IV-
LITURGIA
DO 17.º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C
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Neste Domingo o pedido dos discípulos ecoa em nosso coração: "Senhor,
ensina-nos a rezar". Trazemos em nossa humanidade algumas necessidades: a
sede de Deus (Sl 42), e também o desejo de aprender. Tudo isso nos ajuda a
compreender a liturgia que nos mostra como os discípulos são desejosos de se
assemelhar a Jesus, e, por isso, pedem para aprender a ter a mesma comunhão com
Deus. A resposta de Jesus é a mais perfeita oração e sinal de sintonia com o
Pai e com o próximo. A oração ensinada por Jesus nos aponta essa dimensão
relacional. Ela nos encaminha para Deus e automaticamente Deus nos encaminha
para o próximo, por isso o mandamento maior é: amar a Deus e amar o próximo.
Aquele que de fato aprende a rezar, aprende a viver o que rezou. Jesus nos
mostra que a oração não é alienação, mas, prática e regra de vida. Nos
primeiros séculos São Bento ensinou em sua regra: Ora et Labora, ou seja, reza
e trabalha, recordando-nos que entre uma coisa e outra não existe oposição, mas
unidade.
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A fé não pode nos fazer olhar para o céu e esquecer da realidade. A carta aos
Hebreus nos diz que a fé é a certeza das coisas que se esperam; ou seja, essa
certeza do reino e do amor de Deus já deve ser experimentada no aqui e no
agora. Abraão foi capaz de reconhecer a soberania de Deus em sua realidade; é
intercessor que reconhece a força da oração. Quanto mais me aproximo de Deus
por meio da oração, mais sou capaz de viver a vida nova apresentada na segunda
leitura. Por isso, a oração é essa relação viva e pessoal com o Senhor, uma
elevação da alma e do coração no amor. Os discípulos desejam viver essa
elevação da alma para desempenhar bem a missão. Assim, Jesus aponta o modelo
perfeito de toda oração. É perfeito porque de fato nela temos todos os pedidos
necessários para nossa comunhão com Deus e com os irmãos.
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O Pai Nosso é a oração dos discípulos de Jesus. Nessa oração, Jesus nos ensina
a chamar Deus de Pai, numa relação de proximidade. Na oração que o Senhor nos
ensinou, depois de invocar Deus como Pai, elevamos sete pedidos: os três
primeiros nos fazem adentrar a glória de Deus e os quatro seguintes nos revelam
o caminho para lá chegar, tocando a nossa realidade e a de nossos irmãos.
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Sobre o Pai Nosso, o Catecismo da Igreja Católica (2761) nos diz que "a
oração dominical é realmente o resumo de todo o Evangelho". São Tomás de
Aquino nos ensina: "A oração dominical é a mais perfeita das orações...
Nela, não só pedimos tudo o que podemos desejar corretamente, mas ainda na
ordem correta. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas também
ordena todos os nossos pedidos". Iniciar um caminho de oração é fácil, mas
ter perseverança neste caminho, nem sempre é. Por isso Jesus nos alerta com a
parábola contada neste dia. É preciso perseverança na oração confiando que
nenhuma oração feita com sinceridade é vá. Rezemos sempre com amor, fé e
esperança no Deus bondoso que sempre nos ouve.
https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2025/06/27_07_25.pdf
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