Intolerância intracatólica e antievangelização em rede
Por Moisés Sbardelotto*
O
fenômeno da intolerância em rede vem desafiando a reflexão e a ação social em
vários âmbitos. A Igreja não fica isenta disso. Neste artigo, aborda-se
primeiramente o fenômeno do ódio digital em geral, com base na ação dos
chamados “haters”. Em seguida, são enfocados especificamente o ódio digital
intracatólico e a prática da “excomunicação”. Por fim, à luz do magistério do
papa Francisco, sustenta-se que a comunicação contemporânea convoca os cristãos
e cristãs para uma demonstração concreta e encarnada de amizade e diálogo
sociais, bem como de santidade em rede, reconhecendo que, por trás das telas
mediante as quais nos comunicamos hoje, está nosso “próximo”, cuja dignidade
deve ser respeitada e defendida.
Introdução
“Diga-me com quem andas e te direi se vou te odiar.” Hoje, nos
contatos por meio da internet, toda opinião é passível de outra opinião, em
sentido frontal e agressivamente contrário. Não basta gostar ou desgostar de
algo: é preciso também desgostar daqueles que gostam daquilo de que não gosto.
A raiva e o rancor se digitalizam e permeiam sites e redes sociais digitais mediante
expressões de intolerância, indiferença, desinformação, negacionismo,
difamação, discriminação, preconceito, xenofobia. O ódio, assim, ganha forma
de bits e pixels, principalmente pela ação
dos chamados haters, os
odiadores, aqueles que amam odiar.
Tal situação faz parte de um fenômeno mais amplo e recente,
caracterizado pela difusão de desinformação e má informação, como as
chamadas fake news. Essa
“poluição de informações em escala global” gera verdadeira “desordem
informacional” (WARDLE; DERAKHSHAN, 2018). Nesse contexto, atos de violência
simbólica e discursos de ódio abundam nas plataformas digitais. O fenômeno da
intolerância em rede desafia a reflexão e a ação social em vários âmbitos. A
Igreja não fica isenta disso.
As interações em rede entre pessoas que se identificam
publicamente como católicas evidenciam um panorama semelhante. A intolerância
intracatólica se manifesta na comunicação de opiniões agressivas, repressivas
ou violentas contra o diferente e a diferença no interior do próprio catolicismo. Desse modo, a
pessoa que está do outro lado da tela já não é um “irmão ou irmã na fé”, mas
apenas alguém sobre o qual se descarrega todo o próprio ódio pessoal, camuflado
de defesa da tradição, da doutrina e da liturgia, com citações artificiosamente
pinçadas da Bíblia e do Catecismo.
Nada nem ninguém estaria acima desse “tribunal da Santa
Inquisição digital”. Nem mesmo o papa ou a hierarquia eclesiástica – por
exemplo, bispos individuais ou a própria Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB). Basta circular pelas redes para verificar a frequência com que
tais autoridades são censuradas publicamente como “hereges” (ou coisas piores)
em comentários públicos e também em vídeos dos chamados “youtubers católicos”, que se
erigem em “grandes guardiões da verdade […], novos mestres do saber da fé,
criando novas sumas e tratados […], criando para si e em torno a si novos
oráculos da revelação” (KUZMA, 2019).
Em uma era pré-digital, o papa São João Paulo II (1980) já
falava dos riscos das “várias formas de antievangelização”.
Atualizando sua reflexão para estes tempos de redes sociais digitais, fica
ainda mais evidente que, ao observarmos o modo como católicos e católicas às
vezes se relacionam em rede, “passados dois mil anos de cristianismo, o
Evangelho do Senhor está bem longe de ser conhecido” (PAPA JOÃO PAULO II,
1980). Trata-se de algo tão contrário ao testemunho, que o papa Francisco se
propôs refletir sobre o fenômeno em importantes documentos do seu magistério
pontifício. Na sua carta encíclica Fratelli
Tutti, ao falar das “redes de violência verbal através da
internet”, alimentada também por pessoas cristãs e católicas, o papa questiona:
“Agindo assim, qual contribuição se dá para a fraternidade que o Pai comum nos
propõe?” (FT 46).
Neste artigo, abordaremos primeiramente o fenômeno do ódio
digital em geral, com base na ação dos chamados haters. Em seguida, focaremos
especificamente o ódio digital intracatólico e a prática da “excomunicação”.
Por fim, à luz do magistério do papa Francisco, sustentaremos que a comunicação
contemporânea convoca os cristãos e cristãs para uma demonstração concreta e
encarnada de amizade e diálogo sociais e, principalmente, de santidade em rede,
reconhecendo que, por trás das telas, estão pessoas humanas, estão nossos
“irmãos e irmãs”, está nosso “próximo”, cuja dignidade deve ser respeitada e
defendida.
1. Ódio digital: a ação dos haters
Por que
uma pessoa odeia? A psicologia nos oferece inúmeras explicações, sob as mais
variadas lentes de leitura. Em geral, trata-se da canalização, para outra
pessoa, de raivas, rancores, remorsos, desprazeres, frustrações pessoais
(alienação). “O eu odeia, abomina e persegue, com intenção de destruir, todos
os objetos que constituem uma fonte de sensação desagradável para ele, sem
levar em conta que significam uma frustração […] da satisfação das necessidades
de autopreservação” (FREUD, 1980[1915], p. 160).
De modo geral, o ódio é expressão humana que remonta aos séculos
e não está restrito a uma cultura ou lugar específicos. Todos podem odiar, com
meios e em graus diferentes. Entretanto, “as razões atribuídas ao ódio nada
mais são do que circunstâncias favoráveis, simples ocasiões, raramente
ausentes, de liberar a vontade de
simplesmente destruir” (GLUCKSMANN, 2007, p. 11, grifo nosso). Isso
também vale na internet: “A busca pela disseminação do ódio pode estar
associada a certo gozo usufruído pelo hater pelo
excesso de prazer que é possível de lhe causar […], visando unicamente o prazer
do ‘odiador’ pela destruição psicológica causada ao outro” (REBS; ERNST, 2017,
p. 29-30).
O hater,
contudo, difere da pessoa comum que manifesta seu ódio fora das redes. Podemos
dizer, em síntese, que o diferencial do “odiador digital” é o alcance do seu ódio e a velocidade em que este se
dissemina – e, com isso, o dano, o estrago, a infelicidade que ele causa. “A
agressividade social encontra um espaço de ampliação incomparável nos dispositivos móveis e
nos computadores” (FT 44, grifo nosso). Hoje, em um período de “revolução
digital”, o ódio digitalizado se torna ubíquo, presente em toda parte e
disponível a qualquer momento.
Se antes o ódio se restringia ao contato pessoal e aos pequenos
círculos, um “odiador digital” pode expressar seu ódio com o auxílio de
poderoso aparato de comunicação – que é também muito acessível e de fácil
utilização, além de caber no bolso –, conferindo-lhe uma dimensão social muito
maior. É o próprio hater quem
controla a transformação do seu ódio privado em ódio público, com um clicar de
botões. Ademais, atualmente é possível não apenas odiar, mas também conectar os vários ódios, mediante
a conexão digital sem fronteiras entre vários odiadores, que “comungam” de um
mesmo ressentimento e atacam seus alvos por meio de verdadeiro “efeito-enxame”
em rede (HAN, 2018).
No fundo, o ódio é uma forma de desprezo e descarte: o “outro” a
quem odeio não me importa, me é indiferente, ou só me importa como “bode
expiatório” dos meus próprios ressentimentos. A internet, assim, torna-se campo
fértil para o crescimento de uma “cultura do descarte” digital, para usar a
expressão do papa Francisco (EG 53). Na Fratelli
Tutti, o papa afirma que tais ações visam a “destroçar a figura do outro, num
desregramento tal, que, se existisse no contato pessoal, acabaríamos todos por nos destruir entre nós”
(FT 44, grifo nosso). Essa comunicação mata!
A circulação do ódio ocorre de forma imprevisível e – o mais
preocupante – irreversível. Com isso, o ódio adquire maior força simbólica na
cultura, afetando também o campo religioso, mais especificamente o intracatólico.
2. Ódio digital intracatólico: excomunicação
entre “irmãos e irmãs na fé”
Como
aponta Massimo Faggioli (2017), nesta “era da raiva”, vem emergindo,
particularmente no ambiente digital, “um novo tipo de censura que usa a
violência verbal para intimidar os católicos individuais, assim como as
instituições dentro da Igreja”. Os sujeitos de tais práticas formam aquilo que
o autor chama de “cibermilícias católicas […], propagandistas verbalmente
violentos das mídias sociais católicas”, dada sua militância venenosa em
prejuízo da comunhão eclesial. O principal risco disso é o surgimento de uma
eclesiologia que “humilha a Igreja, incluindo suas lideranças institucionais,
que parecem impotentes perante a pressão social midiática” (FAGGIOLI, 2017).
No
Brasil, as pessoas que dinamizam esse fenômeno intracatólico ganharam também a
definição de “catolibãs”, ou seja, católicos-talibãs, que atuam com base na
violência simbólica (mas nem por isso menos preocupante e hedionda). Pregam a
exclusão de tudo o que seja “catolicamente diferente” e de todos os
“catolicamente outros”. Para tais extremistas, existiria apenas um único
catolicismo, puro, cristalino, são e verdadeiro, sem nuances, bem delimitado e
definido – pelos seus próprios esquemas e padrões mentais ou por documentos da
Igreja de séculos passados.
A
“autoridade digital” desses católicos fundamentalistas não vem do saber
teológico (academia) nem do poder eclesiástico (hierarquia), mas de um
saber-fazer e de um poder-fazer midiáticos. Trata-se de pessoas muitas vezes
sem qualquer relevância ou reconhecimento acadêmicos ou eclesiásticos que,
porém, captaram muito bem as lógicas das mídias digitais, dominando suas
linguagens (saber-fazer) e ocupando espaços comunicacionais não raro
negligenciados pela própria Igreja (poder-fazer). Assim, vão conquistando
visibilidade e autoridade sociais e até mesmo eclesiais, atuando em rede como
“inquisidores digitais”.
Diante da crescente explicitação de tais problemáticas comunicacionais
antes menos evidentes, a Igreja precisou atentar para os limites da comunicação
em rede. Em geral, a abordagem eclesiástica voltava-se a um fenômeno
considerado como externo à
Igreja, operado apenas por agentes não eclesiais (como os profissionais das
mídias) e que investia contra
ela, de fora para dentro.
Foi o papa Francisco quem inovou ao acompanhar os desdobramentos
desse processo. Segundo ele, não se trata de um fenômeno apenas
“extrarreligioso” em relação à Igreja católica, mas principalmente
“intrarreligioso”, isto é, de ódio instigado e disseminado entre os próprios católicos, dentro do próprio
catolicismo:
Pode
acontecer também que os cristãos façam parte de redes de violência verbal
através da internet e de vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo
nas mídias católicas, é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a
difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama
alheia. Gera-se, assim, um dualismo perigoso, porque, nestas redes, dizem-se
coisas que não seriam toleráveis na vida pública e procura-se compensar as
próprias insatisfações descarregando furiosamente os desejos de vingança. É
impressionante como, às vezes, pretendendo defender outros mandamentos, se
ignora completamente o oitavo: “Não levantar falsos testemunhos” e destrói-se
sem piedade a imagem alheia. Nisto se manifesta como a língua descontrolada “é
um mundo de iniquidade; (…) e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da
nossa existência” (Tg 3,6) (GE 115, grifo nosso).
Trata-se de
um reconhecimento crítico de grande relevância e, ao mesmo tempo, sem
precedentes, ao explicitar o contratestemunho e a antievangelização gerados
pela intolerância intracatólica. De acordo com o papa, com a difusão de tais
atitudes, as redes sociais digitais frequentemente se tornam “um lugar de
inimizade, onde se litiga por todo lado, onde há ódio em toda parte, onde
constantemente classificamos os outros […], o reino do orgulho e da vaidade,
onde cada um se julga no direito de elevar-se acima dos outros” (GE 71).
Esse
“inferno em rede” leva à propagação de uma Igreja paralela digital, que não
condiz nem com os tempos (para tais católicos, só vale aquilo que veio antes do
Concílio Vaticano II) nem com os lugares (segundo tais grupos, qualquer
tentativa de inculturação da fé em expressões não europeias, populares ou
periféricas é inconcebível) nem com as pessoas (do ponto de vista desses
autodenominados “católicos”, Francisco é um “antipapa” e os bispos brasileiros,
simplesmente, “300 picaretas”).
Desse modo, esses católicos se manifestam como verdadeiros e-reges, hereges da era digital.
Fazem uma “livre escolha” (em grego: hairesis)
de aspectos do catolicismo que mais lhes agradam (mesmo que ultrapassados ou
até fictícios) e das pessoas mais aptas, segundo eles, para comungar desse
pseudocatolicismo. Tudo e todos que não estão de acordo com sua visão de
Igreja-seita devem ser excluídos.
Tal exclusão, geralmente agressiva e violenta, é comunicada em
rede como uma excomunhão (do latim excomunicatio)
dos supostos “hereges”, ou seja, de todos aqueles que se desviam desse
imaginário eclesial distorcido. Para isso, opera-se uma excomunicação, uma comunicação de
que a comunicação alheia (do papa, dos bispos, dos demais católicos) deve
cessar ou não deveria nem existir. Trata-se de comunicação voltada ao
silenciamento ou ao aniquilamento de outra comunicação, para que o discurso
próprio se torne único e dominante (SBARDELOTTO, 2020).
Excomunicando seus próprios irmãos na fé, tais católicos vão
corroendo a comunhão eclesial. Na verdade, ao agirem comunicacionalmente como
não cristãos, de forma antievangélica, são essas pessoas que se auto-excluem da
comunhão eclesial. Excomunicando,
excomungam-se.
3. Concluindo para começar: a busca da
“amizade social” e da “santidade digital”
Tertuliano,
escritor eclesiástico do primeiro século da Igreja, testemunhava que os
primeiros cristãos e cristãs viviam tão concretamente o “novo mandamento” de
Jesus em seu modo de vida e de relação, que os pagãos exclamavam, admirados:
“Vejam como se amam!” Dois milênios depois, o que é preciso fazer para que essa
frase possa voltar a ser dita também em relação ao modo como católicos e
católicas se relacionam em rede? Como dar um testemunho semelhante na cultura
digital, em sentido contrário à intolerância intracatólica e à
antievangelização?
O papa Francisco propõe algumas possíveis respostas,
especialmente em dois de seus documentos: na Fratelli Tutti, a proposta da amizade e do diálogo
sociais; já na Gaudete
et Exsultate, o chamado à santidade, também em rede.
Para
Francisco, a amizade social “não exclui ninguém” (FT 94) e está diretamente
ligada àquilo que ele chama de “diálogo social”. “Para nos encontrar e ajudar
mutuamente, precisamos dialogar” (FT 198). O diálogo, contudo, não é sinônimo de
“troca febril de opiniões nas redes sociais”, geralmente marcada por “tom alto
e agressivo” (FT 200). Pelo contrário, o diálogo é uma opção comunicacional
“entre a indiferença egoísta e o protesto violento” e age “de forma discreta”
(FT 198-199). Tem em vista o bem comum e o reconhecimento das “diversas
riquezas culturais”, e não os “próprios interesses ideológicos” nem as próprias
“conveniências pessoais” (FT 199-202).
Dialogar,
portanto, pressupõe “a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro” e ainda
de “entender o sentido daquilo que o outro diz e faz, embora não se possa
assumi-lo como uma convicção própria” (FT 203). Para isso, é preciso “cultivar
a busca da verdade”, acima de tudo a “verdade da dignidade humana” (FT 207).
Segundo Francisco, podemos aprender alguma coisa com todos e todas: “Ninguém é
inútil, ninguém é supérfluo” (FT 215).
A construção da “comunhão universal” envolve uma comunicação universal, que busca o
“encontro com o mistério sagrado do outro” (FT 277). “Isso implica o hábito de
reconhecer, ao outro, o
direito de ser ele próprio e de ser diferente” (FT 218, grifo
nosso). Comunicar, portanto, é harmonizar
diferenças.
Uma
comunicação harmoniosamente amigável e dialogante consegue “criar aquela
convivência sadia que vence as incompreensões e evita os conflitos” e “abre
caminhos onde a exasperação destrói todas as pontes” (FT 224). Para tanto, não
são necessários “recursos profissionais e midiáticos” (FT 216). Trata-se de
trabalho artesanal, praticado pelos “artesãos de paz” (FT 225), cujo fruto é a
“paz social” (FT 217).
Tudo isso está ligado ao chamado
à santidade que o papa Francisco aprofunda em sua exortação
apostólica Gaudete et Exsultate.
Em suas palavras, “a santidade nada mais não é do que a caridade plenamente
vivida” (GE 21), também em rede. “Todos somos chamados a ser santos, vivendo
com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra” (GE 14,
grifo nosso). Esse “onde” certamente envolve também o ambiente digital e as
diversas presenças em rede.
Diante da intolerância intracatólica, a “santidade digital” se
expressa principalmente como mansidão.
Como resposta às contrariedades e agressões dos outros, o papa Francisco
convida a “permanecer centrado, firme em Deus que ama e sustenta. […] ‘Se Deus
está por nós, quem pode estar contra nós?” (GE 112). Essa firmeza interior “impede de nos deixarmos arrastar pela
violência que invade a vida social, porque a graça aplaca a vaidade
e torna possível a mansidão do coração” (GE 116, grifo nosso). Também em rede,
“o santo não gasta suas energias a lamentar-se dos erros alheios” e “evita a
violência verbal que destrói e maltrata” (GE 116). “Reagir com humilde
mansidão: isto é santidade” (GE 74).
Em suma, a pessoa santa é aquela que age, reage e interage em
rede movida pelo amor.
Já disse Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos
amardes uns aos outros” (Jo 13,35). Diante do aumento da agressividade,
Francisco também convida ao “cultivo da amabilidade”, que é “um estado de ânimo
não áspero, rude, duro, mas benigno, suave, que sustenta e conforta” (FT 223).
Isso significa “dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam,
fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam,
desprezam” (FT 223).
A amizade
e o diálogo sociais, inspirados na mansidão e no amor cristãos, favorecem
reconhecer, do outro lado da tela, “um ser humano com a mesma dignidade que eu,
uma criatura infinitamente amada pelo Pai, uma imagem de Deus, um irmão
redimido por Jesus Cristo. Isto é ser cristão!” (GE 98) – também e
principalmente nas relações em rede.
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Moisés Sbardelotto*
é jornalista e doutor em Ciências da
Comunicação. Membro do Grupo de Reflexão sobre Comunicação da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e colaborador do Instituto Humanitas
Unisinos (IHU). Seu livro mais recente é Comunicar a fé: Por quê? Para quê? Com
quem? (Ed. Vozes, 2020). E-mail: m.sbar@yahoo.com.br
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