
pura".
Segundo Jorge Bergoglio, os discípulos tornaram-se
misericordiosos e compartilhar os bens parecia uma "conseqüência
natural". "Não é comunismo, mas Cristianismo no seu estado
puro", ressaltou.
O
Pontífice alertou que em uma fé "estéril" não existe compartilhamento
nem atenção ao sofrimento dos outros.
"Se
o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os
outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre",
declarou, na homilia da celebração na igreja do Espírito Santo, em Sassia,
junto à Praça São Pedro.
A
declaração recordou a passagem dos Atos dos Apóstolos que fala sobre a vida da
primeira comunidade cristã, após a ressurreição de Jesus, indicando que
"ninguém chamava seu ao que lhe pertencia", mas tudo era
"comum" e "não havia ninguém necessitado".
O
líder da Igreja Católica convidou os católicos a superar a indiferença perante
os outros, para que não vivam uma fé "pela metade, que recebe mas não dá,
que acolhe o dom mas não se faz dom".
"Hoje
é o dia de nos perguntarmos: 'Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu
perdão, a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas
vezes me alimentei do seu Corpo, faço alguma coisa para matar a fome a quem é
pobre?'".
Por
fim, o Papa defendeu que os católicos devem ser "testemunhas de
misericórdia", a partir da experiência de receber a misericórdia de Deus,
para quem cada pessoa é "insubstituível".
"Deus
acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos", afirmou.
"Para Deus, ninguém é falho, ninguém é inútil, ninguém é excluído".
O
argentino ainda recordou a experiência dos discípulos de Jesus, que recuperaram
a paz após o encontro com Cristo ressuscitado, passando "do remorso à
missão". Com este exemplo, ele disse que todos devem "abrir o coração
para se deixar perdoar" e recomendou a Confissão, como sacramento da
"ressurreição, misericórdia pura".
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