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LITURGIA
DO XXIIi DOMINGO DO TEMPO COMM ANO C
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O Evangelho de hoje nos coloca frente a frente com a verdade mais exigente da
fé cristã: seguir Jesus exige tudo. Não apenas um pouco do nosso tempo, não
apenas uma parte da nossa vida, mas a totalidade do nosso ser. Jesus não busca
admiradores, mas discípulos; não convida para um caminho confortável, mas para
uma estrada de cruz, entrega e fidelidade. - Ao dizer que, quem não o prefere a
tudo - pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e até a própria vida - não pode ser seu
discípulo, Jesus não está rejeitando os afetos humanos, mas está revelando que
o amor a Deus deve ocupar o primeiro lugar. Somente quando colocamos Cristo no
centro é que os outros amores encontram seu verdadeiro sentido. E mais: Ele nos
diz que carregar a cruz é condição para segui-lo. Não é opcional. O discipulado
cristão passa pela cruz, pelo sacrifício, pela renúncia. Não se trata de sofrer
por sofrer, mas de viver com a firmeza de quem escolheu um amor maior, um amor
que exige entrega. - Jesus não ilude ninguém. Ele fala abertamente das exigências
do Reino. Usa duas imagens fortes: a torre a ser construída e o rei que vai
para a guerra. Ambos avaliam, refletem, planejam. Assim também o cristão deve
pensar seriamente sobre o que significa seguir o Senhor. A fé não é improviso,
nem emoção passageira; é decisão madura, sustentada pela graça e vivida com
perseverança.
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Essa profundidade de escolha que Jesus exige, só pode ser bem compreendida se
buscarmos a luz do alto. A primeira
leitura, do Livro da Sabedoria, nos lembra de que nossos pensamentos são
fracos e nossos julgamentos inseguros. Mas o Espírito Santo - dom de Deus - nos
guia e fortalece. Só Ele nos dá a clareza e a força necessárias para fazer
escolhas que parecem duras, mas nos conduzem à verdadeira liberdade.
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Na carta a Filêmon, vemos um reflexo
concreto de quem está aprendendo a viver segundo o Evangelho. Paulo escreve com
delicadeza e firmeza, pedindo a Filêmon que receba Onésimo, um escravo, não
mais como servo, mas como irmão em Cristo. Esse gesto revela que o verdadeiro discípulo
aprende a olhar o outro com os olhos de Deus. Seguir Jesus transforma nossas
relações, quebra barreiras sociais, supera divisões e nos chama à fraternidade.
Ser discípulo, portanto, não é apenas crer, mas configurar a própria vida com a
de Cristo. É preferi-lo em tudo. É abrir mão de seguranças, de prestígios, de
apegos. É escolher um amor que custa, mas que salva. Quem escolhe Jesus de
verdade, escolhe a cruz e, com ela, a ressurreição
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