sexta-feira, 8 de agosto de 2025

IV- LITURGIA DO 19.º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

 

 

IV-       LITURGIA DO 19.º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

 

- No mundo violento em que vivemos, muitas vezes ficamos preocupados e temos a tentação de nos deixar levar pelo desânimo. A Palavra de Deus nos anima: "Não tenhais medo..." A fidelidade de Deus no passado é garantia de sua presença no presente, como vemos nas Leituras de hoje.

- Na 1ª Leitura, encontramos a experiência de Israel que, recordando a presença amorosa e libertadora de Deus no passado, mostra que era possível superar as dificuldades do tempo presente. Ela fala da experiência do êxodo, a "noite" da libertação: Noite trágica de luto e extermínio para os egípcios que, tendo repelido a palavra de Deus transmitida por Moisés, viram perecer seus primogênitos; Noite de alegria e liberdade para os hebreus, que, tendo crido nas promessas divinas, foram poupados e iniciaram a marcha libertadora para o deserto onde Deus os aguardava para estabelecer Aliança com eles. O povo de Israel, na esperança da libertação e conhecendo-a por predição dos antepassados, conserva-se fiel ao Senhor e, vigilante, se prepara para a saída do Egito. Assim, a Leitura nos ajuda a rever o passado para sermos encorajados por ele. A comunidade não pode parar; deve olhar para frente e ter esperança no futuro. Só a fidelidade aos caminhos de Deus gera vida e libertação.

- A 2ª Leitura narra a experiência de Abraão e Sara, modelos de fé para os crentes de todas as épocas. Eles são um exemplo de fé no passado para a Comunidade continuar firme, apesar das dificuldades no presente. O casal estava atento aos apelos de Deus e conseguiu descobrir os bens futuros nas limitações e na caducidade da vida presente. Pela fé, obedece a Deus, deixa a pátria e parte para o desconhecido. Pela fé, acredita ter um filho, apesar da idade avançada. Pela fé, aceita a ordem divina de sacrificar Isaac. Pela fé, caminhou pela vida como peregrino, sem desanimar, de olhos postos na pátria definitiva. As dificuldades continuam ainda hoje, no mundo, na pátria, nas famílias e nas comunidades. São momentos em que devemos continuar acreditando, como fizeram Abraão e Sara, sem desanimar. Uma luz sempre se acende, diante de quem tem fé e esperança. Somo Peregrinos de Esperança!

- No Evangelho, temos a Experiência dos Apóstolos quando o texto continua o "caminho de Jerusalém". Eles estavam com medo, pois eram poucos e fracos em um mundo hostil. O mal parece poderoso e se sentem sem condições de se opor. Jesus lhes garante: o Reino de Deus virá com certeza, porque não é obra do homem, mas é um dom do Pai - "Não temais, pequeno Rebanho, porque é do agrado do Pai dar a vós o Reino". E os convida a uma vigilância permanente: "Vigiai... o Senhor pode chegar quando menos esperais." Exemplifica essa verdade com três parábolas: A) Os Servos que esperam o Senhor voltar do casamento: "Felizes dos empregados que o senhor encontrar acordados quando chega. Em verdade vos digo: se cingirá, os fará sentar-se à mesa e os servirá". Os discípulos devem se comportar como empregados que esperam a volta de seu patrão, ou seja, encontrados vivenciando a Palavra do Evangelho, serão premiados pelo Senhor Jesus: Ele mesmo os servirá e lhes concederá participar do banquete na "mesa do Pai". B) O Ladrão que chega de surpresa: a vinda mais importante do Senhor é no fim da nossa vida, mas há outras vindas que acontecem de repente, como a dos ladrões e que não nos podem pegar de surpresa. Ninguém sabe a hora em que o ladrão vai invadir a casa. O discípulo de Jesus vive alerta e preparado: o Evangelho é sua prioridade. C) O Administrador fiel: o administrador fiel é aquele que cuida do bem de todos os que estão em casa. Ele é fiel e prudente, se encontrado agindo conforme as ordens do patrão, lhe serão confiados "todos os seus bens". O equívoco do discípulo é, diante da "demora" da vinda de Jesus, se esquecer da imprevisibilidade da sua manifestação e agir de forma desonesta e contraditória à vontade do Senhor. E Jesus respondendo à pergunta de Pedro: "Quem deve vigiar?". Todos! Sobretudo os animadores da Comunidade cristã, que devem permanecer fiéis às suas tarefas de animação e de serviço.

 - Esta catequese sobre a vigilância é proposta para todos os discípulos de todas as épocas: uma atitude de espera serena e atenta do Senhor, que vem ao nosso encontro para nos libertar e para nos inserir numa dinâmica de comunhão com Deus. O verdadeiro discípulo é aquele que está sempre preparado para acolher os dons de Deus, para responder aos seus apelos e para se empenhar na construção do Reino. Todo cristão também espera a volta do seu Senhor, que encontrando seus servos a vigiar, os fará sentar à mesa e os servirá. Vivamos os valores do Reino de Deus até sua vinda gloriosa!

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